Firjan

Redistribuição de royalties do petróleo trará sérios prejuízos socioeconômicos para o Rio

Em Nota Técnica Firjan alerta para a falta de recursos para as áreas de educação, saúde e saneamento caso o STF mantenha a Lei 12.734/2012

Redação/Assessoria Firjan
04/10/2019 18:10
Redistribuição de royalties do petróleo trará sérios prejuízos socioeconômicos para o Rio Imagem: TN Petróleo Visualizações: 784 (0) (0) (0) (0)

O estado do Rio e seus municípios terão impactos sociais substanciais caso passe a vigorar a Lei nº 12.734/2012, que estabelece novas regras de distribuição de royalties e participações especiais devidos como contrapartida pela exploração de petróleo e gás natural. A redistribuição privilegiando estados não produtores põe em risco o abastecimento de água para 95.931 pessoas, a manutenção de 566 mil alunos no sistema de ensino e a disponibilidade de mais de 4 milhões de atendimentos no sistema de saúde pública, entre 2020 e 2023.

A conclusão é da Nota Técnica “Aos produtores, não apenas o ônus: avaliação dos impactos para o estado do Rio e seus municípios com a redistribuição dos royalties e participações especiais”, elaborada pela Firjan. O documento, divulgado em 30/9, antecede o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, marcado para novembro, da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) nº 4.917/13, que trata dos dispositivos da norma.

“A perda dessas receitas significa a falência do Rio de Janeiro, que já enfrenta uma situação fiscal muito difícil. Para nós da Firjan, esta proposta fere a Constituição”, destaca o presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira.

A nota ressalta que royalties e participações são compensações financeiras pela atividade petrolífera e que a regra vigente foi assim estabelecida, uma vez que são os estados e municípios produtores que absorvem todo o ônus e o impacto local da atividade. Nesse contexto, potenciais danos ambientais de acidentes petrolíferos, por exemplo, afetarão diretamente a região produtora e não estados não produtores em outra região do país.

“Na medida em que temos uma atividade que pode causar um dano significativo, o município ou estado que a suporta também precisa ter capacidade financeira para restabelecer a ordem. Portanto, a parcela maior a ser recebida pelos produtores segue a lógica do ônus territorial e do risco. Quem tem risco tem royalties”, argumenta Karine Fragoso, gerente de Petróleo, Gás e Naval da Firjan.

Para o estado do Rio, a distribuição pela nova lei gerará uma perda estimada equivalente a quatro anos de investimento na área de saúde, considerando o valor investido em 2018. “Ano passado, 53,3% da despesa previdenciária do estado foi realizada com os royalties. Isso dá ideia da importância que eles têm para o governo estadual. A perda de receita comprometerá seriamente o atendimento de serviços básicos à população, como saúde, segurança pública, educação, administração pública e judiciário”, frisa Jonathas Goulart, gerente de Estudos Econômicos da federação.

De acordo com a nota, a atividade empresarial também será fortemente afetada pela condição de ambiente hostil ao investimento, gerada pela falta de serviços básicos. A consequência será o aumento do custo de operação e também o comprometimento de novos investimentos e criação de postos de trabalho. “Essa redistribuição seria um retrocesso para o Rio e para o seu reequilíbrio fiscal. Enquanto as outras economias estão trabalhando para sair da estagnação econômica, o Rio seria, mais uma vez, penalizado”, ressalta Karine.

Bônus de assinatura

Ainda de acordo com o estudo, embora os impactos oriundos da atividade petrolífera sejam sentidos localmente, é a União que recebe a maior quantia das receitas de participações governamentais da exploração de petróleo e gás natural, tendo acumulado 54% do total arrecadado em 2018.

A nota também salienta que a União nunca dividiu com os estados e municípios o Bônus de Assinatura, uma das contrapartidas financeiras pagas pelo consórcio no momento da assinatura do contrato de exploração e produção da área adquirida. Desde 2013, foram arrecadados em Bônus de Assinatura pela União mais de R$ 30 bilhões. Ainda serão arrecadados mais de R$ 100 bilhões apenas para o leilão do Excedente da Cessão Onerosa, pauta que está em discussão no Congresso Nacional.

Para baixar a Nota Técnica “Aos produtores, não apenas o ônus: avaliação dos impactos para o estado do Rio e seus municípios com a redistribuição dos royalties e participações especiais” acesse o link

https://www.firjan.com.br/publicacoes/publicacoes-de-economia/royalties-e-participacoes-especiais-impactos-para-o-estado-do-rio-e-seus-municipios.htm

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Evento
Evento Drone em Faixas de Dutos tem nova data
06/11/24
Geração
ABGD participa de Conferência Internacional em Foz do Ig...
06/11/24
Certificação
Foresea recebe, pelo quarto ano seguido, certificação de...
06/11/24
Flow Assurance Technology Congress
Da produção offshore à transição energética
06/11/24
E&P
ANP lança segunda fase do GeoMapsANP com novos dados e f...
06/11/24
ACORDO
ABNT adotará normas do American Petroleum Institute em d...
05/11/24
Gás Natural
BRAVA Energia inicia fornecimento de gás para Pernambuco
04/11/24
Evento
Projetos de P&D da Galp são destaque em evento da SPE Br...
04/11/24
Gás Natural
Preço do Gás Natural recua e Gasmig repassa queda ao con...
04/11/24
Investimento
PetroReconcavo anuncia investimento de mais de R$ 340 mi...
04/11/24
Etanol
Anidro e hidratado fecham a semana valorizados
04/11/24
BRANDED CONTENT
Estudo comprova eficiência do corte a plasma na manutenç...
02/11/24
Energia Elétrica
CCEE ajuda a reduzir custos na gestão da oferta e do con...
01/11/24
Energia Solar
Energia Solar Fotovoltaica: SDE discute potencial e prot...
01/11/24
Pré-Sal
FPSO Almirante Tamandaré chega ao Campo de Búzios
01/11/24
Pré-Sal
Com 3,681 de milhões de boe, pré-sal tem recorde de prod...
01/11/24
Evento
Inscreva-se agora: últimas vagas disponíveis para o 7º S...
01/11/24
Pré-Sal
MODEC contribui com quase 40% da produção da Petrobras e...
01/11/24
E&P
Navio-sonda NORBE VIII, da Foresea, deixa Baía de Guanab...
01/11/24
ANP
Oferta Permanente de Concessão (OPC): aprovada a indicaç...
01/11/24
ANP
Qualidade de produtos importados: ANP ajusta regras para...
31/10/24
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

21