O consumo de energia elétrica em setembro foi o segundo maior do ano, segundo informou na última sexta-feira (23) a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Com 33.119 gigawatts/hora no total, o consumo no mês passado foi 1,6% maior que o de agosto.
De acordo com a EPE, os resultados do último mês registram o início da recuperação do setor industrial, que, no ano, vem acumulando queda de 10,3% em relação ao ano passado, em função da crise econômica.
No acumulado do ano, contudo, os resultados registram redução de 2,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Em comparação com setembro de 2008, o consumo de setembro deste ano também recuou 0,7%.
Apesar disso, a demanda da classe residencial cresceu 5,9% de janeiro a setembro deste ano, em comparação com os nove primeiros meses de 2008.
Além da recuperação do consumo industrial, os resultados de setembro consolidam também a manutenção da forte demanda pela classe residencial, na avaliação da EPE. “É nítida a tendência de crescimento do consumo industrial de energia elétrica na rede, ao longo do ano e, apesar de ainda negativa, a taxa de menos 6,1%, em setembro, frente a agosto, é a menor de 2009, para o setor”, informa a EPE.
Encerrado o terceiro trimestre, o consumo das indústrias acumula no ano 121.485 Gigawatts/hora (GW/h), neste caso uma queda de 10,3% em relação ao mesmo período de 2008. Segundo a EPE, a recuperação do consumo industrial ocorre em todas as regiões, porém com mais intensidade no Sudeste, onde foram mais intensos os efeitos da crise.
“O consumo de energia da indústria paulista [que responde por 55% do consumo regional] chegou a crescer 8,6%, entre junho e setembro deste ano, indicando definitiva superação dos níveis de 2006”, diz a EPE, em nota.
O consumo residencial fechou o acumulado de janeiro a setembro com aumento de 5,9% diante do mesmo período de 2008. “As taxas relativamente elevadas estão associadas à política anticíclica adotada pelo governo, especialmente a redução de IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados] de equipamentos eletrodomésticos, favorecendo a aquisição de novos aparelhos”, explicou a empresa.
A taxa de crescimento do consumo comercial de energia é também expressiva: 5,3% no acumulado do ano. Segundo a EPE, a expansão do consumo foi mais forte no Nordeste, especialmente nos últimos dois meses: 9,6%, em agosto e 7,1%, em setembro.