Petróleo
Valor Econômico
Os preços do petróleo despencaram mais de US$ 5 ontem com a previsão de que a desaceleração econômica mais forte do que a antecipada nos EUA deverá reduzir o consumo de combustíveis. Esta análise foi reforçada após Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve (Fed), banco central americano, alertar, em discurso, para os riscos ainda elevados para o ritmo da atividade econômica naquele país.
O contrato de WTI negociado para agosto em Nova York caiu US$ 6,44, cotado a US$ 138,75. O vencimento para o mês seguinte fechou cotado a US$ 139,37, com queda de US$ 6,41. Em Londres, o barril de Brent para o próximo mês caiu US$ 5,17, cotado a US$ 138,75. O vencimento para setembro terminou valendo US$ 139,86, queda de US$ 5,47.
Em seu discurso, além de ressaltar a preocupação com o comportamento da inflação, Bernanke avaliou que a economia americana segue enfrentando uma série de dificuldades, incluindo a tensão no ambiente financeiro, a redução nos preços das casas, o abrandamento no mercado de trabalho e o encarecimento do petróleo, dos alimentos e de algumas outras commodities.
Com a desaceleração ou até uma possível recessão na economia americana, cairia o consumo dos derivados do petróleo nos EUA, o que justificaria uma menor pressão de demanda e uma consequente baixa no preço do óleo.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) também contribuiu para a queda da cotação da commodity nos mercados futuros na jornada de ontem. O cartel, que reúne países que representam 40% da produção de petróleo do mundo, informou que a demanda por óleo cru dos países integrantes da Opep será de uma média diária de 31,2 milhões de barris em 2009, o que representa uma queda de 710 mil barris por dia em relação ao consumo projetado para este ano.
"Estamos chegando ao ponto em que o mercado vislumbra uma maior possibilidade de ocorrer uma recessão profunda", disse James Ritterbusch, presidente da Ritterbusch & Associates de Galena, Illinois.
"Ao ser negociado abaixo de US$ 140, se instaurou no mercado uma grande onda de vendas de contratos de petróleo", disse Addison Armstrong, diretor de pesquisa de mercado da TFS Energy LLS de Stamford, no Estado americano de Connecticut. "O mercado estava a pouco mais de US$ 140, e, quando começou a negociar abaixo desse preço, caiu algo como US$ 2 em um minuto. Nada parecia capaz de segurá-lo. Parece haver certo pânico."
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