A Transpetro recebeu hoje, 30/6, seis propostas técnicas e comerciais para a construção de comboios de empurradores e barcaças, para o Promef Hidrovia. As propostas partiram de 13 empresas, divididas em seis grupos (Estaleiro Rio Maguari S.A, Intecnial S.A/NM Engenharia e Construções Ltda, Egesa Engenharia S.A/Estaleiro Heromaio/Navegação Guarita, Estaleiro de Construção Naval Arealva Ltda/MPG Shipyard/CMI Constr.Metál. ICEC Ltda, Concordia Shipyards BV/Mendes Junior e SPI Astilleros/Superpesa Industrial Ltda (Estaleiros Unidos do Rio Tietê).
O projeto da Hidrovia Tietê-Paraná, integrante do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), prevê que, a partir de 2013, a Transpetro faça o transporte fluvial de etanol. A operação demandará a construção de 20 empurradores e de 80 barcaças, com geração de pelo menos 400 empregos diretos e 1.600 indiretos. Cada comboio será formado de quatro barcaças e de um empurrador, com capacidade para transportar 7,2 milhões de litros. Em um ano, o total transportado deverá chegar a 4 bilhões de litros.
Mais de 30 estaleiros nacionais e internacionais foram convidados a participar desta etapa da licitação. A Comissão de Licitação analisará as propostas técnicas, que contemplam itens de performance como velocidade, consumo de combustível, capacidade de carga e de manobra, além do controle de emissões. A análise técnica levará de 30 a 60 dias, sendo seguida da abertura e análise das propostas comerciais.
A construção da nova frota hidroviária da Transpetro seguirá as premissas fundamentais do Promef (Programa de Modernização e Expansão da Frota): fabricação no Brasil, conteúdo nacional de 70% e competitividade internacional dos estaleiros após a curva de aprendizado. A concorrência foi aberta a estaleiros já instalados e também a unidades a serem instaladas para a execução da obra, os chamados ‘estaleiros virtuais’. A nova frota de 20 comboios começará a ser entregue a partir de 2011.
Com a entrada em operação dos 20 comboios da Transpetro, a utilização da Hidrovia Tietê-Paraná passará dos atuais 20% para 35% de sua capacidade. Assim, mesmo quase dobrando o volume de carga que trafega na hidrovia, não se chegará nem à metade da sua capacidade de utilização, o que indica o elevado potencial do trecho.
Além disso, o governo federal vem demonstrando um grande interesse no desenvolvimento dos modais logísticos aquaviários, que inclui a cabotagem (navegação costeira). No PNLT (Plano Nacional de Logística e Transportes), a meta é elevar a participação do modal aquaviário do País dos atuais 13% para 29% nos próximos 15 anos.
A hidrovia levará o etanol produzido nas regiões Centro-Oeste e Sudeste para a Refinaria de Paulínia (Replan) e, de lá, por dutos, atingirá diversos terminais, incluindo os de São Sebastião (SP) e de Ilha D’Água (RJ), de onde será possível exportar o produto. A redução de custo e de logística permitida pelo modal hidroviário possibilitará ao etanol brasileiro disputar mercados internacionais de forma mais competitiva.
O transporte do etanol pela hidrovia substituirá o equivalente a 40 mil viagens de caminhão, com ganhos ambientais, econômicos e de segurança. O transporte hidroviário emite um quarto do CO2 e consome um quinto do combustível utilizado pelo rodoviário. Este é justamente o objetivo do Governo Federal, que quer estimular a utilização das hidrovias, em substituição ao modal rodoviário, mais caro e mais poluente. É uma mudança de paradigma na matriz de transporte. Finalmente, o custo do modal hidroviário pode chegar a um terço do custo do rodoviário, o que melhorará a competitividade dos produtos nacionais no exterior e reduzirá os custos no mercado interno.
PROPOSTAS APRESENTADAS:
Estaleiro Rio Maguari S.A
Intecnial S.A/NM Engenharia e Construções Ltda
Egesa Engenharia S.A/Estaleiro Heromalo/Navegação Guarita
Estaleiro de Construção Naval Arealva Ltda/MPG Shipyard/CMI Constr. Metál. ICEC Ltda
Concordia Shipyards BV/Mendes Junior
SPI Astilleros/Superpesa Industrial Ltda (Estaleiros Unidos do Rio Tietê)