Biogás

Projetos de biogás atraem brasileiras e multinacionais

Entrada do lixo na agenda do setor de energia.

Valor Econômico
29/08/2014 13:25
Visualizações: 1564

 

na Estre Energia Renovável, que atuará em aterros. Já a GWE resolveu se unir à epecista brasileira Uni-Systems, para investir em biogás em estações de tratamento de efluentes industriais e usinas sucroalcooleiras.
As fusões e aquisições não se limitam a estrangeiras. A Foxx Haztec nasceu em 2013 da fusão das brasileiras Foxx Inova Ambiental (55%) e Haztec Soluções Ambientais (45%), para atuar no tratamento do biogás e geração a partir da queima direta do lixo.
A capitalização dos planos de negócios das empresas do setor passa também por recursos públicos. A aliança com o Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS) financiou a Ecometano, do grupo MDCPar. O fundo aportou R$ 250 milhões no MDC, que vende biogás para distribuidoras de gás canalizado, num conceito de negócio alternativo.
“Usar biogás para eletricidade gera perda de eficiência. Já o biometano para uso não termelétrico contribui para a balança comercial”, afirma Mareio Schittini, gerente de Desenvolvimento de Projetos da Ecometano, que vende o biogás do aterro Dois Arcos, de São Pedro da Aldeia (RJ), para a CEG Rio e pretende investir R$ 300 milhões em quatro novas unidades no país até 2016.
A Estre também pleiteia recursos do FI-FGTS e planeja bancar seu plano de negócios, que prevê* R$ 300 milhões para atingir os 100 MW até 2017, com 20% a 30% de capital próprio. “O biogás é uma área atraente para financiamento, em função do apelo sustentável”, diz Alexandre Alvim, diretor de Novos Negócios da Es-, tre, que opera uma usina de 4,2 MW no aterro de Guataparã (SP).
Lixo lucrativo
Setor tem potencial de expansão
36 MW  foram instalados em aterros desde a regulamentação da nova política
69,8 MW é a potência instalada atual de usinas a biogás no país
311 MW é o potencial brasileiro de geração de energia a partir do biogás em aterros entre 2010 e 2020
R$ 2,1 bilhões  é a soma da carteira de investimentos da GeoEnergética, Ecometano e Estre no biogás
O que diz a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)
A disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, incluindo a extinção dos lixões, deveria ter sido implantada até 2 de agosto deste ano
O incentivo à gestão ambiental e empresarial voltada para o reaproveitamento dos resíduos, incluindo a geração de energia, é um dos objetivos da PNRS
O aproveitamento energético do biogás é a diretriz número 1 para o tratamento e recuperação de gases em aterros sanitários, segundo o Plano Nacional proposto pelo governo
P&D impulsiona o setor no Brasil
Desde a regulamentação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, em 2010, a capacidade de usinas de biogás cresceu cerca de 40 MW nos centros urbanos, seja em aterros ou estações de tratamento de esgoto. O número é baixo se comparado com os dois primeiros projetos do país, as usinas paulistas São João (24,6 MW) e Bandeirantes (inaugura-
da com 20 MW, mas atualmente limitada a 5 MW). Uma série de projetos de pesquisa e desenvolvimento, no entanto, promete movimentar o mercado.
Somente em iniciativas de P&D cadastradas na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) são 23 projetos, que podem adicionar 33,7 MW à matriz até 2016. A potência instalada atual de usinas a biogás no país é de 69,8 MW. Quando o programa
estiver concluído, a capacidade total ultrapassará os 100 MW. O potencial brasileiro, segundo o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, proposto pelo governo em 2012, mas jamais publicado, é de 311 MW, só em aterros.
Na carteira de projetos, estão iniciativas de P&D com biogás de diferentes fontes, como estações de esgoto, dejetos suínos e até de restos de alimentos. Este, por exemplo, é o alvo da gaúcha
CEEE, que pretende construir uma usina na Centrais de Abastecimento (Ceasa) de Porto Alegre. O projeto, de 660 kW, exigirá 7,2 mil toneladas/ano de resíduos perecíveis não utilizados, que hoje vão parar em aterros.
Já a Eletrosul, do grupo Eletro-bras, está apostando numa central de„400 kW que queimará o biogás gerado a partir da biodigestão de dejetos de criação de suínos em Santa Catarina.

Quatro anos após sua regulamentação, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) ainda não conseguiu consolidar o biogás na matriz elétrica.

Encerrado este mês o prazo legal para a extinção completa dos lixões e adaptação das cidades brasileiras às novas regras de gestão do lixo, menos da metade dos municípios se adequou à legislação e apenas seis projetos, que somam modestos 36 MW, saíram do papel em aterros brasileiros.

Apesar dos passos tímidos, o marco regulatório deixou seu legado.

Com a entrada do lixo na agenda do setor de energia, empresas nacionais e estrangeiras se agitam, em movimentos de fusões e aquisições, para explorar o potencial brasileiro de biogás, tanto em cidades quanto nas indústrias e agronegócio.

“A PNRS não influenciou em nada nossos investimentos, mas colocou a gestão dos resíduos em pauta”, diz Alessandro Gardemann, diretor da paranaense GeoEnergética, que tem desde 2013 a americana GE como sócia.

Até então focada no fornecimento de motores a biogás, a multinacional resolveu comprar 5% da empresa fundada pela família Gardemann, que planeja investir R$ 1,5 bilhão em sete anos na instalação de 500 MW em projetos de biodigestão da vinhaça, subproduto do etanol nas usinas sucroalcooleiras.

Empresas como a GE, a belga GWE e a portuguesa Ene Energy são exemplos de estrangeiras que resolveram se aliar a empresas familiares para investir no biogás no Brasil.

O voo mais recente é o da Ene, que se uniu este mês à Estre, fundada por Wilson Quintella Jr.

A portuguesa terá 10% Quatro anos após sua regulamentação, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) ainda não conseguiu consolidar o biogás na matriz elétrica.

Encerrado este mês o prazo legal para a extinção completa dos lixões e adaptação das cidades brasileiras às novas regras de gestão do lixo, menos da metade dos municípios se adequou à legislação e apenas seis projetos, que somam modestos 36 MW, saíram do papel em aterros brasileiros. Apesar dos passos tímidos, o marco regulatório deixou seu legado.

Com a entrada do lixo na agenda do setor de energia, empresas nacionais e estrangeiras se agitam, em movimentos de fusões e aquisições, para explorar o potencial brasileiro de biogás, tanto em cidades quanto nas indústrias e agronegócio.

“A PNRS não influenciou em nada nossos investimentos, mas colocou a gestão dos resíduos em pauta”, diz Alessandro Gardemann, diretor da paranaense GeoEnergética, que tem desde 2013 a americana GE como sócia.

Até então focada no fornecimento de motores a biogás, a multinacional resolveu comprar 5% da empresa fundada pela família Gardemann, que planeja investir R$ 1,5 bilhão em sete anos na instalação de 500 MW em projetos de biodigestão da vinhaça, subproduto do etanol nas usinas sucroalcooleiras.

Empresas como a GE, a belga GWE e a portuguesa Ene Energy são exemplos de estrangeiras que resolveram se aliar a empresas familiares para investir no biogás no Brasil.

O voo mais recente é o da Ene, que se uniu este mês à Estre, fundada por Wilson Quintella Jr. A portuguesa terá 10% na Estre Energia Renovável, que atuará em aterros.

As fusões e aquisições não se limitam a estrangeiras.

A Foxx Haztec nasceu em 2013 da fusão das brasileiras Foxx Inova Ambiental (55%) e Haztec Soluções Ambientais (45%), para atuar no tratamento do biogás e geração a partir da queima direta do lixo.

A capitalização dos planos de negócios das empresas do setor passa também por recursos públicos. A aliança com o Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS) financiou a Ecometano, do grupo MDCPar.

O fundo aportou R$ 250 milhões no MDC, que vende biogás para distribuidoras de gás canalizado, num conceito de negócio alternativo.

“Usar biogás para eletricidade gera perda de eficiência. Já o biometano para uso não termelétrico contribui para a balança comercial”, afirma Mareio Schittini, gerente de Desenvolvimento de Projetos da Ecometano, que vende o biogás do aterro Dois Arcos, de São Pedro da Aldeia (RJ), para a CEG Rio e pretende investir R$ 300 milhões em quatro novas unidades no país até 2016.

A Estre também pleiteia recursos do FI-FGTS e planeja bancar seu plano de negócios, que prevê* R$ 300 milhões para atingir os 100 MW até 2017, com 20% a 30% de capital próprio. “

O biogás é uma área atraente para financiamento, em função do apelo sustentável”, diz Alexandre Alvim, diretor de Novos Negócios da Es-, tre, que opera uma usina de 4,2 MW no aterro de Guataparã (SP).

 

Lixo lucrativo

Setor tem potencial de expansão.

36 MW  foram instalados em aterros desde a regulamentação da nova política.

69,8 MW é a potência instalada atual de usinas a biogás no país.

311 MW é o potencial brasileiro de geração de energia a partir do biogás em aterros entre 2010 e 2020.

R$ 2,1 bilhões  é a soma da carteira de investimentos da GeoEnergética, Ecometano e Estre no biogás.

O que diz a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

A disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, incluindo a extinção dos lixões, deveria ter sido implantada até 2 de agosto deste ano.

O incentivo à gestão ambiental e empresarial voltada para o reaproveitamento dos resíduos, incluindo a geração de energia, é um dos objetivos da PNRS.

O aproveitamento energético do biogás é a diretriz número 1 para o tratamento e recuperação de gases em aterros sanitários, segundo o Plano Nacional proposto pelo governo.

 

P&D impulsiona o setor no Brasil

 Desde a regulamentação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, em 2010, a capacidade de usinas de biogás cresceu cerca de 40 MW nos centros urbanos, seja em aterros ou estações de tratamento de esgoto.

O número é baixo se comparado com os dois primeiros projetos do país, as usinas paulistas São João (24,6 MW) e Bandeirantes (inaugurada com 20 MW, mas atualmente limitada a 5 MW).

Uma série de projetos de pesquisa e desenvolvimento, no entanto, promete movimentar o mercado.

Somente em iniciativas de P&D cadastradas na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) são 23 projetos, que podem adicionar 33,7 MW à matriz até 2016.

A potência instalada atual de usinas a biogás no país é de 69,8 MW. Quando o programa estiver concluído, a capacidade total ultrapassará os 100 MW.

O potencial brasileiro, segundo o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, proposto pelo governo em 2012, mas jamais publicado, é de 311 MW, só em aterros.

Na carteira de projetos, estão iniciativas de P&D com biogás de diferentes fontes, como estações de esgoto, dejetos suínos e até de restos de alimentos.

Este, por exemplo, é o alvo da gaúcha CEEE, que pretende construir uma usina na Centrais de Abastecimento (Ceasa) de Porto Alegre.

O projeto, de 660 kW, exigirá 7,2 mil toneladas/ano de resíduos perecíveis não utilizados, que hoje vão parar em aterros.

Já a Eletrosul, do grupo Eletro-bras, está apostando numa central de„400 kW que queimará o biogás gerado a partir da biodigestão de dejetos de criação de suínos em Santa Catarina.

 

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