Na esteira do programa brasileiro do biodiesel, que determina adição compulsória do insumo no diesel mineral, a reciclagem do óleo de cozinha tem mercado garantido. O panorama foi apresentado por especialistas do Instituto PNBE nesta terça-feira (20), em reunião do Conselho Superior de Meio Am
MaxPressNa esteira do programa brasileiro do biodiesel, que determina adição compulsória do insumo no diesel mineral - atualmente, em 3% -, a reciclagem do óleo de cozinha tem mercado garantido. No entanto, metade do volume consumido anualmente no Brasil é descartada de maneira incorreta: cerca de 2 bilhões de litros são jogados em ralos, pias e bueiros.
O panorama foi apresentado por especialistas do Instituto PNBE nesta terça-feira (20), em reunião do Conselho Superior de Meio Ambiente (Cosema) da Fiesp. O Instituto é um braço do Pensamento Nacional das Bases Empresariais, que, por meio do programa Bióleo, tem o desafio de viabilizar a adoção do óleo de fritura saturado como insumo para toda a produção necessária de biodiesel.
"Pelos estudos da Sabesp, cada litro de óleo descartado incorretamente polui 20 mil litros de água. Além de elevar o custo de tratamento, é um grave problema ambiental", afirmou Jorge Hori, conselheiro do Instituto PNBE e coordenador do Bióleo.
Logística reversa
O consumo nacional de diesel é de 40 bilhões de litros por ano. Existe, portanto, uma demanda firme de 1,2 bilhão de litros de biodiesel, devido à adição obrigatória do insumo vegetal ao combustível, com preços igualmente assegurados por leilões da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Na outra ponta, óleo residual utilizado em cozinha. "A idéia do projeto é fazer com que esses 2 bilhões de litros descartados sejam recolhidos, e cheguem às usinas", explicou Hori.
A logística de transporte e armazenamento do material coletado é o principal ponto a ser melhorado, de acordo com o coordenador executivo do PNBE, Percival Maricato.
"Já trabalhamos com alguns parceiros, mas queremos transformar esse conhecimento operacional em escala. Com o apoio da Fiesp e das unidades do Ciesp pelo interior de São Paulo, seria possível fazer um trabalho de educação ambiental e potencializar a ação", sugeriu o executivo.
A competitividade do resíduo está diretamente ligada aos custos logísticos. Segundo Jorge Hori, o planejamento possibilita agregar valor ao insumo. "Se houver escala, cai o custo do transporte, e há estimativa de que se possa pagar até R$ 1 por litro de óleo para quem contribuir", assegurou.
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