"Até eu vou querer plantar palma", disse o presidente Lula, em Tomé-Açu, ao lançar na manhã desta quinta (6) o Programa de Produção Sustentável de Óleo de Palma no Brasil naquele município. Ao ler a informação de que os produtores de dendê das regiões do Guamá, Tocantins e Capim rece
SECOM - PA"Até eu vou querer plantar palma", disse o presidente Lula, em Tomé-Açu, ao lançar na manhã desta quinta (6) o Programa de Produção Sustentável de Óleo de Palma no Brasil naquele município. Ao ler a informação de que os produtores de dendê das regiões do Guamá, Tocantins e Capim receberão um salário enquanto aguardam a colheita do plantio, o presidente Lula fez uma brincadeira para chamar a atenção para os incentivos assegurados pela Petrobras para garantir a produção .
"Boto a mudinha lá, jogo uma uréia e ainda recebo salário. Até eu vou querer plantar palma", disse Lula, ao alertar, contudo, que o plantio não deve ser feito sem um contrato formal com a empresa. "Não é pro companheiro inventar de plantar sem antes assinar contrato", advertiu, ao explicar que é por meio desse documento que o agricultor receberá a muda e terá condições de pagar o financiamento, por causa da garantia de assistência técnica e segurança na venda do que for produzido. São 900 parceiros na agricultura familiar e a meta é chegar a 13 mil até 2014. "Só temos que estar espertos para o preço da venda do quilo do óleo. Já não estarei na Presidência, mas vou ficar de olho, para garantir um preço justo no futuro".
Duas linhas - O presidente Lula disse que para os produtores rurais e cooperativas de maior porte há duas linhas de financiamento: o Prop-Flora, que financia até 300 mil reais com juros de 6,75% ao ano; e o Produza, com juros de 5,75% ao ano para projetos de até 400 mil reais. Há 300 médios e grandes produtores na cadeia produtiva do dendê e a meta é chegar a 2014 com 14.500 produtores. Lula explicou que a linha de financiamento do Produza tem juros mais baixos porque é voltada à recuperação de áreas degradas. Ele mencionou também a criação de uma Câmara Setorial para fiscalizar as ações e regular o funcionamento da cadeia do dendê no Pará, com a participação do governo, dos empresários e trabalhadores.
Já sem ler o documento, o presidente pediu para falar umas palavras "sem o papel". "Companheiros e companheiras, tenho 64 anos e não sei quanto tempo a gente dura, só Deus é que sabe", disse o presidente, ao observar que os mais novos que ele, em Tomé-Açu, "terão a oportunidade de colher os frutos do que estamos plantando no Pará".
Lula disse que o Estado não pode mais se resignar ao papel de simples fornecedor de matéria-prima. "Não pode se contentar só com exportar madeira e minério de ferro. Precisamos gerar emprego em renda neste Estado. Por isso, a Petrobras está investindo no Norte e Nordeste. Nós aqui no Pará vamos produzir dendê pra colocar no feijão, na moqueca e para despoluir o mundo, com óleo limpo, gerador de riquezas, emprego e renda para colocar no tanque dos carros que produzimos", disse o presidente Lula.
Revolução
Segundo ele, com a usina virá certamente uma escola técnica para formar profissionais. "Tamos fazendo o começo de uma revolução nessa região. Espero estar vivo para voltar aqui daqui a sete anos para ver o que aconteceu aqui. Deixo a presidência em 1º de janeiro, mas não saio da vida política. Vou continuar viajando o Brasil, contribuindo com meus companheiros e o melhor será passar por aqui e vocês me chamarem de companheiro", disse ele, ao informar que será o único presidente do Brasil que não tem diploma universitário, mas terminará o mandato como o que mais fez universidades e escolas técnicas. "De 1909 até eu chegar no governo foram feitas 197 escolas técnicas no País. Entregamos mais de 200 em oito anos", lembrou. "O meu compromisso com o povo de Tomé-Açu é vir daqui a cinco ou seis anos pra colher o primeiro cacho de dendê pra gente moer".
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