"O uso eficiente da energia pode ser um excelente negócio no aspecto financeiro, além de reduzir o impacto ambiental das atividades industriais", afirma o gerente operacional do Programa Gerbi no Brasil, Raymundo Aragão. O Programa, de redução da emissão de gases que provocam o efeito estufa n
"O uso eficiente da energia pode ser um excelente negócio no aspecto financeiro, além de reduzir o impacto ambiental das atividades industriais", afirma o gerente operacional do Programa Gerbi no Brasil, Raymundo Aragão. O Programa, de redução da emissão de gases que provocam o efeito estufa na indústria brasileira, foi criado por consultoras canadenses e promove, nesta sexta-feira (20/08) e no sábado, o curso Planejamento Energético Corporativo, na Fundação Getúlio Vargas, no Rio.
O Gerbi é um programa financiado pelo Fundo de Mudança Climática do Governo Canadense e administrado pela Agência Canadense de Desenvolvimento Internacional, que tem o objetivo de fornecer informações e recursos para que as indústrias gerenciem o uso da energia com maior eficiência, consumindo menos e de forma mais limpa. O resultado é a redução dos custos operacionais e maior competitividade.
O Brasil é responsável por cerca de 3% das emissões mundiais de gases que provocam o efeito estufa, dos quais 2% são decorrentes de queimadas e desmatamentos e 1% é decorrente de queima e utilização de combustíveis para a produção de energia e processamento industrial. A cifra é considerada expressiva e, além de ter efeitos negativos para o meio ambiente, também representa perdas para as empresas.
Segundo os consultores canadenses, Douglas Tripp e Stephen Dixon, o gerenciamento sugerido pelo Gerbi pode promover uma redução de despesas e de consumo de energia em cerca de 10%, sem considerar o investimento de equipamentos. "Na verdade, o investimento em equipamentos sem a conscientização sobre o uso eficiente da energia não resulta na redução dos custos", comenta Douglas Tripp, do Instituto Canadense de Treinamento em Energia.
O Gerbi começou em 2002 e continua até março de 2005, com financiamento do governo canadense. Depois deste período, o programa terá que ser auto-sustentado. Para permitir esta auto-sustentabilidade, o Gerbi e a FGV estão estudando, em parceria, a criação de um curso sobre financiamento para programas de eficiência energética, voltado para a comunidade financeira. A Fundação Getúlio Vargas também pretende realizar o curso de Planejamento Energético Corporativo duas vezes por ano.
O mercado do bem - Enquanto crescem economicamente, os países emergentes tendem a aumentar sua emissão de gases que provocam o efeito estufa. No entanto, o comércio de certificados de redução destas emissões representa um bom negócio para os menos industrializados. Embora as opções de industrializar-se ou vender certificados pareçam excludentes, a equação tem solução: eficiência energética e evolução tecnológica.
O uso eficiente da energia está diretamente ligado à redução da emissão de gases que provocam o efeito estufa. Consumindo menos energia e de maneira limpa, as empresas de obtêm maior cresicmento na produtividade e na produção com menores impactos ambientais, o que garante que o balanço de certificados de redução de gases continue positivo.
"A idéia de que no futuro vamos esgotar nossa capacidade de crescimento porque vendemos todas as cotas de carbono a que temos direito de emitir não faz sentido, porque a tendência é que haja o desenvolvimento de melhores práticas e tecnologias menos poluentes", explica Aragão.
Segundo ele, a compensação econômica pela redução do CO2 beneficia os países menos desenvolvidos, que têm mais certificados para vender, e cobra dos industrializados que estiveram poluindo o planeta por muito mais tempo. Por outro lado, a redução da emissão de carbono é bom para todos. "É o mercado do bem", resume.
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