Combustíveis

Produtores temem que boom do álcool provoque escassez de milho

Valor Econômico
24/08/2006 03:00
Visualizações: 479

O maior medo da turma do etanol nos Estados Unidos é que falte milho para sustentá-la. Se todas as usinas que estão em planejamento ou em construção em Iowa estivessem funcionando, a demanda da indústria seria equivalente a 60% da produção de milho do Estado, segundo o Birô Agrícola de Iowa, uma associação dos produtores locais.

Se todo esse milho fosse usado para fazer combustível, haveria enormes dificuldades para a indústria alimentícia e os fabricantes de rações animais que hoje compram grande parte da colheita de milho nos Estados Unidos. Calcula-se que a produção de etanol consumirá neste ano um quinto da safra, ou cerca de 55 milhões de toneladas.

As estimativas mais recentes do Departamento de Agricultura dos EUA indicam que a safra de milho deste ano deverá ser a terceira maior da história do país. Entre os fatores que têm estimulado a demanda pela mercadoria, o principal é o etanol. A previsão é que a procura faça o preço do milho aumentar 18%.

O crescimento da produção de milho também tem afetado outras culturas. Há cinco anos, a área plantada de Iowa era dividida praticamente meio a meio entre o milho e a soja. Neste ano, os milharais se estendem por cerca de 60% da área cultivada. "Se continuarmos nesse ritmo, as implicações para a agricultura mundial serão enormes", diz o diretor de pesquisas do Birô Agrícola de Iowa, Dave Miller.

Os Estados Unidos, que hoje são os maiores exportadores de milho do mundo, podem se tornar importadores da mercadoria para saciar as necessidades da produção de etanol. Países como o Brasil podem ganhar mais espaço no mercado de soja, com o declínio da produção americana. "Os preços das principais culturas seriam afetados no mundo inteiro", diz Miller.

Muitos especialistas acham que o milho será aos poucos substituído por outras matérias-primas na produção de etanol. A principal aposta nos EUA é o etanol celulósico, que pode ser feito com as folhas que cobrem as espigas de milho, a palha do arroz e outros restos habitualmente descartados pelos agricultores. Mas ainda falta descobrir uma maneira economicamente viável de usar esses materiais para produzir etanol.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
COP30
Soluções baseadas na Natureza: mitigar mudanças climátic...
10/11/25
Combustíveis
Etanol registra alta na primeira semana de novembro, apo...
10/11/25
Brandend Content
Oil States participa da OTC Brasil 2025 e reforça seu co...
07/11/25
Resultado
Lucro líquido da Petrobras chega a US$ 6 bilhões no terc...
07/11/25
ANP
XIII Seminário de Segurança Operacional e Meio Ambiente ...
07/11/25
Indústria Naval
Transpetro lança licitação para contratação de navios de...
07/11/25
COP30
Embrapii participa de atividades sobre inovação na indústria
07/11/25
ANP
Combustível do Futuro: ANP fará consulta e audiência púb...
07/11/25
COP30
IBP defende adoção de critérios globais para uma transiç...
06/11/25
Gás Natural
ANP aprova Plano de Ação referente às tarifas de transpo...
06/11/25
Offshore
Descomissionamento é tema estratégico
06/11/25
Meio Ambiente
Equinor e USP iniciam projeto de pesquisa de captura e a...
06/11/25
Resultado
BRAVA Energia registra recorde de receita líquida com US...
06/11/25
Resultado
Vibra registra forte geração de caixa e margens consiste...
06/11/25
Resultado
ENGIE Brasil Energia registra lucro líquido ajustado de ...
06/11/25
Apoio cultural
Transpetro une preservação cultural e desenvolvimento su...
06/11/25
Internacional
Malásia quer se tornar polo global de captura e armazena...
05/11/25
Meio Ambiente
ANP realiza workshop sobre emissões de metano em conjunt...
05/11/25
Combustíveis
Procon Carioca firma parceria inédita com o Instituto Co...
05/11/25
Energia Elétrica
Thopen adquire operação de geração distribuída de energi...
05/11/25
Resultado
PRIO divulga resultados do 3T25 com avanços em Wahoo, Al...
05/11/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.