Combustíveis

Produtores temem que boom do álcool provoque escassez de milho

Valor Econômico
24/08/2006 00:00
Visualizações: 538

O maior medo da turma do etanol nos Estados Unidos é que falte milho para sustentá-la. Se todas as usinas que estão em planejamento ou em construção em Iowa estivessem funcionando, a demanda da indústria seria equivalente a 60% da produção de milho do Estado, segundo o Birô Agrícola de Iowa, uma associação dos produtores locais.

Se todo esse milho fosse usado para fazer combustível, haveria enormes dificuldades para a indústria alimentícia e os fabricantes de rações animais que hoje compram grande parte da colheita de milho nos Estados Unidos. Calcula-se que a produção de etanol consumirá neste ano um quinto da safra, ou cerca de 55 milhões de toneladas.

As estimativas mais recentes do Departamento de Agricultura dos EUA indicam que a safra de milho deste ano deverá ser a terceira maior da história do país. Entre os fatores que têm estimulado a demanda pela mercadoria, o principal é o etanol. A previsão é que a procura faça o preço do milho aumentar 18%.

O crescimento da produção de milho também tem afetado outras culturas. Há cinco anos, a área plantada de Iowa era dividida praticamente meio a meio entre o milho e a soja. Neste ano, os milharais se estendem por cerca de 60% da área cultivada. "Se continuarmos nesse ritmo, as implicações para a agricultura mundial serão enormes", diz o diretor de pesquisas do Birô Agrícola de Iowa, Dave Miller.

Os Estados Unidos, que hoje são os maiores exportadores de milho do mundo, podem se tornar importadores da mercadoria para saciar as necessidades da produção de etanol. Países como o Brasil podem ganhar mais espaço no mercado de soja, com o declínio da produção americana. "Os preços das principais culturas seriam afetados no mundo inteiro", diz Miller.

Muitos especialistas acham que o milho será aos poucos substituído por outras matérias-primas na produção de etanol. A principal aposta nos EUA é o etanol celulósico, que pode ser feito com as folhas que cobrem as espigas de milho, a palha do arroz e outros restos habitualmente descartados pelos agricultores. Mas ainda falta descobrir uma maneira economicamente viável de usar esses materiais para produzir etanol.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
PD&I
ANP aprimora documentos relativos a investimentos da Clá...
23/12/25
CBios
RenovaBio: prazo para aposentadoria de CBIOS por distrib...
23/12/25
GNV
Sindirepa aguarda redução no preço do GNV para o início ...
23/12/25
Apoio Offshore
OceanPact firma contrato de cerca de meio bilhão de reai...
23/12/25
Sergipe
Governo de Sergipe e Petrobras debatem infraestrutura e ...
23/12/25
Drilling
Foresea é eleita a melhor operadora de sondas pela 4ª ve...
22/12/25
Certificação
MODEC celebra 10 anos da certificação de SPIE
22/12/25
Pré-Sal
ANP autoriza início das operações do FPSO P-78 no campo ...
22/12/25
IBP
Congresso Nacional fortalece papel da ANP
22/12/25
E&P
Investimento para o desenvolvimento do projeto Sergipe Á...
19/12/25
Bahia Oil & Gas Energy
Bahia Oil & Gas Energy abre inscrições para atividades t...
19/12/25
PPSA
Produção em regime de partilha ultrapassa 1,5 milhão de ...
19/12/25
Petroquímica
Petrobras assina novos contratos de longo prazo com a Br...
19/12/25
Energia Eólica
ENGIE inicia operação comercial total do Conjunto Eólico...
18/12/25
Parceria
Energia renovável no Brasil: Petrobras e Lightsource bp ...
18/12/25
Biorrefinaria
Inpasa anuncia nova biorrefinaria em Rondonópolis (MT) e...
18/12/25
iBEM26
Startup Day vai mostrar tendências e inovações do setor ...
17/12/25
PD&I
Rio ganha novo Centro de Referência em Tecnologia da Inf...
17/12/25
Etanol de milho
Produção de etanol de milho cresce, mas disputa por biom...
17/12/25
Gás Natural
Produção de gás natural bate recorde no Brasil, e consum...
17/12/25
Biodiesel
ANP reúne representantes de laboratórios para discussões...
17/12/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.