The Wall Street Journal

Produtores de etanol dos EUA tentam exportar mais

Indústria enfrenta problemas com mercado interno fraco.

Valor Econômico
29/01/2014 10:03
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Os fabricantes de etanol dos Estados Unidos estão apostando nos mercados de exportação ao mesmo tempo em que lutam contra os planos do governo americano de reduzir o nível de mistura obrigatória de álcool na gasolina. Mas a indústria também enfrenta problemas por ter uma estrutura de distribuição voltada principalmente para o mercado doméstico.
A Archer Daniels Midland Co., a Green Plains Renewable Energy Inc. e outros produtores de etanol do país estão tentando ampliar as vendas para o Brasil, México, Ásia e o Oriente Médio.
As exportações podem alcançar 3,8 bilhões de litros neste ano, aumentando sua participação na produção total dos EUA de 5% para 7%, segundo a Associação de Combustíveis Renováveis, a RFA.
Mas esses esforços da indústria, que movimenta anualmente US$ 44 bilhões, podem ser limitados, segundo analistas, porque a maior parte das usinas dos EUA está no Meio-Oeste americano, mais próximas do fornecimento de milho que de portos para escoar o etanol, o que tem elevado os custos de transporte.
A Agência de Proteção Ambiental americana, a EPA, avalia a aprovação de um projeto que pode reduzir pela primeira vez a exigência anual de mistura do etanol na gasolina vendida nos EUA. A decisão deve ser anunciada nos próximos meses.
A indústria do etanol e os defensores dos Estados agrícolas estão pressionando o governo americano para reverter a proposta. O plano exigiria que 49 bilhões de litros de etanol produzido a partir do milho sejam misturados à gasolina este ano, menos que os 53 bilhões de litros anuais previstos pela lei de 2007. A EPA argumenta que o nível exigido pela lei é difícil de ser atingido devido à baixa demanda por combustíveis que tenham uma mistura de etanol superior a 10% e ao baixo consumo no país de forma geral.
As exportações representam uma tábua de salvação à proporção que mais países adotam medidas para reduzir sua dependência do petróleo, dizem executivos da indústria. Eles citam as Filipinas, cuja política de incentivo ao uso de combustíveis renováveis elevou em oito vezes as importações do etanol americano nos primeiros dez meses de 2013 em relação ao mesmo período de 2012, segundo a RFA.
Ainda assim, a RFA calcula que as exportações dos EUA em 2013 tenham ficado abaixo das de 2012, o que seria o segundo recuo anual consecutivo.
Executivos do setor têm demonstrado otimismo, dizendo que as exportações podem ajudar a compensar o fraco crescimento no mercado interno.
"Estou confiante de que seremos capazes de competir", diz Todd Becker, presidente da Green Plains, quarta maior produtora de etanol dos EUA por capacidade. "Não criei esta empresa baseado na política governamental. A EPA anunciou seu plano de redução e, duas semanas depois, eu comprei mais duas usinas de etanol." A Green Plains estima que 10% da sua produção será exportada este ano. Apenas um pequeno volume foi exportado em 2013.
A ADM planeja elevar as exportações cortando custos com energia, assim poderá produzir etanol mais barato, disse recentemente Ray Young, diretor financeiro da empresa.
Apesar das incertezas, o setor está vivendo um dos períodos mais rentáveis em vários anos, graças a uma queda de 40% no preço do milho em 2013.
A margem de lucro para os produtores no começo deste ano era de cerca de US$ 0,81 por galão (3,8 litros), ante um prejuízo de US$ 0,07 por galão há um ano, segundo o Centro para Agricultura e Desenvolvimento Rural da Universidade do Estado de Iowa. A indústria foi afetada em 2012 pela alta do milho causada por uma seca histórica nos EUA.
A recente queda nos preços do milho está ajudando os EUA, segundo maior exportador de etanol depois do Brasil, a vender o biocombustível em torno de US$ 0,10 a US$ 0,30 por galão mais barato do que o etanol brasileiro, feito de cana-de-açúcar, segundo o analista Aakash Doshi, do Citigroup. O preço do contrato futuro do etanol americano caiu cerca de 20% em 2013, para cerca de US$ 1,90 o galão.
Se o governo dos EUA reduzir o nível de mistura na gasolina vendida no país, as exportações americanas de etanol podem chegar a 3,8 bilhões de litros neste ano. O volume seria o segundo maior depois do registrado em 2011.
Mas as empresas de etanol americanas enfrentam muitos desafios para expandir as exportações. Os embarques para a União Europeia, um importador vital, praticamente cessaram por causa de uma tarifa de cinco anos de US$ 83 por tonelada de etanol imposta pela Comissão Europeia, que alegou que os produtores americanos estavam vendendo o produto abaixo do custo. Os produtores dizem que as alegações são infundadas.
Os EUA enfrentam forte concorrência do Brasil, cujas exportações de etanol devem subir 7% este ano em relação a 2013, para cerca de 3 bilhões de litros, segundo estimativa do Departamento de Agricultura dos EUA. É o quarto ano consecutivo de alta nas exportações brasileiras.
Os produtores dos EUA terão de investir em usinas perto de rios e portos ou melhorar sua capacidade de transportar o etanol para melhor competir com o Brasil e outros produtores no longo prazo, diz Peyton Feltus, presidente da consultoria Randolph Risk Management, de Dallas. "As usinas precisam [...] de acesso a água e ferrovias", diz. Segundo ele, a maioria usa caminhões para o transporte. A menos que o preço do milho continue caindo fortemente, diz, será difícil para os EUA se tornarem "competitivos no mercado mundial".

Os fabricantes de etanol dos Estados Unidos estão apostando nos mercados de exportação ao mesmo tempo em que lutam contra os planos do governo americano de reduzir o nível de mistura obrigatória de álcool na gasolina. Mas a indústria também enfrenta problemas por ter uma estrutura de distribuição voltada principalmente para o mercado doméstico.

A Archer Daniels Midland Co., a Green Plains Renewable Energy Inc. e outros produtores de etanol do país estão tentando ampliar as vendas para o Brasil, México, Ásia e o Oriente Médio.

As exportações podem alcançar 3,8 bilhões de litros neste ano, aumentando sua participação na produção total dos EUA de 5% para 7%, segundo a Associação de Combustíveis Renováveis, a RFA.

Mas esses esforços da indústria, que movimenta anualmente US$ 44 bilhões, podem ser limitados, segundo analistas, porque a maior parte das usinas dos EUA está no Meio-Oeste americano, mais próximas do fornecimento de milho que de portos para escoar o etanol, o que tem elevado os custos de transporte.

A Agência de Proteção Ambiental americana, a EPA, avalia a aprovação de um projeto que pode reduzir pela primeira vez a exigência anual de mistura do etanol na gasolina vendida nos EUA. A decisão deve ser anunciada nos próximos meses.

A indústria do etanol e os defensores dos Estados agrícolas estão pressionando o governo americano para reverter a proposta. O plano exigiria que 49 bilhões de litros de etanol produzido a partir do milho sejam misturados à gasolina este ano, menos que os 53 bilhões de litros anuais previstos pela lei de 2007. A EPA argumenta que o nível exigido pela lei é difícil de ser atingido devido à baixa demanda por combustíveis que tenham uma mistura de etanol superior a 10% e ao baixo consumo no país de forma geral.

As exportações representam uma tábua de salvação à proporção que mais países adotam medidas para reduzir sua dependência do petróleo, dizem executivos da indústria. Eles citam as Filipinas, cuja política de incentivo ao uso de combustíveis renováveis elevou em oito vezes as importações do etanol americano nos primeiros dez meses de 2013 em relação ao mesmo período de 2012, segundo a RFA.

Ainda assim, a RFA calcula que as exportações dos EUA em 2013 tenham ficado abaixo das de 2012, o que seria o segundo recuo anual consecutivo.

Executivos do setor têm demonstrado otimismo, dizendo que as exportações podem ajudar a compensar o fraco crescimento no mercado interno.

"Estou confiante de que seremos capazes de competir", diz Todd Becker, presidente da Green Plains, quarta maior produtora de etanol dos EUA por capacidade. "Não criei esta empresa baseado na política governamental. A EPA anunciou seu plano de redução e, duas semanas depois, eu comprei mais duas usinas de etanol." A Green Plains estima que 10% da sua produção será exportada este ano. Apenas um pequeno volume foi exportado em 2013.

A ADM planeja elevar as exportações cortando custos com energia, assim poderá produzir etanol mais barato, disse recentemente Ray Young, diretor financeiro da empresa.

Apesar das incertezas, o setor está vivendo um dos períodos mais rentáveis em vários anos, graças a uma queda de 40% no preço do milho em 2013.

A margem de lucro para os produtores no começo deste ano era de cerca de US$ 0,81 por galão (3,8 litros), ante um prejuízo de US$ 0,07 por galão há um ano, segundo o Centro para Agricultura e Desenvolvimento Rural da Universidade do Estado de Iowa. A indústria foi afetada em 2012 pela alta do milho causada por uma seca histórica nos EUA.

A recente queda nos preços do milho está ajudando os EUA, segundo maior exportador de etanol depois do Brasil, a vender o biocombustível em torno de US$ 0,10 a US$ 0,30 por galão mais barato do que o etanol brasileiro, feito de cana-de-açúcar, segundo o analista Aakash Doshi, do Citigroup. O preço do contrato futuro do etanol americano caiu cerca de 20% em 2013, para cerca de US$ 1,90 o galão.

Se o governo dos EUA reduzir o nível de mistura na gasolina vendida no país, as exportações americanas de etanol podem chegar a 3,8 bilhões de litros neste ano. O volume seria o segundo maior depois do registrado em 2011.

Mas as empresas de etanol americanas enfrentam muitos desafios para expandir as exportações. Os embarques para a União Europeia, um importador vital, praticamente cessaram por causa de uma tarifa de cinco anos de US$ 83 por tonelada de etanol imposta pela Comissão Europeia, que alegou que os produtores americanos estavam vendendo o produto abaixo do custo. Os produtores dizem que as alegações são infundadas.

Os EUA enfrentam forte concorrência do Brasil, cujas exportações de etanol devem subir 7% este ano em relação a 2013, para cerca de 3 bilhões de litros, segundo estimativa do Departamento de Agricultura dos EUA. É o quarto ano consecutivo de alta nas exportações brasileiras.

Os produtores dos EUA terão de investir em usinas perto de rios e portos ou melhorar sua capacidade de transportar o etanol para melhor competir com o Brasil e outros produtores no longo prazo, diz Peyton Feltus, presidente da consultoria Randolph Risk Management, de Dallas. "As usinas precisam [...] de acesso a água e ferrovias", diz. Segundo ele, a maioria usa caminhões para o transporte. A menos que o preço do milho continue caindo fortemente, diz, será difícil para os EUA se tornarem "competitivos no mercado mundial".

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