De acordo com o coordenador do CEMAP-EESP-FGV e professor da Escola de Economia da FGV-SP, Emerson Marçal, a queda industrial, anunciada nesta quinta-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), está dentro do previsto. “A demanda começou a cair, ou seja, os consumidores passaram a gastar menos e a apreciação do câmbio, que provocou uma maior concorrência com os produtos importados, foram os principais motivos que desencadearam essa queda”.
Para os próximos meses, a tendência é que a queda de produção se mantenha. “Os efeitos dos cortes de juros realizados pelo Banco Central podem ser positivos sobre a atividade ao longo do ano. Enquanto isto não ocorrer, a produção industrial pode continuar caindo. Alguns setores industriais podem reduzir ritmo de contratações ou até mesmo demitirem”.
Vale ressaltar que esse resultado negativo não deve afetar o resultado do PIB. “A indústria contribui com uma parte pequena do PIB, por isso, o resultado agregado sofre influencia pequena da indústria e o PIB deve apresentar um crescimento maior do que a indústria”, afirma Marçal. Ele acredita que o fechamento anual de produção deve apresentar números tímidos. “No final do ano, com os efeitos das reduções de juros sendo sentidos, a indústria pode crescer na casa de 1%. Os estímulos via crédito podem fazer com que algumas categorias de bens duráveis venham a reagir como o setor automobilístico, por exemplo”, finaliza.