Campos Maduros

PRIO investe em pesquisa, desenvolvimento e inovação para aumento de eficiência em campos maduros

Empresa não trabalha com linhas pré-definidas - novas parcerias com startups e instituições de ensino focam no uso de tecnologia aplicada aos desafios atuais da operação.

Redação TN Petróleo/Assessoria
09/07/2024 18:26
PRIO investe em pesquisa, desenvolvimento e inovação para aumento de eficiência em campos maduros Imagem: Divulgação Visualizações: 1242 (0) (0) (0) (0)

Com o objetivo de buscar as melhores soluções para produzir em meio aos desafios inerentes a campos maduros, a PRIO investe em pesquisa e inovação como uma das formas de captação de oportunidades. Como resultado, a maior empresa independente de óleo e gás do país firmou no primeiro semestre deste ano três novas parcerias direcionadas à recuperação avançada e à inversão sísmica. 

"Estamos abertos a aprender e buscar as melhores soluções do mercado com foco em alta performance e resultado. Se for preciso, testamos, promovemos o desenvolvimento e fazemos diferente. Nossa busca é por aplicações práticas para solucionar os problemas inerentes à operação de campos maduros - que vão desde a gestão de reservatório até tratamento de corrosão e gestão de riscos. Queremos, entre outras coisas, aumentar o fator de recuperação dos reservatórios e incrementar produção, sempre com foco na segurança", explica Francilmar Fernandes, Diretor de Operações da PRIO. 

A companhia iniciou conversas em 2023 com potenciais parceiros com foco em aprofundar o conhecimento nos mecanismos pelos quais cada método incrementa a sua produção. Os contratos foram firmados com a PUC-Rio, UFF (Universidade Federal Fluminense) e com a startup Wikki – que cria modelos matemáticos e simulações digitais para setores industriais.  

"A estrutura de P,D&I que montamos nasceu focada na resolução de problemas reais e de alto impacto na PRIO. Com isso, as definições das nossas linhas de pesquisa são 'vivas' e reajustadas trimestralmente com o surgimento de novos desafios. É difícil apontar todos os temas de interesse. Alguns já começam a ser bem desenhados, outros vamos dando forma aos poucos", destaca Arthur de Almeida, engenheiro de reservatórios e ponto focal de P,D&I na PRIO.  

Recuperação avançada  

A injeção de água de baixa salinidade é um dos temas que vem sendo acompanhado de perto pela petroleira nos últimos anos. A parceria firmada com a Wikki foca em aprofundar esse assunto e vencer os desafios em relação ao entendimento dos fenômenos pelos quais esse tipo de tratamento aumenta a recuperação de óleo. Com tecnologias de código aberto e simulações digitais, a startup terá o objetivo de compreender e analisar o impacto da composição de sais na água injetada em diferentes litologias (ou rochas), para assim otimizar a recuperação de óleo na concentração ideal. 

"A intenção é desenvolver um simulador que seja capaz de prever o efeito da água Low-Salinity para diferentes concentrações iônicas e condições de reservatório, bem como comparar seu efeito com outros métodos de recuperação avançada", destaca Arthur.  Rodrigo Dias, CEO da Wikki Brasil, afirma que a sinergia cultural foi fundamental para firmarem a parceria. "Combinamos a agilidade da tecnologia com o conceito de inovação aberta, contando sempre com a comunicação e o empenho contínuo entre os especialistas das duas empresas", completa. 

Já com o Laboratório de Microhidrodinâmica e Escoamento em Meios Porosos (LMMP), vinculado ao Departamento de Engenharia Mecânica, do CTC/PUC-RIO, a proposta é estudar o efeito de micro emulsões na injeção de água como método de recuperação avançada para dois dos campos operados pela petroleira. O objetivo é refinar os efeitos do tamanho de gota em emulsões na água injetada no reservatório, visando limitar caminhos preferenciais pelos quais a água de injeção escoa deixando óleo para trás. Com isso, a intenção é otimizar as características das emulsões injetadas e estimar seus efeitos no controle da produção excessiva de água, incorporando uma linha de pesquisa ativa.   

"O LMMP já vem desenvolvendo o processo de injeção de emulsões óleo-água como método de recuperação avançada há alguns anos. Neste projeto vamos caminhar na direção da otimização e aplicação dessa técnica levando-se em conta as características específicas de dois campos da PRIO. Estamos muito animados com a parceria e com os resultados que ela vai trazer para o laboratório e a empresa", explica o Prof. Marcio Carvalho, coordenador do LMMP.  

Inversão sísmica 

Outro desafio imediato que a companhia irá trabalhar é o desenvolvimento de um software próprio e adaptado a sua operação, junto com o laboratório GIECAR (Grupo de Interpretação Exploratória e Caracterização de reservatório) da Universidade Federal Fluminense. A tecnologia de inversão sísmica permite compreender melhor a geologia dos campos (como porosidade, tipos de rocha, qualidade da rocha, presença de hidrocarbonetos entre outras propriedades) e maior assertividade para perfuração de poços.  

Softwares similares já foram desenvolvidos no mercado, mas a ideia da PRIO é desenvolver nos próximos dois anos um programa em sua operação de Albacora Leste – completamente adaptado à forma de trabalho e ao tipo de campo com o qual a empresa atua. "As metodologias de Interpretação Sísmica Quantitativa que serão desenvolvidas com a PRIO irão contribuir para uma melhor caracterização geológica-geofísica deste campo e as soluções que irão ser implementadas poderão ser posteriormente aplicadas em outros ativos da empresa", explica Wagner Lupinacci, coordenador do projeto.  

A iniciativa envolve mais de 14 pesquisadores da UFF, entre estudantes de graduação, mestrado, doutorado e professores. "Os projetos com recursos da cláusula de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) têm sido fundamentais para a construção de laboratórios com alta tecnologia e formação de recursos humanos nas universidades brasileiras", complementa Wagner. 

"A proximidade da nossa pesquisa com a operação é um diferencial. Com esse tipo de iniciativa, ganhamos tecnologia e conhecimento próprios, além de contribuirmos para o desenvolvimento e formação de profissionais que conhecem a aplicação na prática da metodologia desenvolvida", explica Igor Neves, especialista de Geofísica e responsável pela gestão do projeto.

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