MME

Previsto para junho de 2025, estudo irá avaliar os efeitos das mudanças climáticas na matriz elétrica brasileira

Projeto tem como objetivo principal apoiar a integração das energias renováveis e eficiência energética no sistema brasileiro de energia.

Redação TN Petróleo/Assessoria MME
09/09/2024 14:47
Previsto para junho de 2025, estudo irá avaliar os efeitos das mudanças climáticas na matriz elétrica brasileira Imagem: Divulgação Visualizações: 1291 (0) (0) (0) (0)

Avaliando os desafios impostos pelas mudanças climáticas, o Ministério de Minas e Energia (MME) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) iniciaram um estudo para avaliar como as mudanças climáticas devem ser incorporadas ao planejamento da matriz elétrica do Brasil do futuro. O projeto intitulado “Impactos das Mudanças Climáticas no Planejamento da Geração de Energia Elétrica”, faz parte das ações da Cooperação Brasil – Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, com recursos do Ministério Federal para a Cooperação Econômica e o Desenvolvimento da Alemanha (BMZ). O estudo será desenvolvido pelo em parceria com o consórcio formado pela PSR e a Tempo OK.

O estudo vai simular os impactos de cenários futuros de mudanças climáticas sobre o sistema elétrico brasileiro, analisando, por exemplo, como alterações nas variáveis de precipitação, temperatura, irradiação solar e vento poderão impactar o planejamento e a operação da matriz elétrica brasileira. Como recursos, serão utilizadas projeções climáticas de modelos do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) e projeções do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).

O ministro Alexandre Silveira enfatiza que o projeto irá apoiar as ações do governo federal na busca por um setor de energia mais eficiente e resiliente à mudança do clima. “As iniciativas do MME estão entre as mais imponentes do mundo, com atuação direta na produção e uso de energia. Esse importante estudo vem para agregar ainda mais na formulação de políticas para a transição energética estratégica e, assim, gerar benefícios para brasileiras e brasileiros”, destacou Silveira. Com previsão de ser concluído em junho de 2025, o estudo tem como objetivo principal apoiar a integração das energias renováveis e eficiência energética no sistema brasileiro de energia.

O principal resultado esperado do projeto é um diagnóstico detalhado de como a matriz elétrica brasileira se comportará diante de diferentes cenários climáticos, possibilitando um planejamento mais resiliente e adaptado às futuras condições climáticas. Além disso, o projeto abordará aspectos sociais importantes, como a pobreza energética e a transição justa e inclusiva, especialmente em regiões vulneráveis como o Nordeste do Brasil.

"Esses conteúdos são insumos importantes e estão bem alinhados com a estratégia que estamos construindo para o setor em termos de planejamento, da expansão de energia, da transição energética e da adaptação aos riscos climáticos", destacou o secretário Nacional de Transição Energética e Planejamento do MME, Thiago Barral.

De acordo com o consultor técnico da EPE, Gustavo Ponte, a iniciativa surgiu a partir da ideia de revisitar o estudo de Integração de Fontes Variáveis Renováveis na Matriz Elétrica do Brasil, publicado em 2020. “Desta vez, são introduzidas novas variáveis, com o objetivo de avaliar a resiliência do sistema elétrico em diferentes cenários de mudanças climáticas projetados no âmbito do CMIP6 do IPCC, o que inclui a avaliação de alterações no consumo de energia elétrica e nos recursos energéticos renováveis, relevantes sobretudo para a geração hidrelétrica, solar e eólica e, consequentemente, para a oferta de energia elétrica para os próximos anos”.

“O projeto Sistemas de Energia do Futuro (no âmbito da Cooperação Brasil-Alemanha) atua junto ao governo brasileiro no sentido de integrar cada vez mais as fontes renováveis variáveis à matriz energética brasileira e mapear os impactos das mudanças climáticas.  Isso é essencial para um melhor planejamento energético e para a avaliação da resiliência do sistema elétrico do Brasil frente a este novo desafio”, explica o diretor do Projeto, Daniel Almarza.

METODOLOGIA

Partindo de um cenário em que a demanda elétrica seja igual ao dobro da atual, serão utilizados modelos computacionais de planejamento da operação energética de médio e longo prazo (SDDP) e de planejamento da expansão energética (OptGen) para a determinação de cenários de expansão da oferta de energia para o atendimento dessa demanda. Em seguida, a partir de três matrizes futuras possíveis, com diferentes composições de fontes e tecnologias, essas ferramentas permitirão realizar simulações operativas do Sistema Interligado Nacional (SIN) considerando os impactos das mudanças climáticas.

A consultoria PSR, responsável pela condução do estudo, destaca que um dos principais aspectos do projeto é o desenho de um ambiente para o planejamento energético que incorpore os impactos das mudanças climáticas, explicitando suas incertezas. “Será uma construção coletiva de novas metodologias e processos. A solução extrapolará a vigência desse projeto e será um legado importante para o planejamento do setor elétrico. O ambiente construído a muitas mãos também estará apto para se beneficiar dos avanços da ciência climática”, comenta o diretor executivo da PSR, Rafael Kelman.

“Esse estudo é muito importante para a resiliência do setor elétrico em um contexto no qual os eventos extremos estão se tornando mais frequentes e as variações meteorológicas, mais intensas”, acrescenta Head de P&D da Tempo OK, Luiz Fernando dos Santos. “A empresa tem experiência na utilização de modelos numéricos de tempo e clima e no desenvolvimento de soluções inovadoras de inteligência meteorológica, com modelos de machine learning para ajustar, refinar e reduzir as incertezas nas projeções climáticas, que podem contribuir para a precisão do estudo”, conclui Santos.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Energia Eólica
Aprovação do Projeto de Lei 576/2021: Eólicas Offshore n...
13/12/24
Energia Elétrica
ENEL lança edital de chamada pública e libera R$ 59,5 mi...
13/12/24
Oportunidade
Subsea7 abre Programa de Estágio 2025 para diversas áreas
13/12/24
Energia Elétrica
Eletrobras conclui instalação de polos do Innovation Gri...
12/12/24
Hidrogênio Verde
Parceria entre SENAI CIMATEC e Galp viabiliza primeira p...
12/12/24
Petrobras
Novos contratos para construção e afretamento de 12 emba...
12/12/24
Etanol
Lei que regulamenta mercado de carbono no Brasil é sanci...
12/12/24
Termelétrica
Eneva conclui aquisição de usina Gera Maranhão
12/12/24
Sustentabilidade
Ambipar e USP inauguram Centro de Pesquisa e Inovação em...
12/12/24
Apoio Offshore
Omni Táxi Aéreo renova contrato com a TotalEnergies
12/12/24
Avaliação
Brasil ocupa 46ª posição em ranking de competitividade d...
12/12/24
Drilling
Foresea realiza primeira operação de perfuração de poço ...
11/12/24
Transição Energética
Senado aprova programa de incentivo a fontes renováveis
11/12/24
Rio Grande do Norte
Diretor do SENAI-RN aponta oportunidades da transição en...
10/12/24
Oferta Permanente
CNPE aprova inclusão de sete blocos na Oferta Permanente...
10/12/24
Rio de Janeiro
Petrobras, IBP, SINAVAL e ABEEMAR promovem rodada de neg...
10/12/24
Oportunidade
Programa Autonomia e Renda Petrobras abre mais 12,7 mil ...
10/12/24
Indústria Naval
CNPE define índice mínimo de 50% de conteúdo local para ...
10/12/24
Mossoró Oil & Gas Expo
Mossoró Oil & Gas 2024 gera R$ 43 milhões em negócios
09/12/24
Oportunidade
Subsea7 abre Programa de Estágio 2025 para diversas áreas
09/12/24
Etanol
Anidro sobe 3,93% na semana; Hidratado valoriza 0,31%
09/12/24
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.