Apesar de resistências internas no próprio país, ele quer modernizá-la.
ValorO presidente eleito do México, Enrique Peña Nieto, enfatizou ontem sua intenção, manifestada desde a campanha eleitoral, de promover uma reforma estrutural na estatal petrolífera Pemex com a finalidade de modernizá-la, apesar de resistências internas no próprio país. Em encontro com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, ficou acertado que executivos da petrolífera mexicana discutirão com representantes da Petrobras, inclusive a presidente Graça Foster, o modelo de gestão adotado pela empresa brasileira, elogiada pelo novo presidente mexicano e classificada por ele como "maior" e "mais competitiva", a partir das mudanças feitas em seu formato administrativo.
No México, grupos nacionalistas criticam a intenção do novo presidente de acabar com o monopólio estatal da petrolífera. À época de sua campanha eleitoral, Peña Nieto chegou a citar a possibilidade de lançar as ações da empresa, semelhante ao que ocorreu na Petrobras, mas com o controle do governo assegurado em questões consideradas estratégicas e sensíveis à economia do país.
"Pedi a colaboração para conhecer essas experiências exitosas que poderão servir para a modernização da empresa petroleira de nosso país. Pedi que conheçamos o que foi a reforma que transformou a Petrobras em uma grande empresa petroleira, justamente ao permitir a participação do setor privado e maior autonomia", disse Peña Nieto em entrevista após reunir-se com a presidente Dilma.
O intercâmbio de experiências referentes à gestão da Petrobras é uma das práticas do governo brasileiro avaliadas como exitosas que Peña Nieto pretende considerar em sua administração. Ele citou ainda políticas públicas na área educacional e no combate à pobreza extrema que também deverão ser estudadas por aquele país.
Peña Nieto também reafirmou o interesse em elevar as relações comerciais com o Brasil, em setores em que ambas as economias possam se encontrar, visando inclusive o maior desenvolvimento regional. O entendimento de ambos os lados é que as transações comerciais entre os dois países estão aquém da dimensão das duas economias. O interesse do novo governo mexicano é manter uma relação com o Brasil não só comercial, mas também política.
Durante o encontro, a presidente Dilma confirmou que comparecerá à posse presidencial no dia 1º de dezembro naquele país, em uma demonstração de continuidade de conversas para retomar relações entre os dois países. A possibilidade de rever a necessidade de vistos para turistas brasileiros que desejam ir ao México também deverá ser considerada pelo novo governo mexicano. Do lado brasileiro, prevaleceu a impressão de que Peña Nieto assumirá o posto presidencial com disposição de reaproximar o México dos demais países da América Latina, principalmente com uma maior convergência política no cenário internacional e em fóruns multilaterais.
Questões comerciais específicas, como uma atuação conjunta entre Petrobras e Pemex no mercado internacional, deverão ser debatidas em encontros futuros.
A própria polêmica envolvendo o acordo automotivo entre Brasil e México não foi objeto de discussão, afirmou Peña Nieto. A melhor saída para a questão, segundo disse, seria uma ampliação do comércio entre os dois países, com a garantia de aumento da presença do Brasil nas importações mexicanas.
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