A revitalização da indústria naval brasileira foi o tema da palestra do presidente da Transpetro, Sergio Machado, que abriu a terceira edição da Feira e Conferência Internacional de Tecnologia Naval e Offshore – Fenashore – nesta segunda-feira (9)
Redação/ Maria Fernanda RomeroA revitalização da indústria naval brasileira foi o tema da palestra do presidente da Transpetro, Sergio Machado, que abriu os trabalhos da terceira edição da Feira e Conferência Internacional de Tecnologia Naval e Offshore – Fenashore – nesta segunda-feira (9), no Caminho Niemeyer, em Niterói. O Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef) foi a mola propulsora do renascimento da construção naval brasileira. As encomendas do programa somam 49 navios.
"O Brasil é a grande carteira de navios do mundo. Esta feira representa um modelo simbólico de retomada da indústria naval" revelou o presidente da Transpetro.
Também na abertura do evento, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, reiterou o compromisso do governo com o aumento do conteúdo nacional na indústria naval e afirmou que o pré-sal vai dobrar o número de empregos gerados pelo setor. “Hoje, são cerca de 200 mil empregos indiretos e, com as demandas do pré-sal, este número vai chegar a quase 500 mil. As empresas brasileiras precisam investir em inovação e tecnologia para aproveitar esta oportunidade”, afirmou Lupi.
Na ocasião, o presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), João Carlos de Luca, afirmou que o setor tem vivido um momento de grandes oportunidades para pequenas, médias ou grandes empresas, mas que são enormes também os desafios, entre os quais destacam-se o aprimoramento das tecnologias e a formação de mão de obra necessária para atender às demandas. No entanto, para De Luca, o maior desafio de todos é encontrar um caminho que garanta a sustentabilidade para além do ciclo virtuoso capitaneado pela indústria de petróleo e gás - o que passa necessariamente pela inserção no mercado internacional.
Ele lembrou que a indústria naval e offshore se desenvolveu tecnologicamente, conquistou competitividade, produtividade e atraiu novos agentes. Hoje, movimenta R$ 5 bilhões por ano e dispõe de uma carteira consistente de projetos e de perspectivas extremamente promissoras, por conta do cenário econômico e, especialmente, pela descoberta do pré-sal na costa brasileira. “Ao final dos debates, esperamos ter um plano diretor que sirva como roteiro do caminho a ser seguido para garantir a sustentabilidade da indústria nacional”, reforçou De Luca.
O prefeito de Niterói, Jorge Roberto Silveira, também presente na cerimônia, destacou que a Niterói Fenashore deixou de ser municipal e passou a ser nacional, já que interessa não apenas à cidade, mas ao Brasil. “Tenho certeza de que esta iniciativa vai trazer inúmeras contribuições para a indústria naval e futuras oportunidades de negócios”, afirmou. Já o secretário de Ciência e Tecnologia de Niterói, José Raymundo Romeo, também defendeu a criação de um plano de sustentabilidade com objetivo de direcionar o setor. Para ele, é preciso criar salvaguardas para evitar que a indústria passe por uma nova crise como a vivida nas décadas de 80 e 90.
O secretário lembrou ainda a parceria da Prefeitura de Niterói com a UFF, o Exército Brasileiro e empresas para a instalação de um parque tecnológico em Niterói. “Essa parceria é fundamental para alavancar o setor e fazer de Niterói um lugar onde as empresas se desenvolvem, inovam e criam tecnologias, e não apenas se instalam.”, ressaltou Romeo.
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Rio de Janeiro, Julio Bueno, afirmou que a indústria naval é vital para a economia do Estado e que a retomada do setor é uma grande oportunidade. No entanto, ele destacou que a indústria ainda sofre as conseqüências da crise vivida na década de 90. Para ele, falta vigor a alguns estaleiros, mas o governo está atuando junto com a indústria na solução deste problema.
Também participaram da cerimônia de abertura da Niterói Fenashore 2009 o secretário de Transportes do Estado do Rio, Julio Lopes, o superintendente da Organização Nacional da Indústria de Petróleo (ONIP), Caio Pimenta, o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) - Regional Leste Fluminense, Sérgio Caetano, o presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Ariovaldo Rocha, e o vice-reitor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Emmanuel de Andrade.
A sustentabilidade da indústria naval e novos desafios surgidos com as descobertas do pré-sal estão entre os temas centrais a serem debatidos na feira, que se estende até quinta-feira (12). A Fenashore 2009 terá cerca de 100 empresas expositoras como, por exemplo, a Transpetro, Rolls-Royce, Grupo Brasbunker, Wellstream, Estaleiros Mauá e Atlântico Sul, entre outras. A expectativa dos organizadores, Prefeitura de Niterói e o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), é atrair um público de 20 mil pessoas.
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