<P>A construção de um túnel interligando as duas margens do canal é a solução apontada pelos prefeitos João Paulo Tavares Papa (PMDB-Santos) e Farid Madi (PDT-Guarujá) para resolver, a médio prazo, os problemas crônicos das travessias de balsas e barcas entre as duas cidades. Esses problem...
CodespA construção de um túnel interligando as duas margens do canal é a solução apontada pelos prefeitos João Paulo Tavares Papa (PMDB-Santos) e Farid Madi (PDT-Guarujá) para resolver, a médio prazo, os problemas crônicos das travessias de balsas e barcas entre as duas cidades. Esses problemas foram indicados na pesquisa IPAT publicada ontem com exclusividade por ATribuna.
Assinalada como prioritária pelo governador José Serra, no final de fevereiro, a alternativa de ligação está em fase de estudos técnicos — entre o túnel ou uma ponte — e será apresentada ainda neste ano, segundo Papa. Serra disse em fevereiro que a obra do túnel é economicamente viável e vai substituir o atual sistema de travessias de veículos, ‘‘um meio de transporte que está muito aquém do que pode ser feito’’.
A construção da passagem, administrada pela Dersa, será entregue por concessão e após licitação, à iniciativa privada, que se remunerará do capital investido através de exploração de pedágio.
MAIS BALSAS
Enquanto não é definida a melhor opção — nos estudos que estão sendo feitos pelas duas prefeituras, com a participação do Governo do Estado através da Dersa — a alternativa, segundo os prefeitos, é melhorar o sistema atual. Explorado pela Internacional Marítima por concessão da Dersa, esse serviço registra um dos maiores movimentos de travessias do mundo. mas atinge pontos de saturação, quando confunde o tráfego marítimo portuário com o de barcas e balsas.
Ouvidos ontem, os dois prefeitos e também os deputados estaduais da região concordam que o Governo do Estado deveria entregar esses serviços via concessão plena, com a empresa selecionada obrigando-se a adquirir e manter novas embarcações, em número suficiente para reduzir o tempo de travessia, principal alvo das críticas dos usuários. A demora excessiva entre uma embarcação e outra foi o problema maior apontado por 49% dos 600 usuários do sistema entre as duas cidades, levando à formação de longas filas nas duas margens e atrapalhando o tráfego urbano. A tarifa também foi criticada por 27.5%, assim como a conservação da barcas, reprovada por 27,4%.
MOVIMENTO NO CANAL
Usuário do sistema desde os tempo de adolescente, quando residiu com os pais em Guarujá, o prefeito Papa lembra-se das balsas de grande porte que tinham, na época, problemas para atracar. E considera que, nos últimos anos, com a compra, pela Dersa, de barcas menores e com melhores condições de navegabilidade, os serviços ‘‘melhoraram muito’’.
Embora concorde que o Governo do Estado possa ampliar o sistema de concessão, levando a iniciativa privada a adquirir e conservar as embarcações, Papa observa que essa alternativa deve ser bem planejada diante do crescimento do movimento no canal do estuário. Ele também não vê solução de ordem prática, nesse momento, para resolver os problemas com as filas de acesso à travessia, dos dois lado do canal, diante do aumento do número de veículos, pessoas e instalações imobiliárias nessas regiões.
‘‘Creio que a ponte ou o túnel são as soluções mais viáveis. E mesmo mantendo transporte público na futura passagem, devemos conservar a travessia de passageiros em balsas, entre o centro de Santos e Vicente de Carvalho, cuja avaliação pela IPAT indicou aprovação dos usuários’’.
PREOCUPAÇÃO EM GUARUJÁ
O prefeito Farid Madi considera que o túnel é, a médio prazo, a melhor opção para facilitar o fluxo de pessoas entre as duas cidades, para trabalhar, estudar ou buscar o lazer, como mostra a pesquisa IPAT. ‘‘O túnel evitará as enormes filas que se formam na Avenida Adhemar de Barros, na nossa cidade, prejudicando o trânsito’’.
Mas, ele está preocupado com a demora na definição e execução dessas obras. ‘‘Se o túnel ficar pronto somente daqui a cinco anos, não podemos aguardar passivamente. Precisamos encontrar alternativas imediatas para melhorar o sistema de travessia atual. Entendo que, entre as soluções, estão a construção de mais um ancoradouro, balsas mais velozes e, principalmente, um trabalho integrado entre as equipes operacionais da concessionária e as prefeituras. Hoje, a responsabilidade sobre as filas fica exclusivamente com os municípios. Como a Dersa é um órgão do Estado, é perfeitamente viável que a Polícia Militar atue no processo de organização das filas’’.
Quanto aos serviços prestados atualmente, Farid Madi entende que a qualidade não é constante. A empresa concessionária (Internacional Marítima) alterna dias de bom e de mau atendimento. Por isso, considera a hipótese de o Governo do Estado licitar a concessão plena da travessia por balsas ‘‘uma possibilidade interessante para a melhoria do serviço’’.
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