Navegação

Predomínio da China elevará fluxo de carga para os oceanos Pacífico e Índico

Avaliação foi feita durante o Fórum Internacional de Transportes.

Valor Econômico
27/05/2014 21:08
Visualizações: 1007 (0) (0) (0) (0)

 

O predomínio da China e do restante da Asia no comércio global vai acelerar a mudança no fluxo de mercadorias nos oceanos, com implicações econômicas e políticas, avalia o Fórum Internacional de Transportes (ITF), órgão intergovernamental que reúne 54 países.
Nas suas projeções, que devem ser publicadas no próximo relatório anual, o ITF conclui que o oceano Atlântico, hoje com o maior trânsito de navios de cargas, até 2050 cairá para terceiro, atrás do Pacífico e do oceano Índico.
"Isso resulta da quantidade da população, de produção industrial e de dinheiro juntos na Ásia", segundo o secretário-geral do ITF, José Viegas, em entrevista ao Valor na conclusão do encontro anual da entidade, em Leipzig. "Até recentemente havia muita produção na Ásia, mas não tinha muito consumo. Agora, haverá mais produção e mais consumo".
Já hoje, dos dez maiores portos de contêineres do mundo, nove estão na Asia oriental e um nos Emirados Árabes Unidos.
Pelas projeções, os EUA, atualmente a maior economia do mundo, vão vender uma quantidade brutal de mercadorias para a China, mas principalmente produtos agrícolas "como se fosse um país em desenvolvimento", diz Viegas.
Isso não significa necessariamente maior concorrência para o Brasil, porque, com a mudança climática, algumas produções podem mudar ao longo dos anos, conforme o modelo de projeção do ITF, que inclui variação dos preços de energia, novos padrões de combustível para navegação, indústrias dependentes de fatores de produção e outras mais dependentes de fatores de distribuição.
As implicações são claras, nota Viegas. De um lado, com a alteração forte no fluxo de comércio, os centros de decisão econômica e política vão gradualmente sendo transferidos para a Ásia.
Alguns analistas apontam ainda para a crescente presença naval da China no oceano Pacífico, em meio a disputas territoriais com o Japão e países do Sudeste Asiático, o que por sua vez leva os EUA a se engajar mais na região.
Outra questão para as autoridades na América Latina é até que ponto compensam certos projetos em curso, a começar pela expansão do Canal do Panamá, passagem de 80 quilômetros entre oceanos Atlântico e Pacífico, para receber navios de carga maiores.
O custo da expansão do canal é estimado em US$ 5,3 bilhões, que o governo espera recuperar com a taxação no tráfego dos navios.
Para Viegas o Canal do Panamá não terá, porém, impacto tão grande quanto se imagina, precisamente porque a matriz de fluxos de mercadorias está se alterando. "Nos próximos 30 anos, em número absoluto, o tráfego de navios será maior no Canal, mas, em percentagem do tráfego mundial, será menor do que é hoje", diz.
A China tornou-se a maior nação em termos de comércio exterior do mundo em 2013, superando os Estados Unidos. O volume de mercadorias negociado pelos chineses passou dos US$ 4 trilhões pela primeira vez, com a segunda maior economia do mundo exportando US$ 2,21 trilhões (+7,9%) e importando US$ 1,95 trilhão (+7,3%).
A China vem aumentando ainda a sua fatia no comércio de serviços. Parte crescente do faturamento do comércio chinês já é em yuan, na tentativa de substituir o dólar e o euro no médio prazo.
O Fórum Internacional de Transportes visa cooperação nas políticas de transportes. José Viegas estará em Brasília no fim do mês e fará nova tentativa de atrair o Brasil a entrar na entidade.

O predomínio da China e do restante da Asia no comércio global vai acelerar a mudança no fluxo de mercadorias nos oceanos, com implicações econômicas e políticas, avalia o Fórum Internacional de Transportes (ITF), órgão intergovernamental que reúne 54 países.

Nas suas projeções, que devem ser publicadas no próximo relatório anual, o ITF conclui que o oceano Atlântico, hoje com o maior trânsito de navios de cargas, até 2050 cairá para terceiro, atrás do Pacífico e do oceano Índico.

"Isso resulta da quantidade da população, de produção industrial e de dinheiro juntos na Ásia", segundo o secretário-geral do ITF, José Viegas, em entrevista ao Valor na conclusão do encontro anual da entidade, em Leipzig. "Até recentemente havia muita produção na Ásia, mas não tinha muito consumo. Agora, haverá mais produção e mais consumo".

Já hoje, dos dez maiores portos de contêineres do mundo, nove estão na Asia oriental e um nos Emirados Árabes Unidos.

Pelas projeções, os EUA, atualmente a maior economia do mundo, vão vender uma quantidade brutal de mercadorias para a China, mas principalmente produtos agrícolas "como se fosse um país em desenvolvimento", diz Viegas.

Isso não significa necessariamente maior concorrência para o Brasil, porque, com a mudança climática, algumas produções podem mudar ao longo dos anos, conforme o modelo de projeção do ITF, que inclui variação dos preços de energia, novos padrões de combustível para navegação, indústrias dependentes de fatores de produção e outras mais dependentes de fatores de distribuição.

As implicações são claras, nota Viegas. De um lado, com a alteração forte no fluxo de comércio, os centros de decisão econômica e política vão gradualmente sendo transferidos para a Ásia.

Alguns analistas apontam ainda para a crescente presença naval da China no oceano Pacífico, em meio a disputas territoriais com o Japão e países do Sudeste Asiático, o que por sua vez leva os EUA a se engajar mais na região.

Outra questão para as autoridades na América Latina é até que ponto compensam certos projetos em curso, a começar pela expansão do Canal do Panamá, passagem de 80 quilômetros entre oceanos Atlântico e Pacífico, para receber navios de carga maiores.

O custo da expansão do canal é estimado em US$ 5,3 bilhões, que o governo espera recuperar com a taxação no tráfego dos navios.

Para Viegas o Canal do Panamá não terá, porém, impacto tão grande quanto se imagina, precisamente porque a matriz de fluxos de mercadorias está se alterando. "Nos próximos 30 anos, em número absoluto, o tráfego de navios será maior no Canal, mas, em percentagem do tráfego mundial, será menor do que é hoje", diz.

A China tornou-se a maior nação em termos de comércio exterior do mundo em 2013, superando os Estados Unidos. O volume de mercadorias negociado pelos chineses passou dos US$ 4 trilhões pela primeira vez, com a segunda maior economia do mundo exportando US$ 2,21 trilhões (+7,9%) e importando US$ 1,95 trilhão (+7,3%).

A China vem aumentando ainda a sua fatia no comércio de serviços. Parte crescente do faturamento do comércio chinês já é em yuan, na tentativa de substituir o dólar e o euro no médio prazo.

O Fórum Internacional de Transportes visa cooperação nas políticas de transportes. José Viegas estará em Brasília no fim do mês e fará nova tentativa de atrair o Brasil a entrar na entidade.

 

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Pessoas
BRAVA Energia anuncia Carlos Travassos como novo Diretor...
28/04/25
OTC 2025
Indústria brasileira vai à OTC 2025 buscando ampliar sua...
28/04/25
Energia Elétrica
Mês de maio tem bandeira amarela acionada
28/04/25
Energia Elétrica
Prime Energy expande atuação em Minas Gerais
28/04/25
Resultado
PPSA encerra 2024 com lucro de R$ 28,8 milhões
28/04/25
Seminário
Estaleiro Mauá realiza Seminário Soluções e Inovações de...
28/04/25
Etanol
Hidratado e anidro fecham a semana em baixa
28/04/25
Etanol
MG deverá colher 77,2 milhões de toneladas de cana na sa...
28/04/25
Bunker
Petrobras e Vale celebram parceria para teste com bunker...
25/04/25
Pessoas
Thierry Roland Soret é o novo CEO da Arai Energy
25/04/25
Combustível
ANP concede autorização excepcional para fornecimento de...
25/04/25
Sísmica
ANP aprova aprimoramento de normas sobre dados digitais ...
25/04/25
RenovaBio
Regulação do RenovaBio trava o mercado e ameaça metas de...
25/04/25
Bacia de Santos
Oil States do Brasil fecha novo contrato com a Petrobras...
24/04/25
Oportunidade
Últimos dias para se inscrever no programa de estágio da...
24/04/25
ESG
Necta Gás Natural reforça compromisso com princípios ESG...
24/04/25
Investimentos
Bahia vai receber fábrica de metanol e amônia verdes e o...
24/04/25
Pré-Sal
Parceria entre CNPEM e Petrobras mira uso do Sirius para...
24/04/25
Meio Ambiente
Porto do Açu e Repsol Sinopec Brasil assinam acordo para...
23/04/25
Combustíveis
Gasolina em Alta: Como o Preço do Petróleo e do Dólar In...
23/04/25
Diesel
Após reajuste da Petrobras, preço do diesel volta a cair...
23/04/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22