Energia Solar

Preço para solar agrada e tende a atrair investidores

Energia solar passou a ser vista como uma alternativa.

Valor Online
07/10/2014 13:09
Visualizações: 1161

 

"Leilão é como uma caixa de bombons... Você nunca sabe o que vai encontrar", diz o executivo, citando uma fala do personagem interpretado por Tom Hanks, no filme "Forrest Gump". Neumann esteve no Brasil no último mês para conversar com investidores interessados no leilão de reserva e fabricantes de painéis que pretendem se instalar no Brasil.
De acordo com Mário Lima, diretor executivo da firma de consultoria EY, ex-Ernst & Young, o preço estipulado para solar foi até mesmo superior às expectativas do mercado, que projetava algo entre R$ 250 e R$ 260 por MWh, o que demonstra o firme interesse do governo federal em desenvolver projetos no país.
Em sua avaliação, isso mostra que os formuladores da política energética brasileira mudaram de opinião em relação à energia solar após a crise enfrentada com a geração hídrica, em razão da seca que castiga a região Sudeste há mais de dois anos. Por permitir uma implementação mais rápida, a energia solar passou a ser vista como uma alternativa.
O preço de R$ 262 por MWh inclui riscos, como a curva de aprendizagem para a construção das usinas, já que não há ainda um histórico sobre o desempenho da energia solar no país, afirma Lima. Tão pouco as estatísticas que existem são muito confiáveis, avalia. "O preço [da energia solar] tende a cair pela metade daqui cinco ou quatro anos", diz o consultor.
De acordo com dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), há 400 projetos de energia solar fotovoltaica inscritos para o leilão, totalizando um potencial de 10.790 megawatts (MW) de capacidade instalada. O montante equivale a quase 10% do parque gerador brasileiro hoje.
Uma das empresas que cadastrou projetos no leilão, a CPFL Renováveis está realizando análises a partir do preço divulgado pela Aneel para decidir se participará ou não da concorrência. "Estamos fazendo as contas e comparando com as propostas que Têm vindo para o fornecimento, a construção e montagem", afirmou o diretor-presidente da empresa, André Dorf.
Para o coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) da UFRJ, Nivalde de Castro, o leilão de energia de reserva com contratação de uma parcela de energia exclusiva da fonte solar vai abrir espaço para a tecnologia. Segundo ele, o leilão cria demanda e garante contratos indexados de longo prazo. "O modelo de contratação via leilões é muito atraente, somado com o fato de que o Brasil tem um potencial de energia solar muito grande e com fator de capacidade alto", disse o especialista.
Sobre o financiamento dos projetos, o consultor da EY afirma que ainda dúvidas se o BNDES vai oferecer empréstimos. Como os estrangeiros têm acesso a linhas de crédito lá fora bem mais baratas, com custos de 3% a 4% ao ano, esses recursos podem ser aportados no Brasil, diz Lima. Nesse sentido, a desvalorização do real ajuda, ao diminuir os orçamentos em moeda estrangeira. O risco cambial dos financiamentos poderia ser reduzido com instrumentos de hedge, avalia Lima. Mas a alta do dólar encarece a importação de equipamentos, que são fabricados em grande parte no exterior, em especial na China.
A tendência, prevê o consultor da EY, é que os investidores estrangeiros busquem sociedades com empreendedores brasileiros, que conhecem o país. "Investir no Brasil é muito difícil. O sistema é travado", diz Lima. Segundo ele, existem muitos obstáculos para o investimento, como a burocracia e a imprevisibilidade regulatória, além das questões fundiárias. No caso das usinas solares, os empreendedores precisam arrendar grandes áreas.
Lima prevê que existem grandes chances de que os empreendedores instalem usinas solares em parques eólicos existentes, para aproveitar a complementariedade e reduzir custos operacionais.
Para o executivo de uma grande fabricante internacional de painéis fotovoltaicos, o preço-teto definido permitirá a contratação de fonte fotovoltaica no leilão de reserva. Ele, no entanto, não forneceu uma estimativa de quanto deverá ser contratado na licitação.

"Leilão é como uma caixa de bombons... Você nunca sabe o que vai encontrar", diz o executivo, citando uma fala do personagem interpretado por Tom Hanks, no filme "Forrest Gump".

Neumann esteve no Brasil no último mês para conversar com investidores interessados no leilão de reserva e fabricantes de painéis que pretendem se instalar no Brasil.

De acordo com Mário Lima, diretor executivo da firma de consultoria EY, ex-Ernst & Young, o preço estipulado para solar foi até mesmo superior às expectativas do mercado, que projetava algo entre R$ 250 e R$ 260 por MWh, o que demonstra o firme interesse do governo federal em desenvolver projetos no país.

Em sua avaliação, isso mostra que os formuladores da política energética brasileira mudaram de opinião em relação à energia solar após a crise enfrentada com a geração hídrica, em razão da seca que castiga a região Sudeste há mais de dois anos.

Por permitir uma implementação mais rápida, a energia solar passou a ser vista como uma alternativa.

O preço de R$ 262 por MWh inclui riscos, como a curva de aprendizagem para a construção das usinas, já que não há ainda um histórico sobre o desempenho da energia solar no país, afirma Lima.

Tão pouco as estatísticas que existem são muito confiáveis, avalia. "O preço [da energia solar] tende a cair pela metade daqui cinco ou quatro anos", diz o consultor.

De acordo com dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), há 400 projetos de energia solar fotovoltaica inscritos para o leilão, totalizando um potencial de 10.790 megawatts (MW) de capacidade instalada.

O montante equivale a quase 10% do parque gerador brasileiro hoje.

Uma das empresas que cadastrou projetos no leilão, a CPFL Renováveis está realizando análises a partir do preço divulgado pela Aneel para decidir se participará ou não da concorrência. "Estamos fazendo as contas e comparando com as propostas que Têm vindo para o fornecimento, a construção e montagem", afirmou o diretor-presidente da empresa, André Dorf.

Para o coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) da UFRJ, Nivalde de Castro, o leilão de energia de reserva com contratação de uma parcela de energia exclusiva da fonte solar vai abrir espaço para a tecnologia. Segundo ele, o leilão cria demanda e garante contratos indexados de longo prazo.

"O modelo de contratação via leilões é muito atraente, somado com o fato de que o Brasil tem um potencial de energia solar muito grande e com fator de capacidade alto", disse o especialista.

Sobre o financiamento dos projetos, o consultor da EY afirma que ainda dúvidas se o BNDES vai oferecer empréstimos.

Como os estrangeiros têm acesso a linhas de crédito lá fora bem mais baratas, com custos de 3% a 4% ao ano, esses recursos podem ser aportados no Brasil, diz Lima.

Nesse sentido, a desvalorização do real ajuda, ao diminuir os orçamentos em moeda estrangeira.

O risco cambial dos financiamentos poderia ser reduzido com instrumentos de hedge, avalia Lima.

Mas a alta do dólar encarece a importação de equipamentos, que são fabricados em grande parte no exterior, em especial na China.

A tendência, prevê o consultor da EY, é que os investidores estrangeiros busquem sociedades com empreendedores brasileiros, que conhecem o país. "Investir no Brasil é muito difícil. O sistema é travado", diz Lima.

Segundo ele, existem muitos obstáculos para o investimento, como a burocracia e a imprevisibilidade regulatória, além das questões fundiárias.

No caso das usinas solares, os empreendedores precisam arrendar grandes áreas.

Lima prevê que existem grandes chances de que os empreendedores instalem usinas solares em parques eólicos existentes, para aproveitar a complementariedade e reduzir custos operacionais.

Para o executivo de uma grande fabricante internacional de painéis fotovoltaicos, o preço-teto definido permitirá a contratação de fonte fotovoltaica no leilão de reserva.

Ele, no entanto, não forneceu uma estimativa de quanto deverá ser contratado na licitação.

 

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Etanol
Anidro sobe 1,07%, e hidratado avança 0,59%
27/10/25
OTC Brasil 2025
WPower Meeting celebra mais uma edição repleta de charme...
27/10/25
OTC Brasil 2025
Evento exclusivo reúne grandes empresas, startups e líde...
24/10/25
OTC Brasil 2025
PRIO compartilha estratégias de negócio para campos madu...
24/10/25
OTC Brasil 2025
BRAVA Energia marca presença na OTC Brasil 2025, com des...
24/10/25
OTC Brasil 2025
OTC Brasil 2025 abre com foco em transição energética, i...
24/10/25
Pessoas
Luiz Carvalho é o novo CFO da Brava Energia
24/10/25
Oferta Permanente
Petrobras informa sobre resultado de leilão da ANP
24/10/25
Firjan
No horizonte 2035+, potencial energético do estado do Ri...
23/10/25
Pré-Sal
PPSA irá leiloar, em dezembro, primeira produção de petr...
23/10/25
OTC Brasil 2025
SLB Brasil marca presença na OTC 2025 com foco em inovaç...
23/10/25
Recursos Humanos
ANP publica novas informações sobre seu Programa de Form...
23/10/25
Leilão
Petrobras vence leilão e arrenda terminal RDJ07 no Porto...
23/10/25
Financiamento
Banco do Nordeste investirá R$ 360 milhões para reforçar...
23/10/25
Oferta Permanente
Equinor arremata dois novos blocos na Bacia de Campos du...
23/10/25
Oferta Permanente
Firjan comemora resultado do Leilão de Partilha da ANP, ...
23/10/25
OTC Brasil 2025
Evento reúne lideranças globais da indústria offshore e ...
22/10/25
Oferta Permanente
3º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha da ANP tem cin...
22/10/25
Posicionamento IBP
3º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha de Produção
22/10/25
Margem Equatorial
Foresea estende contratos das sondas ODN II e Norbe IX c...
22/10/25
OTC Brasil 2025
Masterclass OTC Brasil 2025: Inovação, Liderança e Tecno...
22/10/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.