Petrobras

Preço do petróleo não voltará a US$ 60 o barril, diz Castello Branco

Redação/Boletim SCA
06/05/2020 13:26
Preço do petróleo não voltará a US$ 60 o barril, diz Castello Branco Imagem: Agência Petrobras Visualizações: 843 (0) (0) (0) (0)

O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse nesta terça-feira que espera que a recuperação econômica global ocorra lentamente após a pandemia do novo coronavírus. Diante disso, ele não acredita que os preços do petróleo voltarão ao patamar de US$ 60 ou de US$ 70 o barril.

"O mecanismo de ajuste [da indústria à crise] deve ser lento, depende da recuperação da economia global, que deve ser lenta. Haverá cortes na produção de produtores com custos mais altos. No shale [gás não convencional] americano, são muitas empresas pequenas e que estão alavancadas e serão obrigadas a sair fora do mercado", disse Castello Branco.

"Haverá um equilíbrio, mas acreditamos que o preço não voltará aos níveis de US$ 60 a US$ 70 o barril, como vimos no ano passado", afirmou o executivo durante evento on-line.

O executivo destacou que, em meio à queda dos preços do petróleo, no mercado internacional, a empresa já reduziu os preços da gasolina, nas refinarias, em 52% neste ano. No caso do diesel, a queda é de 48%. "Mostramos que a regra [da paridade internacional dos preços] vale para baixo também", disse.

Publicidade

Segundo ele, porém, a companhia não terá "nenhuma resistência" em aumentar os preços dos combustíveis, se necessário, nas próximas semanas. "Estamos prontos [para reajustar]. Se acharmos necessário, vamos fazer. Não temos nenhuma dificuldade de subir preços", afirmou.

Castello Branco reforçou que essa é a "pior crise da indústria de petróleo dos últimos cem anos" e lembrou que, em abril, a estimativa era de queda da demanda de 30 milhões de barris diários.

"Tivemos uma parada súbita na demanda. Então, precisamos reagir rapidamente. A resposta rápida é muito importante para evitar queima de caixa. Tem que conter o mais rápido possível, senão morre ou fica em estado grave", afirmou.

"Foi o que fizemos. Procuramos encontrar maneiras de vender mais para fazer caixa", disse sobre o crescimento das exportações da Petrobras, que em abril atingiram o patamar recorde de 1 milhão de barris por dia.

"Nem um centavo do governo"

Castello Branco disse que a estatal não pedirá "nem um centavo" ao governo em meio à crise do setor de petróleo. Segundo ele, a Petrobras está bem financeiramente no curto prazo para fazer frente ao choque de preços.

"Não temos nenhuma intenção de pedir nem um centavo do governo, nenhum empréstimo ao BNDES ou à Caixa, nenhum incentivo fiscal. Não vamos fazer nada disso, isso é proibido. Somos os donos do nosso destino", comentou.

Como parte das iniciativas para redução de custos da empresa frente à baixa dos preços do petróleo, ele citou que vem renegociando condições de contratos com grandes fornecedores, incluindo a ampliação de prazos e postergação de entrega de equipamentos. "Já temos algumas negociações acertadas".

Venda de ativos

O executivo disse que a Petrobras mantém a previsão de assinar os contratos de venda de suas refinarias até o fim do ano e concluir os negócios em 2021. A estatal ainda continua monitorando oportunidades para venda da Braskem e de uma fatia adicional na BR Distribuidora via mercado de capitais.

"Isso continua de pé. Não recebemos sinal negativo de desistência de quem quer que seja [pelas refinarias]", afirmou.

Castello Branco comentou que é natural que, em meio à crise, o plano de desinvestimentos sofra atrasos, mas que o interesse pelos ativos da empresa permanece.

"Temos visto a demonstração de renovação de interesse por parte de compradores. Dificilmente fecharemos alguma transação nos próximos dois meses, mas temos a esperança de que, até o fim do ano, alguns ativos que já receberam propostas serão vendidos", disse.

Questionado se a companhia cogita vender ativos do pré-sal, diante da necessidade de fazer caixa, ele respondeu que a empresa não tem "nenhuma intenção" de vender esse tipo de ativo.

Sobre o interesse numa nova oferta secundária das ações da companhia na BR, disse que essa "é uma possibilidade, mas que tem que esperar um pouco", diante da alta volatilidade da bolsa e do momento ruim da economia global.

Castello Branco destacou, ainda, que "vários obstáculos já foram vencidos" para que a companhia transforme a Braskem numa corporation. "Temos que ser pacientes", disse.

"Vejo que temos uma boa oportunidade. Na medida que a economia mundial se recupere e volatilidade baixe, teremos condição de uma saída via mercado de capitais. Acredito que mercado de capitais é sempre a melhor solução", completou.

Divulgação

Relação com a China

Indagado sobre ruídos na relação diplomática do Brasil com a China, o presidente da estatal disse que não teme que "questões políticas" possam enfraquecer a relação comercial da companhia com o gigante asiático.

"O Brasil é uma das fortalezas globais de recursos naturais e a China é uma economia industrial e carente de commodities. Existe uma complementaridade entre as duas economias", afirmou. "A China é um grande mercado e continuaremos a explorá-lo".

Castello Branco destacou que, depois de uma "profunda recessão" no primeiro trimestre, a China "está renascendo", o que traz boas perspectivas para as exportações da Petrobras.

"O petróleo da Petrobras já tem um padrão reconhecido na China, onde há refinadores privados que apreciam muito a qualidade do nosso petróleo", disse em referência ao baixo teor de enxofre do óleo do pré-sal.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Gás Natural
Comgás recebe 41 propostas em chamada pública para aquis...
10/07/25
Pessoas
Lucas Mota de Lima assume gerência executiva da ABPIP
10/07/25
Biometano
Presidente Prudente (SP) inicia obra de R$12 milhões par...
10/07/25
Combustíveis
Preços do diesel, etanol e gasolina seguem tendência de ...
10/07/25
E&P
Hitachi Energy ajudará a Petrobras a analisar alternativ...
10/07/25
Energia Solar
Thopen capta R$ 293 milhões com XP e Kinea e acelera exp...
10/07/25
Exportação
Firjan manifesta grande preocupação com o anúncio de tar...
10/07/25
Debate
IBP debate direitos humanos na cadeia de suprimentos de ...
09/07/25
Macaé Energy
Com mais de dois mil participantes, 2ª edição do Macaé E...
09/07/25
Combustíveis
Vibra amplia presença da gasolina Petrobras Podium e ava...
09/07/25
Biocombustíveis
Brasil: protagonista da transição do transporte internac...
08/07/25
Evento
Nova Era Connections 2025 celebra os 20 anos da Nova Era...
08/07/25
Sustentabilidade
Foresea conquista Selo Social e apresenta resultados exp...
08/07/25
Meio Ambiente
Tecnologia da Unicamp viabiliza produção sustentável de ...
08/07/25
Premiação
Gasmar conquista prêmio nacional com projeto desenvolvid...
08/07/25
Pré-Sal
FPSO Guanabara MV31 lidera produção nacional de petróleo...
08/07/25
Gás Natural
Petrobras vai escoar mais gás do pré-sal para baixar pre...
07/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Petrobras aposta no Sergipe Oil & Gas e será a patrocina...
07/07/25
Indústria Naval
Estaleiros brasileiros e chineses assinam documento para...
07/07/25
Etanol
Anidro sobe 0,11% e hidratado recua 0,17% na semana
07/07/25
Porto de Santos
Ageo Terminais conclui captação de R$ 154 milhões em deb...
07/07/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.