Óleo e Gás

Pré-sal une estaleiros e fornecedores

Valor Online
30/07/2010 09:41
Visualizações: 340
Os grandes estaleiros nacionais estão interessados em desenvolver uma parceria de longo prazo com fornecedores do setor de óleo e gás. É uma forma de ampliar a competitividade da indústria brasileira nas encomendas do pré-sal. Para tentar garantir maior participação das empresas nacionais nas compras de bens e serviços do pré-sal, um grupo de 27 estaleiros criou a Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav). A entidade vai funcionar como um fórum de debates e pretende reunir todos os agentes envolvidos na indústria naval e offshore, inclusive o governo.
 

O crescimento da exploração e produção de petróleo e gás natural em águas profundas tornou o segmento offshore - de construção de plataformas e navios de apoio - um importante mercado para os estaleiros nacionais na última década. E a perspectiva de desenvolvimento do pré-sal abre novas oportunidades. Mas o risco é de que, por falta de competitividade, as empresas não consigam aproveitar os negócios que vão surgir com o pré-sal.
 

Augusto Mendonça, presidente eleito da Abenav para um período de quatro anos, diz que a entidade quer ter os fornecedores de bens e serviços sentados à mesa com os estaleiros conversando de forma direta, sem intermediários. Os estaleiros têm relação comercial com muitos fornecedores, mas o objetivo é ampliar a parceria considerando fornecedores nacionais e estrangeiros. Mendonça diz que é cada vez maior o interesse de empresas estrangeiras da indústria de óleo e gás pelo Brasil.
 

Uma das críticas feitas por especialistas é de que as medidas de estímulo à construção naval, previstas na política industrial do governo federal, só valeram para a ponta da cadeia produtiva, os estaleiros. E não consideraram o setor de navipeças (os fornecedores), que enfrentam a concorrência externa sem proteção tarifária. Mendonça concorda que em um primeiro momento tratou-se de melhorar as condições para permitir a retomada das obras da indústria naval no país. "Não se avançou muito sobre as etapas seguintes da cadeia produtiva", diz. Ele se refere aos fornecedores e às empresas que os atendem com a venda de matérias-primas e produtos semi-acabados. "Essas empresas em seu conjunto precisam ser mais competitivas."
 

Um dos primeiros trabalhos da Abenav será um ciclo de palestras pelo Brasil. Até agora foram programadas 17 apresentações que serão feitas até outubro no Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. Uma das missões da entidade será acompanhar todos os temas relacionados à exploração do pré-sal. Uma das preocupações atualmente é que o projeto de lei que institui o regime de partilha da produção diz que caberá ao Ministério de Minas e Energia definir o conteúdo local mínimo e outros critérios relacionados ao desenvolvimento da indústria nacional. Na avaliação da Abenav, trata-se, portanto, de uma decisão política.
 

A curto prazo as atenções da indústria também estão voltadas para atender a encomenda lançada pela Petrobras para construção de sondas de perfuração para o pré-sal. Mendonça não se mostra preocupado com o fato de o Brasil nunca ter construído esse tipo de equipamento.
 

Diz que quando se definiu conteúdo nacional mínimo para as primeiras plataformas de produção a indústria mostrou que era possível construir no Brasil com inovações desenvolvidas no próprio país. "Com as sondas, não é diferente. A Petrobras fez a licitação e as empresas se prepararam para fornecer. É uma ação típica de desenvolvimento industrial."
 

O presidente da Abenav também discorda do argumento segundo o qual o conteúdo nacional de navios e plataformas no Brasil é garantido, basicamente, pelo fornecimento de aço e mão de obra. Reconhece que a indústria brasileira, com algumas exceções, não está preparada para fornecer turbogeradores e motocompressores, mas cita uma série de itens produzidos no Brasil e que tem valor agregado como cabos elétricos, tubos, válvulas, painéis, sistemas de instrumentação e ar-condicionado e bombas, entre outros.
Mais Lidas De Hoje
veja Também
PPSA
Contratos de partilha vão produzir 2 milhões de barris a...
10/12/25
Logística
Transpetro amplia atuação logística com integração da PB...
09/12/25
Posicionamento IBP
Imposto Seletivo sobre petróleo e gás ameaça exportações...
09/12/25
Energia Solar
ArcelorMittal e Atlas Renewable Energy concluem construç...
09/12/25
ANP
Audiência pública debate apresentação de dados visando a...
09/12/25
Evento
PPSA realiza nesta terça-feira Fórum Técnico para debate...
09/12/25
Firjan
PN 2026-2030 - Novo ciclo de oportunidades é apresentado...
08/12/25
Prêmio ANP de Inovação Tecnológica
Projeto da Petrobras em parceria com a CERTI é vencedor ...
08/12/25
Margem Equatorial
Ineep apresenta recomendações estratégicas para início d...
08/12/25
Energia Elétrica
Primeiro complexo híbrido de energia da Equinor inicia o...
08/12/25
Prêmio ANP de Inovação Tecnológica
Parceria premiada - Petrobras participa de quatro dos se...
05/12/25
Evento
Petrolíferas debatem produção mais limpa e tecnologias d...
04/12/25
Leilão
PPSA arrecada cerca de R$ 8,8 bilhões com a alienação da...
04/12/25
Firjan
Novo Manual de Licenciamento Ambiental da Firjan ressalt...
04/12/25
Transição Energética
Óleo & gás continuará essencial até 2050, dizem especial...
04/12/25
PPSA
Leilão da PPSA oferecerá participação da União em áreas...
04/12/25
Asfalto
IBP debate sustentabilidade e novas tecnologias para o f...
03/12/25
Reconhecimento
Casa dos Ventos conquista Medalha Bronze em sua primeira...
03/12/25
Bacia de Santos
PPSA adia leilão de petróleo da União de Bacalhau para o...
03/12/25
Estudo
Firjan lança a 4ª edição do estudo Petroquímica e Fertil...
03/12/25
Biocombustíveis
Porto do Açu e Van Oord anunciam primeira dragagem com b...
02/12/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.