Pré-sal

Pré-sal anima litoral do Paraná

Encomendas da indústria petroleira podem reativar dois estaleiros em Pontal e criar um novo em Antonina. Multinacional norueguesa já anunciou unidade de R$ 100 milhões na região

A Gazeta do Povo (PR)
21/06/2010 09:21
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Encomendas da indústria petroleira podem reativar dois estaleiros em Pontal e criar um novo em Antonina. Multinacional norueguesa já anunciou unidade de R$ 100 milhões na região



A existência de petróleo na camada pré-sal do mar territorial do Paraná ainda não passa de hipótese, mas pelo menos um município do Litoral está próximo de sair ganhando com o esperado “boom” da indústria petroleira. Em Pontal do Paraná, dois antigos estaleiros podem ser reativados para a montagem de plataformas de exploração de petróleo, gerando cerca de 4 mil empregos diretos, pelas contas da prefeitura. Ainda em Pontal, uma multinacional norueguesa já anunciou investimento de R$ 100 milhões para a construção de uma unidade de soldagem de tubos de aço que, quando pronta, vai empregar cerca de 600 trabalhadores e garantir ao município impostos de R$ 6,5 milhões por ano, o que significará um incremento de quase 20% na arrecadação tributária. E, segundo a Secretaria Es­­tadual de Indústria e Comércio, uma “empresa europeia” estaria estudando construir um estaleiro em Antonina, também na Baía de Paranaguá.



Tubulações



A razão para o interesse no Litoral paranaense está na proximidade com os grandes blocos da Bacia de Santos, que vem se mostrando a mais promissora nas prospecções do pré-sal. Um dos projetos mais adiantados é o do “Parque de Construção Submarina” que a norueguesa Subsea 7 promete erguer em Pontal do Paraná assim que receber a autorização do Ins­tituto Ambiental do Paraná (IAP). A empresa deu entrada no processo de licenciamento em novembro, e no próximo dia 30 realiza a audiência pública para discutir o Estudo e Re­­la­­tório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) do projeto.



Especializada em engenharia submarina, a Subsea 7 está no Brasil há 15 anos e já fornece boa parte de sua produção à Petrobras. A unidade de Pontal vai funcionar como “base de soldagem”: vai “colar” tubos rígidos de aço uns aos outros, formando tubulações flexíveis de mais de mil metros de extensão que, “enroladas”, serão transportadas até os campos petrolíferos. Segundo a empresa, suas atividades vão gerar cerca de R$ 3,8 milhões por ano em Imposto Sobre Serviços (ISS), um tributo municipal, e R$ 10,8 milhões anuais em Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), dos quais 25% ficarão com o município e 75%, com o estado.



Estaleiros



Outro projeto bem encaminhado é o da italiana Techint, que pretende reativar o estaleiro que tem na localidade de Ponta do Poço, também em Pontal. No início de abril, a empresa pediu ao IAP a renovação, pelos próximos três anos, da licença de instalação do empreendimento – um investimento que “passa de bilhão de reais”, segundo afirmou o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, em entrevista ao jornal Valor Econômico. Aberto nos anos 80, o estaleiro ficou parado por cerca de 20 anos e voltou a ser usado entre 2004 e 2006, durante a construção de uma “jaqueta” – estrutura de sustentação de plataformas submarinas – de 6,3 mil toneladas. O projeto consumiu R$ 276 milhões e, no auge, chegou a empregar 1,2 mil pessoas.

“Desta vez será diferente”, diz o prefeito de Pontal, Rudisney Gimenes. “O canteiro da Techint será permanente. Isso vai permitir ao município investir mais em qualificação e capacitação de seus habitantes. Já estamos buscando recursos no Ministério do Trabalho, para capacitar cerca de mil pessoas.” Segundo Gimenes, com a vinda de empresas interessadas no fornecimento de equipamentos para o pré-sal, o município de 18 mil habitantes poderá reviver o auge de seus estaleiros, na década de 80. “Naquela época, tinha mais de 5 mil homens trabalhando aqui. Isso muda toda a economia, a cidade deixa de depender apenas de turismo.”



O prefeito garante que outro antigo estaleiro da cidade, o da Odebrecht, também está prestes a voltar à ativa. Embora a empresa afirme que “a informação não procede”, Gimenes diz que até já assinou carta de intenções com ela. “A prefeitura cedeu a área para a Odebrecht construir o alojamento de trabalhadores, que daqui a alguns anos será doado à prefeitura”, diz. O secretário de estado da Indústria e Comércio, Virgílio Moreira Filho, também já declarou ter conversado com a empresa sobre o assunto. E, se­­gundo o secretário, uma “empresa europeia” estuda a possibilidade de construir um estaleiro em Antonina. “Mas não podemos citar nomes porque não há nada fechado”, explica.



Petrobras - Estatal aceita novos parceiros



A Petrobras iniciou na semana passada o recadastramento de todos os seus fornecedores instalados no Paraná, num processo que vai até 15 de janeiro de 2011. O objetivo da estatal é atualizar uma lista de 6,8 mil empresas, de panificadoras a fabricantes de uniformes, mas o processo também vai permitir a entrada de novas firmas. “O recadastramento é do grupo de fornecedores NRQT, ou seja, não requer qualificação técnica. E, por isso, abrange um universo muito maior que o da indústria metal-mecânica. É a maneira mais fácil de ‘entrar na Petrobras’ e ganhar visibilidade”, diz Juarez Márcio Machado, diretor-executivo da Redepetro-PR, grupo que reúne aproximadamente 50 fornecedoras e potenciais fornecedoras da Petrobras.



Para empresas que buscam o Certificado de Registro de Classificação Cadastral (CRCC), conferido à “elite” dos fornecedores da empresa, aptos a participar de licitações de componentes e equipamentos complexos, o processo é mais trabalhoso. Executivos da estatal vêm a Curitiba na quarta-feira, para explicar o passo a passo do cadastramento aos membros da Câmara de Petróleo e Gás do Paraná, da qual fazem parte empresas e organizações como Sebrae, Senai, Fiep, BNDES e Redepetro.



Instalada no início de abril, a Câmara está fazendo um mapeamento dos possíveis fornecedores do estado e suas necessidades de financiamento em termos de capital de giro, investimento e pesquisa e desenvolvimento. O grupo também vai discutir temas como as políticas públicas para o setor e a necessidade de investimentos em infraestrutura para superar gargalos logísticos. “É um projeto estruturante, de médio prazo, que está apenas no início, porque não existia nenhuma informação antes. Mas está caminhando. E aceitamos adesões”, diz Jean Carlos Alberini, secretário executivo da câmara. (FJ)



Serviço:



Parceira da Petrobras no recadastramento de fornecedores, a Redepetro será responsável por receber e conferir a documentação das empresas. Mais informações, inclusive sobre a Câmara de Petróleo e Gás do Paraná, podem ser obtidas no site www.redepetropr.com.br

 

Fonte: A Gazeta do Povo (PR)/Fernando Jasper

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