Conflito Rússia x Ucrânia

Posicionamento IBP acerca da crise energética internacional

Redação TN Petróleo/Assessoria
09/03/2022 09:54
Posicionamento IBP acerca da crise energética internacional Imagem: Divulgação Visualizações: 1279 (0) (0) (0) (0)

O conflito Rússia-Ucrânia, além dos tristes impactos em vidas e na economia global, com reflexo em todos os países, gerou uma ruptura no mercado de energia e, em especial, no mercado de petróleo e seus derivados.

A Rússia exporta volumes consideráveis de diesel para Europa, é o segundo exportador mundial de petróleo e o primeiro de gás natural. Os impactos observados, ainda que potencialmente conjunturais, são profundos.

Neste momento crítico de risco elevado de ruptura de oferta, o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) alerta para a importância da manutenção dos princípios da liberdade econômica e do perfeito funcionamento dos mecanismos de mercado na formação de preços para os combustíveis, como caminho para garantir o abastecimento nacional, ao mesmo tempo que efetue avanços estruturais no modelo tributário, importante para a consolidação de uma estrutura eficiente e transparente para a sociedade brasileira.

A produção das refinarias nacionais não atende à demanda brasileira, sendo necessário importar derivados, em especial Óleo Diesel, críticos para a economia e sociedade.

Embora exista um grande parque de refino instalado no país, o Brasil é muito grande, com crescimento econômico promissor e com demanda energética crescente. A demanda de combustíveis importados pode chegar a mais de 25% do total em momentos de pico (1 milhão de barris equivalentes/dia de Diesel de demanda, contra cerca de 750 mil de oferta local, somadas as capacidades da Petrobrás e demais produtores).

Assim, o abastecimento depende de uma pluralidade de atores: além dos produtores nacionais de derivados e biocombustíveis, também dos importadores, distribuidores e revendedores. Daí a importância de o sistema de preços informar corretamente o acesso aos produtos e à necessidade de novos investimentos em produção e em infraestrutura logística para distribuição interna e importações.

Em um cenário de restrição de oferta mundial, é imprescindível que os mecanismos de formação de preços não sejam engessados, para que os agentes assegurem o abastecimento nacional via várias fontes de suprimento, nacional e internacional, ao mesmo tempo que, com a certeza da correta liberdade econômica, novos investimentos em produção e infraestrutura continuem a acontecer ou mesmo se acelerem no país.

Mercado competitivo no Brasil

Vale lembrar que, desde 2002, vigora no Brasil o regime de liberdade de preços em todos os segmentos do mercado de combustíveis, com a participação de múltiplos agentes, incluindo os produtores de biocombustíveis, vitais para o presente e o futuro do Brasil e da transição energética. Estes produtos somam-se aos combustíveis fósseis no atendimento à demanda, representando quase um quarto do suprimento energético para o transporte e constituem-se em mais uma vantagem competitiva do nosso país.

Eventual artificialização dos preços é nociva ao abastecimento nacional, à competitividade e à continuidade de investimentos estruturantes em produção e infraestrutura de movimentação de combustíveis e biocombustíveis no país. O combustível mais caro do mundo é o que falta.

A importância de combinar ações estruturantes e ações conjunturais

Reconhecendo a abrangência global e a gravidade do momento, é importante que o Brasil contribua com o avanço de ações estruturantes, ao mesmo tempo que busca, com o excedente de arrecadação que teremos por nossa privilegiada posição de produtor e exportador de petróleo, mitigar o impactos mais extremos da alta conjuntural dos preços.

Nessa direção, urge a concretização da simplificação do modelo tributário de combustíveis, previsto na constituição desde o início dos anos 2000, com a introdução do ICMS monofásico, incidente apenas uma vez no início da cadeia produtiva, com alíquotas ad rem (específicas por litro) e únicas em todo o país, conforme preconiza o PL 11/2020, em discussão no Senado.

Impostos federais, já ad rem, somados aos estaduais, representam a parcela mais relevante do preços finais dos combustíveis, que teriam então sua volatilidade enormemente reduzida, ficando sujeitos apenas à flutuação da matéria prima, com efeitos muito positivos para a economia e a sociedade. Aliada à monofasia e alíquotas uniformes, a enorme simplificação traria redução significativa da sonegação, abrindo espaço para redução estrutural das alíquotas e, portanto, dos preços finais.

Também é natural que existam iniciativas de políticas públicas que visem mitigar os impactos da volatilidade dos preços internacionais sobre os preços internos, no curto prazo, especialmente para a parcela da população mais carente e vulnerável. Neste sentido, sempre que adequadamente apoiadas em análises técnicas, com clareza de regras e limites de valor para sua aplicação, tais medidas poderão trazer importantes benefícios de curto prazo, respeitados os limites fiscais e os excedentes de arrecadação que a conjuntura oferece.

O Brasil deve se orgulhar de sua indústria, uma grande vantagem competitiva global

Importante ratificar que a indústria de óleo e gás no Brasil, possui inúmeras externalidades positivas, gerando milhares de empregos, atraindo investimentos, recolhendo impostos e gerando divisas internacionais, riquezas tão necessárias para os vários níveis de governo fazerem frente às demandas da sociedade e promoverem o bem-estar social e o crescimento sustentável de nosso país.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Rio Grande do Sul
Sulgás defende mobilização de deputados gaúchos para ass...
04/07/25
Biodiesel
ANP recebe doação de equipamentos para detectar teor de ...
04/07/25
Meio Ambiente
Biometano emite até 2,5 vezes menos CO₂ do que eletricid...
04/07/25
Fusões e Aquisições
Petróleo lidera fusões e aquisições globais; especialist...
04/07/25
Investimentos
Petrobras irá investir R$ 33 bilhões em projetos de refi...
04/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Petrobras aposta no Sergipe Oil & Gas e será a patrocina...
04/07/25
Pessoas
Julia Cruz é a nova secretária de Economia Verde, Descar...
03/07/25
Gás Natural
TBG lança produto de curto prazo flexível anual
03/07/25
Resultado
Grupo Potencial cresce 70% em vendas de Arla 32 e planej...
03/07/25
Petroquímica
Vibra entra no mercado de óleos básicos para atender dem...
03/07/25
Biocombustíveis
Brasil pode liderar descarbonização do transporte intern...
03/07/25
Energia Elétrica
PMEs: sete dicas para aderir ao mercado livre de energia
03/07/25
Oportunidade
Vibra adere ao Movimento pela Equidade Racial
03/07/25
Pré-Sal
Oil States assina novos contratos com a Subsea7
02/07/25
Sustentabilidade
Congresso Sustentável CEBDS 2025 reúne 300 pessoas em Belém
02/07/25
Energia Elétrica
Com bandeira vermelha em vigor desde junho, energia reno...
02/07/25
Amazonas
Super Terminais e Governo do Amazonas anunciam primeira ...
02/07/25
Transição Energética
CCEE reforça protagonismo na transição energética durant...
02/07/25
Biodiesel
Indústria doa equipamentos para fortalecer fiscalização ...
02/07/25
Macaé Energy
Licença Prévia do projeto Raia é celebrada na abertura d...
02/07/25
Hidrelétricas
GE Vernova garante pedido de Operação & Manutenção nas u...
01/07/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.