Espírito Santo

Posicionamento da Findes sobre o aumento do Gás Natural

Redação TN Petróleo/Assessoria
06/01/2022 09:11
Posicionamento da Findes sobre o aumento do Gás Natural Imagem: Divulgação Visualizações: 1642

O gás natural tem um relevante papel na Indústria capixaba. O setor industrial corresponde por quase metade (46,6%) do total de gás consumido no Espírito Santo. Essa matriz energética, que é considerada uma transição rumo à energia limpa, pode representar um importante instrumento para o crescimento da economia local e para o desenvolvimento do Estado.

Por isso, a previsão de que a partir de 2022 o gás natural ficará mais caro para os consumidores – sejam eles industriais, comerciais ou residenciais – muito preocupa a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes).

O aumento dos custos para os cerca de 65 mil consumidores do Estado pode colocar em xeque a retomada do crescimento econômico, a atração de empresas para o Estado, a expansão de plantas industriais, a geração de empregos e o estímulo à utilização de uma fonte de energia que reduz a emissão de gás carbônico na atmosfera e oferece menos impacto ambiental.

Portanto, o aumento de até 40% no preço do insumo para o consumidor final, sendo cerca de 30% a partir de janeiro, em função das mudanças na metodologia de cálculo do preço da molécula de gás natural pela Petrobras, vai na contramão dos esforços que vêm sendo feitos nos últimos anos pela Indústria para tornar esse mercado mais barato de modo a garantir mais competitividade para as empresas capixabas.

Um exemplo de que a Indústria vem cumprindo o seu papel na retomada da economia são os dados do segundo trimestre do Indicador de Atividade Econômica do Espírito Santo (IAE), produzido pelo Ideies. De acordo com o material, o Estado teve o seu quarto resultado positivo consecutivo nesta base de comparação e teve o melhor desempenho desde o período pré-pandemia (quarto trimestre de 2019).

A Findes entende que deve haver uma mobilização conjunta e mais esforços, especialmente nas esferas públicas estadual e federal, para reverter a alta dos preços que vem sendo registrada há um ano e meio. Nos últimos 18 meses, houve um acréscimo de 25% no custo da molécula do gás.

A avaliação da Federação é de que, enquanto não houver livre concorrência, há necessidade de a Agência Nacional de Petróleo (ANP) impor limites ao monopolista, no caso a Petrobras, e arbitrar reajustes mais aderentes à realidade nacional.

Vale ressaltar que a Findes compreende o posicionamento da Petrobras – fornecedora da molécula do gás natural – de alinhar a sua política de preços à do mercado internacional, porém, é necessário que os atores públicos adotem medidas mais efetivas e urgentes de modo a destravar o setor. É papel das gestões públicas criar condições para o bom ambiente de negócios e o crescimento da economia.

Outro ponto que a Findes chama a atenção é para o potencial que o Espírito Santo tem no setor gasífero. Hoje, o Estado produz cerca de três vezes mais do que consome, ou seja, estamos diante de uma oportunidade enorme para estimular o segmento e a cadeia produtiva do seu entorno, já que temos vantagem competitiva no transporte. O atual consumo local nos coloca como o 8º maior estado consumidor de gás natural do país, com 4% do consumo nacional.

Por fim, a Findes ressalta que há um compromisso da ES Gás, concessionária responsável pela distribuição do insumo no Estado, de investir mais de R$ 300 milhões em 10 anos ao expandir a malha de gasodutos de distribuição, dobrando assim o número de clientes consumidores nesse prazo. Mas vemos que a concretização desse crescimento deve estar alinhada a preços mais justos no mercado. Caso contrário, qual indústria ou consumidor residencial terá interesse de usar essa matriz energética?

Temos muito a avançar nessa área. O Espírito Santo é referência na produção de gás natural, tem infraestrutura capaz de atender uma demanda maior, tem empresas prontas para investir, criou uma companhia alinhada com o novo marco legal do gás natural, mas, enquanto a redução do custo não chegar aos consumidores finais, vamos perder a oportunidade de desenvolver a nossa indústria, a nossa economia, o nosso Estado.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
iBEM26
Evento internacional de energia abre inscrições para ati...
04/11/25
Etanol
UNICA e Cetesb firmam acordo para fortalecer gestão ambi...
04/11/25
OTC Brasil 2025
Petrobras estuda ter centro logístico no Amapá enquanto ...
03/11/25
Pré-Sal
Campo de Búzios atinge produção recorde de 1 milhão de b...
03/11/25
Mão de obra
Programa de Desligamento Voluntário é lançado pela Petrobras
03/11/25
Etanol
Preços do anidro e do hidratado registram alta
03/11/25
Evento
PPSA reúne CEOs para debater o futuro da indústria de ól...
03/11/25
Evento
Porto do Açu e Porto de Antuérpia-Bruges assinam carta d...
03/11/25
Transição Energética
Fórum Econômico França-Brasil discute transição energéti...
03/11/25
Energia Elétrica
MP do setor elétrico: Órigo Energia ressalta importância...
03/11/25
Posicionamento IBP
PLV 10/2025 prejudica o ambiente de negócios e coloca em...
03/11/25
OTC Brasil 2025
SLB destaca protagonismo e compromisso com a inovação, s...
31/10/25
OTC Brasil 2025
MEQ Energy Hub: Impulsionando o Desenvolvimento Empresar...
31/10/25
OTC Brasil 2025
Foresea é vencedora do 8º Prêmio Melhores Fornecedores P...
31/10/25
OTC Brasil 2025
OTC Brasil 2025 reúne mais de 23 mil pessoas no Rio de J...
31/10/25
Premiação
Empresa baiana atendida pelo Sebrae vence Prêmio Melhore...
31/10/25
Energia Solar
Axial Brasil inicia montagem de trackers solares em usin...
31/10/25
Bacia de Santos
bp avança nos planos para a significativa descoberta de ...
31/10/25
OTC Brasil 2025
Seagems conquista pela quarta vez o Prêmio Melhores Forn...
31/10/25
OTC Brasil 2025
OTC Brasil conecta potencial da Margem Equatorial a inve...
30/10/25
OTC Brasil 2025
Nova versão do Painel Dinâmico de Emissões de Gases de E...
30/10/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.