<P>Nesta segunda-feira, durante reunião de emergência do Conselho de Autoridade Portuária de Itajaí (CAP), representantes de armadores e empresas de navios mercantes deixaram claro que vão buscar novas rotas e cancelar linhas programadas para a região a partir de 10 de abril, caso novos atraso...
Diário Catarinense - SCNesta segunda-feira, durante reunião de emergência do Conselho de Autoridade Portuária de Itajaí (CAP), representantes de armadores e empresas de navios mercantes deixaram claro que vão buscar novas rotas e cancelar linhas programadas para a região a partir de 10 de abril, caso novos atrasos ocorram.
A previsão dos portos, em fevereiro, era ter o acesso normalizado para navios de grande porte até 15 de março. Mas a profundidade do canal, inferior a 11 metros, ainda impede este tipo de operação.
As duas dragas que realizavam o desassoreamento do Rio Itajaí-Açu pararam quinta-feira passada, mas o Porto de Itajaí tomou conhecimento do fato apenas no sábado.
Na reunião do CAP, que reuniu lideranças políticas e empresários do setor, a superintendência do porto apresentou como motivos para a paralisação a falta de pagamento à empresa Consórcio Draga Brasil por parte da contratante, a Secretaria Especial de Portos (SEP).
Outro motivo apontado seria um desacordo entre a empresa e o governo federal sobre a área a ser dragada, que incluiria pontos que não constavam no edital.
Sem resultado
De acordo com o superintendente do Porto de Itajaí, Antônio Aires dos Santos Júnior, além do problema da paralisação, o serviço executado pelo Consórcio Draga Brasil no complexo portuário não está obtendo êxito.
Consultaremos novamente os técnicos da SEP para rever o método, mas também temos um plano B. Vamos contratar uma draga por conta própria para agilizar o trabalho, explicou o superintendente do Porto de Itajaí.
O contrato com o Consórcio Draga Brasil custou R$ 17,5 milhões aos cofres federais e a nova draga terá de ser paga pelos portos de Itajaí e Navegantes.
Uma comitiva de representantes do setor estará em Brasília para uma reunião com o Ministro dos Portos, Pedro Brito, nesta terça-feira.
O presidente do Sindicato das Agências Marítimas do Estado (Sindasc), Eclésio Silva, que também responde pelos armadores, diz que um novo atraso na normalização do acesso para grandes navios será insustentável. O setor ainda não sabe qual será o destino das importações que chegarem a partir de 10 de abril.
Se não houver uma solução até o fim do mês, o prejuízo será imenso. Vai incluir demissões e cancelamentos de linhas de navios,afirma.
Consórcio justifica atrasos
O Consórcio Draga Brasil não confirmou a falta de repasse de recursos federais como justificativa para a paralisação, mas informou, através de comunicado oficial na segunda-feira, que as dragas Hang Jun 5002 e Hang Jun 3001 estão com as atividades suspensas desde quinta-feira passada para manutenção preventiva e também devido à alteração, pela Secretaria Especial de Portos (SEP) do perímetro a ser dragado. A mudança incluiria na dragagem áreas não previstas no edital de contratação.
As chuvas do mês de março foram citadas pelo consórcio como um dos principais motivos de atraso dos trabalhos.
A dragagem é sujeita às intempéries. Quanto mais chove, mais aumenta o assoreamento, declarou na nota João Acácio Gomes de Oliveira Neto, presidente da DTA Engenharia, uma das empresas do consórcio.
A assessoria de imprensa da SEP informou que a falta de pagamento à empresa ocorreu por entraves burocráticos e que deve ser solucionada ainda esta semana. Segundo a secretaria, a possibilidade de ampliação de pontos de dragagem é prevista no contrato.
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