Uma das turbinas da futura Usina Hidrelétrica de Belo Monte, em construção no Pará, com o peso de 106 toneladas, foi a protagonista de uma operação inédita no Porto de Santos. Desembarcada por volta das 14 horas do último domingo no terminal Embraport, na Margem Esquerda do complexo marítimo, na Área Continental da Cidade, a peça foi transportada pelo canal de navegação até as instalações da Libra Terminais, na Margem Direita, na Ponta da Praia.
Denominada como cubo, ela tem um formato circular, com 8,85 metros de diâmetro e 4,1 metros de altura.
Pelas dimensões, já pode-se perceber a complexidade da descarga, que começou a ser preparada em setembro do ano passado pela operadora logística Brasil Projects. Foram feitas tratativas com a Codesp, estatal que administra o cais santista. A Guarda Portuária e a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) também foram acionadas para a operação, assim como a Alfândega.
Fabricada na Coréia do Sul e embarcada no último dia 5 de dezembro em Busan, o principal porto do país, a peça chegou a Santos na última quinta-feira (9), a bordo do navio CMA CGM Don Carlos. O cargueiro atracou no terminal Embraport, que atualmente recebe embarcações da armadora.
As cargas trazidas no Don Carlos foram descarregadas na Embraport. Menos o Cubo. Isso porque as vias de acesso ao terminal não têm a largura suficiente para que ele passasse.
A saída, de acordo com o gerente operacional da Brasil Projects, André Costa, foi levá- la para a Margem Direita, onde o acesso permite seu transporte. Por isto, a peça foi retirada pela cábrea (balsa que conta com um guindaste)Pará, colocada no convés dessa embarcação e levada pelo canal até o ponto 1 do Terminal 35 (T35), da Libra Terminais.
“Com as dimensões da peça, que é bem larga, a alternativa encontrada foi o transporte para outro terminal, já que não havia viabilidade para uma operação rodoviária”, explicou Costa.
No costado do T35, a peça foi colocada pela cábrea em cima de um caminhão para seguir para o interior do estado, onde passará por um processo de usinagem e, depois, irá para o Pará. No entanto, o transporte rodoviário da carga só poderá ocorrer a partir de terça-feira. O motivo é a Operação Verão implantada no Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI) pela concessionária Ecovias.
“Teremos, ao todo, que transportar 12 ou 13 peças como esta. Já recebemos seis parecidas enquanto a Libra ainda descarregava os navios da CMA CGM (no ano passado, a armadora passou a escalar na Embraport). Uma ainda terá dimensões maiores e chegará posteriormente”, explicou o gerente operacional da Brasil Projects.
Operação
A operação de descarga da peça estava prevista para começar às 7 horas de ontem. No entanto, os trabalhos só foram iniciados às 13 horas.
Conforme apurou 'A Tribuna', o atraso ocorreu pois a cábrea Pará, usada no serviço, tinha sido contratada para uma operação na última quinta-feira, na Margem Esquerda. E esse trabalho só conseguiu ser concluído na manhã de ontem. Por isso, a cábrea só conseguiu chegar na Embraport cerca de cinco horas após o combinado.