A Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) registrou nos últimos dois meses um salto na produtividade no que se refere ao embarque e desembarque de mercadorias no Porto do Itaqui, no Maranhão. A medida – que fez reduzir de 22 para 14 dias a média de espera de navios fundeados na Baía de São Marcos – também conseguiu elevar a taxa de ocupação dos berços do terminal.
De janeiro a outubro de 2010, 538 navios atracaram no Itaqui, nos berços 101 a 104 e 106, segundo o Relatório de Movimentação de Cargas da Gerência de Operações da Emap. O destaque é para o berço 101. O atracadouro chegou a estar aproximadamente 90% ocupado em outubro, superando a média dos últimos anos que era de apenas 51%.
O crescimento deve-se a uma série de fatores. Um deles é a dragagem que levou a profundidade do berço de nove para 12 metros. Apesar de ainda não ser fator determinante, possibilita a atracação de navios de maior porte e a operação de novas cargas, dando abertura pra administrar melhor tempo e movimentos no cais. “O 101, apesar de algumas restrições na sua estrutura, deixa agora de ser um cais para operações meramente de gás ou bunker e pequenas cargas, para ser muito mais bem aproveitado”, aponta Gustavo Lago, gerente de Planejamento da empresa portuária.
Somado às obras e atividades de dragagem, outras mudanças operacionais também devem ser consideradas. É o caso da análise detalhada da capacidade dos atracadouros do Itaqui, estudo que a Emap vem fazendo em conjunto com os operadores portuários e os importadores a fim de otimizar mão de obra e equipamentos. “Estamos considerando indicadores como intempéries (chuva, vento, etc.); condições e disponibilidade de equipamentos; veículos para transbordo de mercadorias”, explica o gerente de Gestão Portuária da Emap, Paulo César dos Santos.
Com esse controle, espera-se manter o ritmo acelerado de produtividade e em médio prazo, alcançar números cada vez maiores no porto maranhense. “Chegamos a operar três navios simultaneamente e iniciar operações com outras cargas, como fertilizante no berço 101”, afirma.
Essa melhor utilização dos berços possibilitou um marco nas operações do Porto com fertilizante no mês de outubro. A Emap somou até o dia 31 uma movimentação de 96 mil toneladas do produto, quando a média ficava entre 60 e 65 mil toneladas.
“A utilização mais racional dos berços vem incrementando a movimentação de outras cargas também, como o trigo. O mais importante é que em todas as operações o item mais considerado é a segurança”, conclui Gustavo Lago.