O Porto de Santos precisa investir na ampliação e na modernização dos terminais especializados na movimentação de açúcar, a fim de atender o mercado, que se manterá crescente nos próximos anos, defendeu o ministro dos Portos, Pedr
A Tribuna - SPO Porto de Santos precisa investir na ampliação e na modernização dos terminais especializados na movimentação de açúcar, a fim de atender o mercado, que se manterá crescente nos próximos anos, defendeu o ministro dos Portos, Pedro Brito. A diretriz foi destacada pelo ministro durante sua participação no Santos Export 2010 Fórum Nacional para a Expansão do Porto de Santos, na última terça-feira, em Brasília.
O seminário é uma iniciativa do Sistema A Tribuna de Comunicação e uma realização da Una Marketing de Eventos.Brito também cobrou que os operadores façam obras para que a movimentação da carga -- própria de Santos -- não seja impactada por questões climáticas, como chuvas. Nos últimos meses, centenas de navios se aglomeram na Barra de Santos à espera de berço de atracação no complexo.
Vários fatores contribuem para isso, desde a quebra da safra de açúcar em outros países abastecedores do mercado mundial, gerando uma dependência do produto brasileiro, até a frequência de chuvas na Baixada Santista. Como os terminais não têm cobertura para os navios, o embarque precisa ser interrompido quando chove, sob pena de tornar o produto inviável para consumo. O ministro determinou à Codesp que promova junto aos terminais a cobertura dos pontos de atracação de navios. Com isso, o Porto já poderia ampliar em 20% sua capacidade de embarque.
"Um porto tem que operar faça chuva ou faça sol. E a solução é barata. Santos tem que continuar investindo mais, especificamente no açúcar, onde somos o maior produtor mundial. Não podemos estar sujeitos a chuvas e trovoadas, literalmente. Temos que ampliar não só o número de terminais, mas preparar os terminais atuais para operar em qualquer condição". No ano passado, Santos exportou 17 milhões de toneladas. Para este ano, a Codesp prevê 21,5milhões de toneladas. No Santos Export, Brito também cobrou investimentos por parte dos terminais. Segundo ele, o Governo Federal tem buscado elaborar projetos para ampliar a capacidade portuária.
"Não podemos deixar navios esperando. Isso é custo para o comércio exterior.Os operadores têm que investir para isso também. A ampliação vai ter de ser feita nos próprios terminais hoje, principalmente para operar em qualquer condição climática. Com isso, aumentamos a capacidade sem necessariamente aumentar berço".O ministro já determinou à Codesp que faça os projetos para a cobertura. PANAMÁ Pedro Brito avaliou que o açúcar é uma carga cativa de Santos, independentemente da ampliação do Canal do Panamá, que mudará a logística de navegação e, por consequência, facilitará a chegada aos portos das regiões Norte e Nordeste do País.
"Acho que Santos é o grande porto concentrador brasileiro e está em expansão rápida. Tenderá a continuar com essa expansão. Não acho, inclusive, que chegue a perder sua posição relativa de ¼ do comércio brasileiro. Só que também existem portos que estão se aparelhando para novos nichos". Na visão de Brito, os complexos de Itaqui (MA), Pecém (CE) e Suape (PE) deverão ampliar sua movimentação, recebendo grande parte da produção agrícola brasileira para exportação. "Serão criados novos negócios. Mas Santos está garantido por estarno centro industrial brasileiro. Não vejo ser possível Santos ter volume reduzido".
Acessos terrestres são maior desafio O principal desafio para o Porto de Santos é a implantação de acessos terrestres capazes de viabilizar uma operação eficiente. E, para combater o problema, a solução será manter os investimentos em infraestrutura, tanto públicos como privados, indicou o ministro da Secretaria de Portos da Presidência da República, Pedro Brito, durante o Santos Export 2010, na manhã da última terça-feira, em Brasília. "O Porto de Santos vai triplicar sua movimentação em 15 anos. E cabe ao Governo (Federal) prover todos os recursos para ter uma operação eficiente, principalmente disponibilizando acesso terrestre ao Porto", afirmou o ministro, destacando que a realização da dragagem de aprofundamento do canal de navegação do complexo já é real.
O Canal do Estuário terá sua profundidade ampliada para 15 metros, com 220 metros de largura, o que possibilitará a navegação em mão dupla em grande parte de sua extensão. De acordo com Brito, para manter a onda de investimentos no setor portuário, foram garantidos no PAC 2, a segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento, R$ 5,2 bilhões para o setor. "(O investimento em portos) é uma decisão de Estado, tendo em vista o ativo estratégico portuário que o Brasil tem hoje e não pode perder. Não vejo nenhum risco (de perda de continuidade)", garantiu, ao ser questionado por A Tribuna sobre uma eventual mudança de governo.
Dragagem vai terminar em março A dragagem de aprofundamento do Porto de Santos deverá ser concluída apenas no final do primeiro trimestre do próximo ano, afirmou o ministro Pedro Brito. O último prazo para o fim da obra era janeiro de 2011. Apesar da previsão de atraso, Brito destacou que a "obra está dentro do cronograma". Apenas a derrocagem (retirada de pedras que estão no fundo do estuário e impedem a chegada a 15 metros de profundidade) irá até o final de 2011. "(A derrocagem) é mais demorada pelas características. Será feita devagar por questões ambientais e por conta da navegação".
O ministro também afirmou que o novo estaqueamento dos berços, para reforçar a estrutura do cais, precisa avançar por parte dos operadores portuários, nos casos daqueles que utilizam exclusivamente o ponto de parada. "Aquilo que é responsabilidade pública, no caso do cais público, estamos cuidando".
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