Pesquisa divulgada pela Seade.
A Tribuna
O Porto de Santos concentrou 97% dos investimentos realizados na Baixada Santista no ano passado. Dos US$ 2,039 bilhões anunciados pela iniciativa privada para a região, o montante de US$ 1,977 bilhão foi direcionado ao setor de infraestrutura portuária ou a empreendimentos localizados na área do complexo santista.
Os números integram a Pesquisa de Investimentos Anunciados no Estado de São Paulo (Piesp), feita pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e divulgada na última quarta-feira pela agência de promoção de investimentos do Estado, a Investe São Paulo, com exclusividade para A Tribuna.
Entre os projetos anunciados para a Baixada Santista estão a ampliação e a construção de terminais portuários, a implantação do Túnel Santos-Guarujá (ligando as duas margens do Porto) e a criação de um complexo industrial e de serviços direcionados ao setor petrolífero às margens do complexo marítimo.
Considerando todo o Estado, o valor dos investimentos contabilizados soma US$ 27,7 bilhões, divididos entre os setores de infraestrutura, indústria, serviços e comércio. De acordo com a pesquisa, desse total, US$ 17,1 bilhões (61%) devem ser aplicados até 2016, US$ 9,7 bilhões (35%), entre 2017 e 2021, e US$ 868,8 milhões (3,1%) em dez anos ou mais.
Conforme o levantamento, na Região Metropolitana da Baixada Santista, os investimentos se concentraram, principalmente, nos setores de transporte de mercadorias (com destaque para a operação portuária) e petrolífero (ocorrido na zona do Porto).
A construção das instalações da Brasil Terminal Portuário (BTP), com recursos das armadoras Maersk (com sede na Dinamarca) e MSC (Suíça), na Alemoa, foi um dos investimentos privados contabilizados no cais santista. A modernização do Ecoporto Santos, adquirido pelo Grupo EcoRodovias, no Saboó, também aparece na soma de aplicações financeiras na região, assim como a expansão do Terminal Açucareiro da Copersucar (TAC).
Ainda foi considerado o anúncio da ampliação do Terminal Integrador Portuário Luiz Antônio Mesquita (Tiplam, antigo Terminal Ultrafértil), pela Valor Logística Integrada (VLI), na Área Continental de Santos. Em Guarujá, às margens do canal do Porto, o estudo destaca a instalação do Centro de Tecnologia e Construção Offshore (CTCO) da Saipem, que atenderá as plataformas de petróleo da Bacia de Santos, e a inauguração do estaleiro Guarujá II, nova unidade da Wilson Sons, voltada à construção de rebocadores e navios de apoio marítimo.
Para o presidente da Investe São Paulo, Luciano Almeida, o resultado da pesquisa mostra a necessidade de mais investimentos na região.“A Baixada Santista conta com o maior porto da América do Sul, rodovias de padrão internacional e uma indústria crescente. O setor de infraestrutura precisa investir na região para sustentar esse desenvolvimento”, destaca.
O diretor da Investe São Paulo Sérgio Costa explica que não há como estabelecer comparativos com investimentos realizados nos anos anteriores, já que se trata de projetos desenvolvidos a longo prazo. “Nossa avaliação é de que esses investimentos contribuem ainda mais para tornar a Baixada Santista um hub (região concentradora) de logística”.
Outros setores
Conforme a pesquisa da Seade, no ano passado, na Região Metropolitana da Baixada Santista, projetos de US$ 60 milhões foram anunciados para o setor industrial. O segmento de serviços foi o destino de empreendimentos de US$ 1 milhão, enquanto o comércio atraiu US$ 800 mil.
No ranking estadual, a Baixada aparece na quarta colocação, com o total de US$ 2.039.700 em investimentos. A Região Metropolitana de São Paulo aparece no topo da lista com a soma de US$ 14,4 bilhões, seguida pela Grande Campinas, com US$ 3,69 bilhões, e pela Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte, em US$ 3,18 milhões em aplicações financeiras da iniciativa privada.
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