A Tribuna, 31/07/2018
A fim de oferecer mais segurança de navegação com um calado maior, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) estuda a implantação de um sistema de monitoramento, em tempo real, que determina o calado operacional máximo (profundidade máxima que os navios podem atingir) para cada manobra executada no canal do Porto de Santos.
Detalhes do estudo técnico serão apresentados para entidades do setor portuário na próxima terça-feira. O projeto de viabilidade de adoção deste monitoramento foi desenvolvido pela empresa australiana OMC Internacional.
De acordo com a estatal que administra o cais santista, esse sistema, conhecido por DUKC (sigla do inglês Dynamic Underkeel Clearance), ajuda na tomada de decisão quanto à entrada e saída de navios, levando em conta as condições meteorológicas e oceanográficas e o comportamento da embarcação durante a travessia do canal.
A intenção da Codesp é integrar o software de calado dinâmico ao Vessel Traffic Management Information System (VTMIS) existente no complexo portuário.
No início do mês, durante o workshop técnico que a Autoridade Portuária realizou em São Paulo para explicar a mudança nas regras do limite de navegação, o presidente da Docas, José Alex Oliva, adiantou que a ideia da estatal é colocar esse calado dinâmico em prática no próximo ano.
“Nós estamos em vias de conseguir junto ao Ibama uma maior profundidade (no canal de navegação). Hoje, o limite para a dragagem é 15,30 metros. Nós, em função dos novos equipamentos e dos trabalhados que vêm sendo realizados, solicitamos uma tolerância maior para dragagem. Nós poderíamos aprofundar o canal em mais 40 centímetros”, afirmou Oliva.
O monitoramento em tempo real em conjunto com o serviço de batimetria feito em prazos mais curtos, de até uma vez por mês, possibilitariam maior segurança na navegação.
Quanto ao pedido da Codesp para ampliar a tolerância da profundidade do canal de navegação para a dragagem, o Ibama informa que, desde março, está autorizado pelo órgão a profundidade de 15 metros com tolerância de 70 centímetros.
A assessoria de imprensa da Codesp afirma que o aval do órgão ambiental e com a nova metragem já em vigor, não há mudança nas rotinas de navegação e de manutenção do canal do Porto. “A ampliação permite que a dragagem avance, quando necessário, em determinados pontos, sem causar qualquer dano ambiental”, informa.
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