O Fundo de Pensão dos funcionários da Petrobras (Petros) pode e quer participar da capitalização da estatal, segundo afirmou o diretor de investimentos do fundo de pensão estatal, Luís Afonso. No entanto, ele diz que o interesse do fundo não para por aí: a Petros também está avaliando investimentos em projetos ligados à cadeia produtiva do pré-sal, inclusive a possibilidade de virar sócio de empresas que construirão as 28 sondas encomendadas pela Petrobras e cujo processo licitatório termina neste mês. As encomendas têm um custo total avaliado em US$ 22 bilhões.
"Temos interesse na capitalização, estamos concretamente desenvolvendo parcerias para aproveitar os investimentos que surgiram com o pré-sal, desde sondas, navios, estaleiros, portos", disse. "As sondas, por exemplo, estamos estudando. Estamos fazendo um trabalho para avaliar entrar como sócios das empresas que vão construí-las."
Uma das possibilidades estudadas pelo Petros para as sondas seria usar o modelo de Fundos de Investimento em Participações (FIPs) que a organização já utiliza em investimentos de infraestrutura, transporte e energia. Luís Afonso não informou os valores dos possíveis aportes para as sondas e para o processo de capitalização, o que ainda depende dos estudos.
No entanto, nesse último caso, o diretor lembrou que o fundo tem um limite legal de 10% dos recursos de cada plano de benefícios para investir numa mesma companhia, como a Petrobras. Hoje, esse porcentual está em 2,8%. No total, o Petros tem 0,40% de participação na Petrobras, com R$ 1,3 bilhão em ações da empresa. "Temos espaço dentro do limite legal para isso (participar da capitalização) e temos interesse de fazê-lo", afirmou.