Petróleo

Petrolíferas investigadas por conluio

Valor Online / The Wall Street Journal
26/04/2010 09:53
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As autoridades de defesa da competição nos Estados Unidos estão investigando se as maiores petrolíferas do mundo se uniram para coibir reajustes de salários com métodos que violam as leis antitruste americanas, segundo pessoas a par da questão.

 

A investigação, que ainda não tinha sido revelada, está em andamento há alguns anos e envolve mais de dez petrolíferas, entre elas a Exxon Mobil Corp., a Royal Dutch Shell PLC, a BP PLC e a Chevron Corp., disseram essas pessoas. A investigação continua, acrescentaram as pessoas, mas os cinco membros da Comissão Federal de Comércio, ou FTC, ainda não votaram a questão e é possível que não seja aberto nenhum processo.

 

A investigação é o sinal mais recente de que as autoridades antitruste dos EUA temem que os maiores empregadores do país estejam interferindo no mercado de trabalho para segurar os custos. O Departamento de Justiça dos EUA tem uma investigação parecida, que quer descobrir se as empresas do setor de tecnologia fecharam um acordo ilegal para não roubar empregados umas das outras, segundo outras pessoas a par da questão. Um porta-voz do Departamento de Justiça não quis comentar.

 

As petrolíferas e a FTC chegaram a discutir um possível acordo durante a investigação, mas não conseguiram chegar a um entendimento, disseram as pessoas. A Exxon, a Shell, a BP e a Chevron não quiseram comentar. Um porta-voz da FTC não quis confirmar a existência da investigação.

 

A investigação da FTC sobre as práticas das petrolíferas na hora de contratar advém de um processo aberto em 1997 por uma ex-funcionária da Exxon, Roberta Todd, contra a empresa e 13 outras petrolíferas. O processo alegava que as petrolíferas compartilhavam habitualmente informações altamente detalhadas sobre o salário da diretoria e da equipe técnica e administrativa, para deixar os salários num nível artificialmente baixo.

 

O resultado disso, segundo o processo, é que a Exxon conseguiu baixar a despesa salarial em US$ 20 milhões por ano.

 

O processo, chamado Todd contra Exxon, primeiro foi indeferido por um tribunal federal de Nova York, mas a decisão foi anulada num recurso de 2001. O tribunal de recursos que julgou em favor de Todd, presidido pela juíza Sonia Sotomayor antes de ela entrar para a Corte Suprema dos EUA, foi visto como um aviso para as empresas de que trocar informações salariais com os concorrentes poderia violar a legislação antitruste.

 

"Acho que agora podemos afirmar com segurança que esse julgamento de Sotomayor se tornou a nova legislação sobre comunicações entre empresas sobre empregados, especialmente se for uma ação coletiva", diz John Carney, advogado que representou Todd no caso.

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