Os contratos futuros de petróleo fecharam ontem ligeiramente acima de US$ 75 por barril, recuperando-se de perdas iniciais após novos dados sobre a economia dos Estados Unidos terem mostrado que a recuperação continua, apesar do ritmo lento.
Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), os contratos para entrega em outubro fecharam em alta de US$ 1,11, ou 1,50%, a 75,02 por barril. No mercado eletrônico ICE, o Brent subiu US$ 0,58, ou 0,76%, encerrando em US$ 76,93.
A alta leva o petróleo de volta ao meio do caminho entre os US$ 70 e os US$ 80 por barril, faixa dentro da qual vem sendo negociado há meses.
A direção do preço dos contratos futuros continua sendo orientada pelos dados econômicos, levando observadores do mercado a tentarem determinar a fronteira entre a força da demanda por petróleo e a saúde da economia.
Os operadores também estão de olho na crescente incidência de furacões, que pode afetar a produção de petróleo em um momento no qual a temporada de furacões no Oceano Atlântico entre em seu ápice.
Hoje, dados positivos divulgados pelo governo somaram-se a um relatório otimista sobre a atividade industrial norte-americana apresentado ontem pelo Instituto para Gestão de Oferta dos gerentes de compra (ISM, pelas inicias em inglês).
O Departamento de Trabalho dos EUA informou que o número de trabalhadores norte-americanos que entraram pela primeira vez com pedido de auxílio-desemprego recuou 6 mil, para 472 mil, após ajustes sazonais, na semana encerrada em 28 de agosto. Já as vendas pendentes de imóveis nos Estados Unidos subiram 5,2% em julho, após registrarem dois meses consecutivos de queda, na sequência do fim do crédito fiscal oferecido pelo governo norte-americano para compra de imóveis, no dia 30 de abril. O aumento contrariou a queda de 1% esperada pelos economistas ouvidos pela Dow Jones Newswires. Enquanto isso, as encomendas à indústria dos EUA subiram levemente em julho, puxadas principalmente pelo avanço nos segmentos de aeronaves e outros produtos de transportes, mercados que são grandes consumidores de petróleo e derivados.
"O número do ISM de ontem foi um grande ponto de convergência, pelo menos temporariamente", comentou Matt Zeman, um estrategista de mercado da LaSalle Futures em Chicago. "No momento, as pessoas estão dispostas a assumir um pouco mais de risco."
Poucos analistas, no entanto, acreditam que os contratos futuros de petróleo manterão a alta. Os estoques norte-americanos de petróleo e derivados encontram-se nos níveis mais elevados em 27 anos, motivo pelo qual traders temem que a lenta reação econômica provoque excesso de oferta da commodity. "Cada mercado responde de forma diferente a essas informações", observou Jason Schenker, da Prestige Economics.
Enquanto isso, uma plataforma de gás e petróleo da Mariner Energy explodiu no Golfo do México. O incidente ocorre pouco mais de quatro meses depois da explosão da plataforma Deepwater Horizon, na qual 11 pessoas morreram e que deu início ao pior desastre ambiental da história dos Estados Unidos.