Valor Econômico
Os serviços de engenharia para projetos nas áreas de petróleo e gás e de transportes vão puxar o crescimento da receita do grupo carioca MPE em 2009. A previsão do grupo é faturar R$ 1,2 bilhão nos negócios de engenharia este ano, o que vai representar crescimento de 20% em relação ao R$ 1 bilhão de 2008. Com a recuperação da economia, o MPE projeta crescer mais 15% a 20% em 2010.
No primeiro semestre deste ano, o faturamento consolidado das empresas de engenharia do grupo alcançou R$ 500 milhões. O lucro líquido desta atividade no período foi de R$ 25 milhões, 132% acima dos R$ 10,8 milhões registrado em 2008 pela MPE Participações em Engenharia e Serviços, holding da área de engenharia. Os valores incluem as receitas da MPE Montagens, principal empresa, e de outras duas companhias: a Empresa Brasileira de Engenharia (EBE) e a Gemon. Mas não consideram a Ebse – Engenharia de Soluções, fabricante de tubos de aço com fábrica no Rio no qual o grupo tem 51% do controle.
Mário Aurélio da Cunha Pinto, diretor superintendente do MPE, disse que o grupo deverá terminar este ano com uma carteira de projetos da ordem de R$ 2,5 bilhões, o mesmo número do fim de 2008. O valor refere-se a contratos no segmento de engenharia nas áreas de óleo e gás, transportes, aeroportos, siderurgia e energia com prazo médio de dois anos e meio. Pinto afirmou que parte dos projetos em fase de conclusão serão repostos por novos contratos, o que permitirá manter o valor da carteira.
“Acreditamos que as grandes concorrências voltarão a aparecer”, disse o executivo. Para Pinto, o segundo semestre do ano costuma ser mais forte do que o primeiro. No setor de óleo e gás, ele aposta no desenvolvimento de projetos como o da Refinaria do Nordeste (Rnest), em Pernambuco, e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), ambos da Petrobras. Na área de refinarias, o grupo tem contratos envolvendo projetos de modernização e de ampliação de diversas unidades, alguns deles em consórcio com outras empresas de engenharia.
Entre os contratos em andamento na área de refino, estão serviços na Repar, em Araucária (PR), e na Replan, em Paulínia (SP). Em transportes, o foco está no segmento ferroviário de passageiros. Pinto citou como exemplo os serviços de engenharia para revisão geral de trens para a Trensurb, no Rio Grande do Sul, e também para a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), em São Paulo, além de contratos de sinalização e de telecomunicação no Metrô de São Paulo e no novo Metrô de Salvador, afirmou.
Outros negócios do MPE na engenharia envolvem a manutenção de aeroportos e de subestações de energia elétrica. O grupo também tem contratos nas áreas de mineração e siderurgia. “Apesar da crise, vamos conseguir ampliar a receita da área de engenharia”, disse Renato Ribeiro Abreu, presidente do grupo MPE. Segundo ele, em 2008, o grupo implementou mudanças de gestão focadas no crescimento das vendas. “Houve redução nos níveis de decisão”, disse Abreu.
No fim de 2008, a área de engenharia, sem a Ebse, tinha dívidas bancárias de cerca de R$ 108 milhões, valor considerado “confortável” pela empresa levando em conta a geração de caixa anual. O MPE também atua no agronegócio, mas vem reduzindo seus projetos. Decidiu deixar de plantar soja, algodão e milho no Mato Grosso, onde tem grandes extensões de terra, a partir da próxima safra.
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