A China quer aumentar sua participação em blocos exploratórios em mar no Brasil e aguarda uma nova rodada de licitações da Agência Nacional do Petróleo (ANP). O CEO da estatal chinesa Sinopec, Fu Chengyu, afirmou que a petroleira elevará os investimentos no Brasil e já tem clara a estratégia de crescimento: em associação com a Petrobras. Fu garantiu que a companhia chinesa, com investimentos de US$ 12 bilhões no Brasil desde 2004, não será operadora de campos.
“Acreditamos que a parceria é um bom caminho para nós, especialmente com uma companhia local, que entende melhor as regras do governo e as necessidades da sociedade”, afirmou Fu após sessão fechada no fórum de sustentabilidade corporativa da Rio+20.
Recentemente, houve rumores de que a Sinopec seria uma das duas empresas chinesas interessadas em comprar uma fatia da OGX, num negócio que poderia chegar a US$ 7 bilhões. Mas quando perguntado se parceria é principalmente com a Petrobras ou inclui a petroleira do empresário Eike Batista, Fu foi taxativo.
“Principalmente com a Petrobras. A Petrobras é a melhor empresa que conhecemos, acredito que seja nosso melhor parceiro aqui”, afirmou. “Não somos melhores que eles, eles têm um entendimento (do mercado local), então confiamos neles”.
Na área de exploração e produção, a Sinopec (40%) tem uma associação com a espanhola Repsol (60%) na Bacia de Campos e recentemente confirmou grande potencial do campo Pão de Açúcar, com 700 milhões de barris de óleo leve.
No momento, a Sinopec tem 29 funcionários no Brasil dedicados a identificar oportunidades de negócios, estudar as leis locais, o sistema de taxação e regras de conteúdo local. Outras áreas, como refino, petroquímica e distribuição, também estão no radar
A Sinopec já tem parcerias com a Petrobras, mas não em exploração e produção. O gasoduto Cabiúnas-Vitória (ES), por exemplo, com cerca de 300 quilômetros de extensão, foi lançado em 2006, em uma cerimônia realizada com a presença do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do ex-presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, e do embaixador da China no Brasil, Chen Duqing.
RESERVAS
Segundo especialistas, a China busca acesso a reservas de petróleo para garantir o fornecimento futuro. O projeto, de longo prazo, é feito através de suas companhias, quase todas estatais, em várias regiões, incluindo África e América Latina. No Brasil, Fu diz que não há cifras definidas, mas que os US$ 12 bilhões até agora investidos certamente crescerão significativamente.