Nordeste

Petróleo com sotaque

Jornal do Brasil
09/02/2006 02:00
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Governo se prepara para colocar à venda áreas de óleo leve no Nordeste, integrando assim todos os estados da região ao mapa da indústria petrolífera nacional


Desconhecidos do setor de petróleo e gás, os estados da Paraíba, Piauí e Pernambuco vão entrar na rota das petroleiras ainda este ano, segundo estima a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Uma resposta positiva de investidores às áreas oferecidas na oitava rodada de licitações, marcada para outubro, resultará na inclusão de todo o Nordeste no mapa do petróleo. O foco na região, uma nova fronteira para a indústria do petróleo, é o que retrata a quarta matéria da série publicada apelo Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil e Invest News.
– Uma das responsabilidades da ANP é avaliar o país como um todo, não só os grandes pólos produtores – justifica a fonte que revelou as novas bacias que serão ofertadas.

Na lista das regiões escolhidas para integrar o próximo leilão da ANP, antecipada a este jornal, constam as bacias do Rio do Peixe, Pernambuco-Paraíba e o Vale do Parnaíba. A escolha da ANP depende do aval do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que se reúne na próxima semana para definir a questão. As sugestões da ANP costumam ser acolhidas pelo CNPE, com mais ingerência do conselho na definição de blocos do que propriamente de bacias.

A bacia do Rio do Peixe, que abrange a parte terrestre da Paraíba, vai a leilão pela primeira vez. Os motivos que levaram o governo a incluir a Paraíba na licitação de áreas de petróleo vão além de clemência pelo povo pobre do estado nordestino. O potencial de produzir por dia 15 mil barris de óleo leve – dos melhores – somente em terra pode transformar o estado no quarto maior produtor de petróleo do Nordeste, ultrapassando Ceará (11 mil barris diários) e Alagoas (8 mil). A estimativa o deixa atrás do Sergipe, de onde jorram em média 45 mil barris por dia.

A Bahia, com 50 mil barris de petróleo por dia, é o segundo maior produtor da região nordestina e quarto do Brasil. O maior produtor do Nordeste é o Rio Grande do Norte, com cerca de 75 mil barris diários.

Enquanto os promissores campos das bacias de Santos e Espírito Santo não entram em operação, a Bacia do Potiguar só perde para Urucu, no Amazonas, e para a Bacia de Campos, no Rio.

Localizada entre as duas maiores bacias do Nordeste, a bacia marítima Pernambuco-Paraíba também pode atrair empresas no próximo leilão. O governo já tentou atrair investimentos para a região na quarta rodada de licitações, em 2002. Nenhuma empresa se interessou. Agora, a ANP providenciou estudos junto a universidades e três consultorias.

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