Preços

Petróleo avança, com apetite por risco e pressão sobre a Arábia Saudita

Boletim SCA, 26/03/2020
26/03/2020 13:20
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Os preços do petróleo encerraram a sessão desta quarta-feira (25) com ganhos pelo terceiro dia consecutivo embalados pela demanda por risco generalizada no mercado, com a expectativa da aprovação de um pacote de estímulos fiscais de US$ 2 trilhões pelo Congresso americano.

Notícias de que os Estados Unidos vão pressionar a Arábia Saudita para que o país não leve adiante seu aumento de oferta, após o colapso nas negociações com os aliados da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep), capitaneados pela Rússia, também ajudaram na modesta recuperação dos preços.

Os contratos futuros do Brent para o mês de maio terminaram a sessão com ganhos de 0,88%, a US$ 27,39 o barril, na ICE, em Londres, enquanto os contratos do West Texas Intermediate (WTI) para o mesmo mês subiram 1,99%, a US$ 24,49 o barril na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex).

Parlamentares democratas, republicanos e o governo de Donald Trump chegaram a um acordo sobre um pacote de alívio de US$ 2 trilhões, destinado a ajudar cidadãos e empresas dos EUA, à medida que a economia está praticamente paralisada pela pandemia global do novo coronavírus. As expectativas sobre o acordo ajudaram a impulsionar ativos de risco na sessão de hoje.

Ainda, notícias sobre medidas para restrição da oferta global da commodity também foram bem recebidas pelos investidores. Os EUA pretendem pressionar a Arábia Saudita a restringir o aumento programado de produção de petróleo, aproveitando o status do reino, de presidente do G-20, disseram fontes próximas do assunto.

Os líderes do G-20 querem reunir-se por videoconferência nesta quinta (26) para discutir o impacto do coronavírus e a resposta coordenada à pandemia. Mas Washington vê a reunião como uma forma de iniciar um debate sobre a necessidade de terminar a guerra de preços que tem penalizado os produtores americanos e os bancos que os suportam, disseram as fontes.

Os preços baixos da commodity vêm provocando estragos na indústria de energia americana. O Federal Reserve regional de Dallas reportou, nesta quarta, que o índice de atividade do setor caiu a -50,9 pontos no primeiro trimestre, de -4,2 pontos no último trimestre de 2019. Esta foi a pior leitura já registrada nos quatro anos de existência do índice.

"Os resultados do trimestre foram esmagadoramente negativos, com os eventos recentes pesando muito sobre a indústria", disse Michael Plante, economista do Fed de Dallas. "Em relação ao quarto trimestre, os níveis de atividade empresarial despencaram, as empresas cortaram os gastos de capital e as perspectivas se tornaram extremamente pessimistas".

Nos Estados Unidos, o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) também reportou que os estoques de petróleo subiram o equivalente a 1,623 milhão de barris na semana encerrada no dia 20 de março, a 455,36 milhões. A expectativa de consenso, em levantamento do "Wall Street Journal" junto a analistas era por alta de 3,3 milhões de barris na semana passada.

De acordo com os dados oficiais do DoE, os estoques de gasolina caíram o correspondente a 1,537 milhão de barris na semana passada, a 239,282 milhões de barris, ante expectativa de queda de 1 milhão de barris no período.

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