Debate foi realizado ontem, no último dia do evento.
Redação TNO compartilhamento de experiências entre as empresas e órgãos reguladores é a melhor maneira de se garantir uma segurança operacional mais eficiente em E&P, na opinião dos participantes da sessão especial "Segurança Operacional Offshore e seus Impactos", realizada no último dia da Rio Oil & Gas. Tanto os mediadores Raphael Moura, superintendente de Segurança Operacional e Meio Ambiente da ANP, e José Formigli, diretor de E&P da Petrobras, quanto os palestrantes James A. Watson, diretor do Bureau of Safety and Environmental Enforcement (BSEE), dos Estados Unidos; Helga Nes, vice-presidente de HSE da área internacional da Statoil; Richard Morrison, vice-presidente da BP, e John Hollowell, vice-presidente executivo da Shell, foram unânimes ao afirmar que a troca de informações levou ao aperfeiçoamento, no mundo inteiro, do arcabouço regulatório e das práticas de segurança operacional depois do acidente da BP no Golfo do México em 2010.
"O acidente com a plataforma Deepwater Horizon fez uma grande diferença no mundo", observou Richard Morrison, vice-presidente da BP e o responsável pelas operações no Golfo do México. "Estamos buscando um melhor equilíbrio entre prevenção e técnicas de resposta. Ainda há muito a ser feito, mas temos tido sucesso por meio do compartilhamento de experiências com outras empresas e reguladores. Se houver algo mais que passamos fazer, pedimos que, por favor, nos digam", disse.
O aprendizado com o campo de Macondo também está sendo útil para as operações da Statoil no Brasil, no campo de Peregrino. Helga Nes frisou que gestão de risco é a chave nas operações da companhia norueguesa. "O treinamento, com base em estudos de caso, como o acidente no Golfo do México, é fundamental para uma resposta comum e adequada em acidentes. Em Peregrino, temos mais de 1600 pessoas treinadas, mostrando a importância de cada uma delas para a Statoil", disse.
O executivo da Shell, primeira petroleira de origem estrangeira a produzir na Bacia de Campos, falou com orgulho dos 150 milhões de barris produzidos sem acidentes no Brasil. John Hollowell contou que a empresa quer reunir a ANP e outros órgãos públicos brasileiros para discutir segurança operacional. "Nenhuma empresa pode solucionar um acidente sozinha", ressaltou.
James Watson apontou melhoras na regulação do setor de petróleo norte-americano depois do acidente da BP no Golfo do México. "Estamos fazendo as primeiras auditorias em cada uma das operadoras para saber se estão implantando as novas regras relativas ao gerenciamento de riscos", explicou. O outro regulador presente o debate, Raphael Moura, da ANP, defendeu o arcabouço regulatório brasileiro, por não ser prescritivo, não restringindo as inovações. "Dizemos o que deve ser feito e não como deve ser feito. E esse como é fiscalizado pela ANP", observou. No período 2010-2011, a Agência fez 150 auditorias nas empresas concessionárias de E&P e constatou 1076 não-conformidades (com notificações para que fossem adotadas soluções para os problemas encontrados) e menos de 10% geraram multas, um total de R$ 122 milhões de reais.
Raphael reforçou a importância da troca de informações entre todos os envolvidos no segmento de exploração e produção de petróleo e gás natural. Segundo ele, 19ª. Edição do Fórum Internacional de Reguladores (IRF), que será realizada na próxima semana, no Rio de Janeiro, será uma ótima oportunidade para o intercâmbio entre petroleiras, fornecedores de equipamentos e reguladores.
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