A petroleira americana Anadarko iniciou sua segunda perfuração no pré-sal da Bacia de Campos. A empresa tem como objetivo avaliar a extensão da descoberta de Wahoo, a primeira feita no pré-sal por uma operadora estrangeira, anunciada em setembro do ano passado. Com o resultado do novo poço, que deve sair em até 120 dias, o mercado espera uma projeção sobre o volume das reservas encontradas na região.
O projeto Wahoo está localizado no bloco exploratório BM-C-30, ao norte da Bacia de Campos. Fica perto do complexo petrolífero Parque das Baleias, da Petrobras, que já produz óleo do pré-sal, por meio de um poço no campo de Jubarte. Segundo a estatal, o pré-sal do Parque das Baleias pode ter até 2 bilhões de barris de petróleo, que estão abaixo de reservas de óleo pesado encontradas no início da década.
O novo poço da Anadarko, chamado internamente de Wahoo Norte, está sendo perfurado pela sonda Deepwater Millennium e terá profundidade final de 6 mil metros. A empresa ainda não fez estimativas de reservas do projeto Wahoo e diz que, dependendo do resultado do segundo poço, pode precisar de testes adicionais antes de falar em números. A Anadarko divide a concessão com a americana Devon, a canadense EnCana e a sul-coreana SK.
O mesmo consórcio detém também a concessão do bloco BM-C-32, colado no BM-C-30 e também próximo ao Parque das Baleias. Este projeto, porém, é operado pela Devon, que será a responsável pela perfuração do primeiro poço, batizado de Itaipu, ainda este ano. Além dessas duas áreas, a Anadarko participa de outros cinco blocos exploratórios no Brasil, alguns também com objetivos no pré-sal.
A empresa - que anunciou na terça-feira uma descoberta em Serra Leoa, na costa oeste da África - já tinha uma descoberta no pós-sal brasileiro, chamada Peregrino. Sua participação no projeto, porém, foi vendida para a norueguesa StatoilHydro, que deve iniciar a operação ainda este ano.
REPSOL-YPF. A petrolífera espanhola Repsol-YPF se comprometeu a investir cerca de US$ 1,6 bilhão na Bolívia nos próximos cinco anos, em projetos destinados à exportação de gás natural para a Argentina, disse ontem o presidente da estatal boliviana YPFB, Carlos Villegas. Em declaração por telefone de Madri, onde está acompanhando o presidente Evo Morales em visita oficial à Espanha, Villegas disse que a Repsol-YPF reconheceu a diminuição de seus investimentos no país e aceitou o pedido de acelerá-lo a partir de 2010.
"No mais tardar, nos primeiros dias de outubro, os executivos da Repsol estarão na Bolívia para anunciar oficialmente este compromisso que assumimos e que temos agora a obrigação de cumprí-lo", disse Villegas em sua declaração divulgada pela assessoria de imprensa da YPFB.