A presidente da Petrobras, Graça Foster, disse nesta terça-feira (9) que a estatal vai recorrer da multa de R$ 10 milhões, aplicada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) por conta do vazamento de combustível marítimo do píer do Terminal Almirante Barroso (Tebar), na última sexta.
Segundo a executiva, a Petrobras saberá até a sexta-feira (12) as causas do vazamento de óleo. "Esperamos que até sexta a gente saiba porque vazou, como vazou e mais importante agora é saber o que fazer para que não se repita", afirmou, de acordo com o "Valor Online".
"O vazamento foi de 3,5 metros cúbicos, o equivalente a 22 barris de petróleo. Não considero qualquer número diferente de zero pequeno. Temos o programa de vazamento zero, e é para valer", completou Graça.
Multa
Nesta segunda-feira (8), a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) aplicou uma multa de R$ 10 milhões contra a Petrobras e informou ainda que vai oficializar a denúncia de crime ambiental ao Ministério Público Estadual.
Segundo a Cetesb, uma falha operacional durante o abastecimento de um navio no píer foi a causa do acidente ambiental, que atingiu 11 praias, sete delas em São Sebastião e as demais em Caraguatatuba.
Todas elas - Pontal da Cruz, Deserta, Cigarras, Arrastão, Ponta do Arpoador, Porto Grande e Prainha, em São Sebastião e Massaguaçu, Cocanha, Capricórnio e Mococa, em Caraguatatuba - estão impróprias para banho.
Os trabalhos de contenção e limpeza já foram concluídos, mas equipes da Petrobras continuam fazendo trabalho de coleta de amostras para análise.
Vazamento
O vazamento de óleo foi detectado pela Transpetro durante um teste em uma rede que, segundo a empresa, estava sem uso há algum tempo e havia passado por um reparo. O incidente foi por volta das 17h50 de sexta-feira (5) e a comunicação à Cetesb ocorreu 30 minutos depois, ainda de acordo com a empresa. Desde então a empresa realizou ações de contenção e remoção das manchas.
Para remover as manchas de óleo que se espalharam pela orla, foram lançadas barreiras de contenção e utilizados helicópteros na identificação de eventuais manchas de óleo que possam ter escapado desses limites.
Durante a tarde de sábado (6), a mancha chegou a atingir Caraguatatuba. Inicialmente, a mancha que atingiu a enseada da cidade vizinha tinha cerca de três quilômetros de extensão, mas ela chegou a se dividir. Uma parte dela ficou localizada próxima à Praia da Enseada, em São Sebastião, e a outra no Rio Juqueriquerê, no limite entre as duas cidades. Neste domingo, pelo menos três praias de Caraguatatuba foram atingidas.
No início da limpeza, a empresa informou que disponibilizou uma equipe de 300 pessoas e 37 embarcações, algumas usadas no recolhimento e armazenamento do produto, e outras para lançamento ao mar de vários tipos de barreiras de contenção e de absorção.
Último caso
Em 6 de setembro do ano passado, uma carreta da Petrobras tombou na SP-55 (Rodovia Doutor Manuel Hipólito Rego) e provocou o vazamento de 15 mil litros de óleo diesel. O material chegou ao córrego Canto do Moreira, situado no lado sul da praia de Maresias, também em São Sebastião, e interditou um trecho de 800 metros quadrados da praia para os trabalhos de remoção do óleo.
Cinco dias depois do acidente, a Petrobras e a Cooperativa de Transportes Rodoviários do ABC foram multadas pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) em R$ 92.218,44, cada uma. O valor da multa correspondia a 5.001 Unidades Fiscais do Estado de São Paulo.