A Petrobras vai investir US$ 350 milhões em um terminal flutuante de tancagem para escoar parte da produção do pré-sal a partir de 2013. A unidade ficará a 90 quilômetros da costa, entre o norte de São Paulo e o sul do Rio de Janeiro e contará com um navio do tipo FSO (flutuante, para estocagem e transferência) que ficará permanentemente ancorado. Ele terá capacidade de estocar entre 2 milhões e 3 milhões de barris de óleo.
O diretor de abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, explicou que o projeto nasceu da necessidade de buscar o melhor rendimento para os navios de posicionamento dinâmico (DP, na sigla em inglês) que vão escoar a produção do pré-sal e terão capacidade de armazenar até 1 milhão de barris. Em vez de uma viagem mais longa até a terra, os navios do tipo DP vão transferir o óleo para esse terminal flutuante, que por sua vez colocará o óleo em navios convencionais que levarão o insumo para as refinarias ou diretamente para exportação.
Além disso, o diretor lembrou que os terminais terrestres de São Sebastião (SP) e Angra dos Reis (RJ) já operam a plena capacidade. "Semana passada abrimos licitação internacional com quantidade bastante grande de empresas e deveremos ter proposta dentro de 30 a 45 dias", disse Costa, acrescentando que a estatal vai afretar a embarcação, que será tripulada e operada pela Transpetro.
Costa, que participa de seminário promovido pela Apimec-Rio, disse que a embarcação poderá ser nova ou já existente, desde que adaptada para funcionar como FSO. Caso o navio seja novo, ele não será construído no Brasil, devido à falta de tempo hábil para que fique pronto nos estaleiros brasileiros.
Costa voltou a afirmar que a estatal só vai esperar até agosto a definição da venezuelana sobre a participação na refinaria de Abreu e Lima, que está em construção em Pernambuco. O executivo lembrou que a Petrobras pegou um empréstimo de R$ 10 bilhões no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e que o dinheiro dessa operação acaba em agosto.
Costa lembrou que a PDVSA está com dificuldades de assumir os 40% que seriam de responsabilidade da companhia venezuelana no financiamento dado pelo BNDES. "O entendimento da Petrobras é de que, se chegar agosto e a PDVSA não tiver assumido [a participação no empréstimo], entenderemos que PDVSA não quer participar da refinaria", disse, lembrando que a estatal brasileira continuará a tocar a obra da refinaria mesmo que a parceria não se concretize.
O diretor explicou que atualmente 35% das obras da refinaria já foram feitas. A expectativa da companhia é iniciar a operação da unidade em 2013, com o início do refino no primeiro trem, que terá capacidade de processar 65 mil barris por dia.