Investimentos na redução do enxofre nos derivados abrirá novos mercados para a empresa, diz Paulo Roberto Costa, diretor da Área de Abastecimento da estatal. Programa de purificação dos combustíveis demandará aportes de mais de US$ 2 bilhão a partir de 2005.
A antecipação das metas de redução de enxofre da gasolina e do óleo diesel produzidos no Brasil não trará benefícios apenas ambientais para a Petrobras. O diretor da Área de Abastecimento da companhia, Paulo Roberto Costa, afirmou que a melhoria da qualidade dos derivados permitirá a abertura de novos mercados para as exportações da petroleira, que poderá embarcar para os Estados Unidos e os países europeus os excedentes de gasolina produzidos no país.
Atualmente, afirmou Costa, a companhia exporta para países latino-americanos, do continente africano e do Extremo Oriente, cujos mercados são regidos por normas menos rigorosas do que as atualmente praticadas nos Estados Unidos e na União Européia. Ao embarcar gasolina para esses novos mercados, a empresa terá acesso a um ambiente de negócios marcado por maiores possibilidades comerciais e menor risco.
Atualmente, revelou o executivo, a empresa já exporta correntes de gasolina para os Estados Unidos, em quantidades pequenas o suficiente para sua mistura ao produto refinado naquele país. Ao produzirem o blend, as refinarias norte-americanas diluem o teor de enxofre da gasolina brasileira, ao mesmo tempo que ampliam a oferta do combustível no país.
Costa confirmou que a empresa cumprirá em 2005 a primeira etapa do programa de redução de enxofre desenvolvido a partir de um acordo firmado com a Agência Nacional do Petróleo (ANP). No próximo ano, a Petrobras já reduzirá de 2000 PPMs (Partes por Milhão) para 500 PPMs a quantidade de enxofre do óleo diesel comercializado nas principais regiões metropolitanas do país (Rio de Janeiro e São Paulo). Será em 2009, porém, que a companhia atingirá a meta definitiva, de 50 PPMs. Com relação à gasolina, prosseguiu, o objetivo é reduzir dos atuais 1000 PPMs para 80 PPMs em 2009.
Na semana passada, revelou Costa, a diretoria da empresa aprovou mais uma etapa do programa, que prevê investimentos de US$ 250 milhões a US$ 300 milhões na instalação de unidades de hidrotratamento (HDT) nas refinarias do Paraná (Repar), Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão (SP), e Gabriel Passos (Regap-MG). A companhia também deverá investir US$ 800 milhões em 2005 na modernização da refinaria do Vale do Paraíba (Revap), em Campinas (SP), o que incluirá não só a instalação de unidades de hidrotratamento, mas também para produção de coque, além de outros derivados.
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