Jornal do Commercio
A crise financeira mundial e a queda do preço do barril de petróleo no mercado internacional levaram a Petrobras a adiar alguns projetos da carteira de exploração e produção, segundo o gerente geral de Exploração e Produção da estatal, José Jorge de Moraes Junior.
Ele garantiu que o adiamento não vai comprometer a curva de produção da companhia no curto prazo e frisou que os projetos de petróleo leve, de maior valor no mercado, ganham mais espaço e prioridade no portifólio da estatal.
“Quando o petróleo cai de US$ 140 para US$ 60 você tem impacto na geração de caixa da empresa, que é responsável pela manutenção de projetos de curto prazo. São nesses projetos que temos que fazer ajustes”, disse a jornalistas depois de participar do 8o Congresso Brasileiro de Energia, no Rio.
“São projetos que não impactam a curva de produção em 2009 e 2010, mas podem impactar não significativamente a partir de 2012 ou 2013… Projetos de antecipação de produção ou de aumento da produção de óleo pesado podem ficar para depois”, acrescentou sem revelar os projetos adiados e os volumes que eles representariam.
Os detalhes sobre o adiamento serão revelados pela Petrobras no novo plano de negócios da companhia, previsto para ser divulgado em dezembro.
Ainda segundo ele, as áreas do pré-sal e os reservatórios em que a Petrobras já tem estrutura instalada, com bons indícios de óleo leve (de maior retorno econômico), serão priorizados no curto prazo para garantir a manutenção da curva de produção. Ele não detalhou os projetos, mas citou o BC-10, no Parque das Conchas. Operado pela Shell, está entre os que serão antecipados de 2010 para 2009.
Ele informou, no entanto, que em 2009 o campo de Tupi, na bacia de Santos, deverá ser delimitado, enquanto a empresa pretende trabalhar nos campos de Iara, Júpiter e Azulão para obter mais informações.
Até o momento, apenas Tupi e Iara tem estimativas de reservas, sendo entre 5 e 8 bilhões de barris de óleo equivalente para o primeiro e entre 3 e 4 bilhões para o segundo.
Ele confirmou também que, além do teste piloto de Tupi, que vai produzir 100 mil barris diários a partir de 2012, a empresa pretende fazer mais dois testes com o mesmo volume, em campos ainda não definidos.
LEILÃO. Embora ainda não tenha se qualificado oficialmente para a décima rodada de áreas de petróleo e gás natural do governo brasileiro, programada para dezembro, a Petrobras vai participar do leilão, segundo Moraes Junior.
O executivo acrescentou que os blocos maduros e os localizados em nova fronteira interessam à companhia.
“As áreas maduras estão em Potiguar, Sergipe-Alagoas e Recôncavo. Nesssa áreas já temos produção instalada, dutos, estações, etc. O custo para nós é menor do que qualquer outra companhia. São áreas importantes que merecem carinho”, afirmou o executivo.
“Vamos participar sim, mas não sabemos se vamos participar de 130 blocos ou de um só. Acho que vamos entrar nos dois (maduro e nova fronteira)”, acrescentou.
Até agora, apenas oito empresas se qualificaram para a décima rodada - contra média acima de 30 empresas das outras rodadas, que trazem áreas no mar - e o prazo final de habilitação é na próxima sexta-feira.
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