Petróleo
Jornal do Commercio
A Petrobras ofereceu à chinesa Sinopec participação em duas áreas para exploração de petróleo na Bacia Pará-Maranhão, considerada atualmente uma nova fronteira exploratória brasileira. A oferta faz parte do memorando de entendimentos assinado pelas duas companhias na semana passada, em visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, e pode marcar a estreia dos chineses na exploração de petróleo no País.
Segundo a estatal, porém, ainda não há definições sobre como e quando se dará a entrada da Sinopec nas concessões. O acordo garante à estatal brasileira um financiamento de US$ 10 bilhões junto ao China Development Bank (CDB) e um contrato de venda de petróleo para a China por dez anos. Em troca, garante o suprimento de 200 mil barris por dia ao mercado chinês e pode comprar equipamentos junto a fabricantes chineses.
A concessão de financiamento em troca de garantia de suprimento de petróleo é estratégia que vem sendo adotada pela China, hoje importadora de metade do óleo que consome. O país já se comprometeu a emprestar US$ 25 bilhões à Rússia e acenou com o abatimento de dívidas da Venezuela junto ao CDB. Além disso, as empresas petrolíferas chinesas têm adotado postura agressiva em leilões de áreas exploratórias realizados na África.
Segunda maior produtora de petróleo e maior refinadora chinesa, a Sinopec ainda não tem operações no segmento de exploração e produção de petróleo no País - apesar de contar com importante contrato com a Petrobras no segmento de dutos, para a construção de trechos do Gasoduto Sudeste-Nordeste.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu a sua equipe que apresse a apresentação da proposta de um marco regulatório para a exploração do petróleo da camada pré-sal, segundo um auxiliar direto. Ele quer receber o projeto ainda em junho, para acalmar os investidores internos e externos que já manifestaram preocupação com o adiamento do cronograma de exploração do óleo.
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