O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse ontem que a companhia está perfurando dois poços para a Agência Nacional do Petróleo (ANP), mas não revelou onde essas áreas estão localizadas. A agência reguladora do setor de petróleo solicitou esse trabalho à Petrobras para que haja uma melhor identificação das reservas do pré-sal, que contribuirá na definição do preço dos barris de petróleo que serão cedidos pela União à estatal. "Dessas áreas vai sair o preço do petróleo para definir o processo de cessão e o valor da capitalização da Petrobras", disse.
Segundo o presidente da estatal, esse processo de identificação e análise das reservas deve demorar de três a quatro meses. Ele lembrou, porém, que o projeto de lei enviado pelo executivo ao Congresso Nacional dá prazo de um ano após a sua aprovação para a definição do valor dos 5 bilhões de barris que devem ser cedidos pela União à companhia.
Em conversa com a imprensa, Gabrielli também comentou as discussões que ocorrem em Brasília sobre o novo marco regulatório do setor. O executivo avalia que as todas as emendas apresentadas à proposta do governo são pontuais e que há muito mais convergência do que aparentemente existia no início dos debates. "Não há uma proposta de confronto ao projeto do governo", disse.
O executivo voltou a atacar os partidos de oposição ao comentar a retirada da Petrobras do índice de sustentabilidade da Bovespa no ano passado. Segundo ele, a companhia nunca recebeu uma explicação oficial da bolsa paulista sobre os motivos que levaram a instituição a retirar a empresa do índice. "Eu atribuo isso à uma ação política de políticos de São Paulo atuando na Bovespa", afirmou.