Petrobras começa a preparar a concorrência internacional destinada a contratar a empresa de engenharia que será responsável pela elaboração do projeto básico do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
Valor EconômicoSÃO PAULO - A Petrobras começou a preparar a concorrência internacional destinada a contratar a empresa de engenharia que será responsável pela elaboração do projeto básico do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), o pólo industrial que será construído no município fluminense de Itaboraí a partir de uma refinaria especial para processar 150 mil barris por dia de petróleo pesado da bacia de Campos (RJ). Prevista para operar em 2012, a unidade será a primeira do país a produzir matéria-prima petroquímica (eteno) diretamente do petróleo.
O presidente da Petroquisa, José Lima de Andrade Neto, disse ao Valor que, dada a complexidade do projeto, a licitação terá que ser internacional, mas ressaltou que será cobrado do vencedor, caso seja uma empresa de fora do Brasil, a utilização de companhias de engenharia brasileiras no trabalho. O lançamento da licitação, a cargo da área de engenharia da Petrobras, está previsto para o final de março ou começo de abril. O Comperj representa investimentos avaliados em US$ 8,4 bilhões (passando de US$ 10 bilhões com as fábricas-satélites).
Enquanto prepara a licitação, a estatal prossegue negociando as parcerias para compartilhar os investimentos. O BNDES, que deverá ser parceiro e financiador ao mesmo tempo, e o grupo Ultra são parceiros desde o primeiro momento. Outros grupos petroquímicos do país pretendem entrar no projeto.
A maior dificuldade tem sido encontrar um arranjo que comporte interesses dos sócios firmes e dos potenciais. A Petrobras deseja que o projeto seja o mais integrado possível, de preferência com uma só empresa controlando ao mesmo tempo a primeira geração (refinaria) e a segunda (resinas).
"Não gostaríamos de repetir Camaçari (pólo petroquímico da Bahia). Gostaríamos de evoluir", disse Andrade, ressaltando que se não for possível integrar tudo em uma empresa, a estatal buscará "a maior integração possível". No pólo de Camaçari, criado no início dos anos 1970, foi criada uma empresa para cada produto fabricado, gerando enorme confusão societária, parcialmente resolvida com as privatizações.
Além do projeto de engenharia, a Petrobras, junto com o BNDES e uma série de organizações empresariais e não-governamentais, além de prefeituras de 11 municípios envolvidos, trabalha no projeto de infra-estrutura logística, habitacional e urbanística para a área na qual ficará o projeto. O objetivo é evitar o crescimento desordenado que sempre ocorreu em torno de grandes projetos no país. As Nações Unidas, por meio do seu grupo de trabalho para a área habitacional, também está se integrando a esse trabalho, segundo informou o presidente da Petroquisa.
Fonte: Valor Econômico
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