Equipamentos

Petrobras estuda novos critérios de compras

Novo critério leva em conta o custo futuro do produto em função de sua utilização e facilitará o aumento do conteúdo nacional.


08/06/2005 03:00
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A Petrobras estuda um novo critério de compras, que facilitará o aumento do conteúdo nacional das aquisições da estatal. O critério, baseado na análise do custo final do produto em função de sua utilização no tempo, se aplica a equipamentos complexos, que exigem qualificação técnica e que se desgastam em função da utilização. "Queremos comprar pelo melhor custo e não apenas pelo menor custo", resume Armando Oscar Cavanha Filho, gerente executivo de materiais da Petrobras.
No quesito preço, a Petrobras escolhe suas fornecedoras por meio de licitação e em função do menor custo. A partir do critério chamado de custo final, também será levado em conta o desgaste do equipamento, seu consumo de energia, custo de manutenção, reposição de peças, etc. "É por isso que este mecanismo facilita o conteúdo nacional: o custo de pós-venda, de manutenção etc. é mais barato nacionalmente e o internacional é incentivado a se nacionalizar de forma natural", ressalta Cavanha.
Os estudos para definir quais os produtos sensíveis e quais os fatores de sensibilidade são complexos e ainda estão em estágio muito inicial. Cavanha sequer sugere um prazo para sua conclusão, mas adianta que o objetivo é permitir à Petrobras antever os custos do uso de determinado equipamento no futuro. Segundo o executivo, não há nenhuma petroleira que aplique este tipo de critério sistematicamente, embora esta seja uma tendência para os setores de compras e algumas já utilizam em algumas aquisições.
Os equipamentos sujeitos a esse tipo de critério são, principalmente, os que sofrem desgastes de uso, como bombas, turbinas, compressores.
O executivo destacou, ainda, que os novos critérios não ferem as leis de licitação existentes, uma vez que a Petrobras tem um sistema de licitação mais flexível em função do decreto 2.745 da lei do Petróleo, a Lei 9.478, que permite à estatal fazer adquirir bens e equipamentos específicos por meio de carta-convite.
Dentro do objetivo de comprar pelo melhor custo e com alto conteúdo nacional, a Petrobras ainda atua no desenvolvimento de fornecedores nacionais de materiais e tecnologia. No caso da aquisição de tecnologia, Cavanha explica que a atuação da Petrobras consiste em solicitar o produto ou serviço a uma empresa nacional, quando possível.
"Nós poderíamos ir diretamente à  empresa estrangeira de tecnologia e pedir um equipamento. Provavelmente, ele traria a tecnologia e o hardware correspondente. Se pedimos a um fabricamente nacional, ele procura a tecnologia disponível no exterior, fabrica o hardware e entrega para a Petrobras. Ele só traz a tecnologia que não tem ainda, passa a tê-la e nós temos um serviço de pós-venda próximo a nós. A isso chamamos de arraste tecnológico", explica Cavanha, que ressalta, ainda, que nem sempre é possível adotar este procedimento.
As informações forma divulgadas durante o seminário da Projetos em Desenvolvimento em "Procurement" na Petrobras, promovido pela Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil, nesta quarta-feira (08/06), no Rio de Janeiro.

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