<P>Mesmo com dificuldades para licitar as plataformas P-55 e P-57, a Petrobras quer encomendar, até setembro deste ano, a construção das unidades de perfuração P-59 e P-60, do tipo auto-elevável (jackup). De menor porte, elas serão instaladas no litoral da Bahia. Seis consórcios foram convid...
Jornal do Commercio/RJMesmo com dificuldades para licitar as plataformas P-55 e P-57, a Petrobras quer encomendar, até setembro deste ano, a construção das unidades de perfuração P-59 e P-60, do tipo auto-elevável (jackup). De menor porte, elas serão instaladas no litoral da Bahia. Seis consórcios foram convidados para participar da disputa das plataformas, que variam entre US$ 200 milhões e US$ 300 milhões cada.
Diferentemente de outras licitações, o projeto de engenharia da P-59 e P-60 será realizado pelos consórcios convidados, seguindo especificações técnicas básicas fornecidas pela estatal. Nesse modelo, os construtores podem ajustar a construção da plataforma ao perfil do estaleiro, com redução do tempo de produção e de custos. As unidades não constam, no entanto, no plano de negócio da estatal.
De acordo com fontes do setor, as empresas convidadas para a disputa são a americana LeTourneau Offshore Products (especializada em construção de plataforma jack-up); o consórcio Tecnoil, Modec e Friede&Goldman (também americana); o grupo Jurong Shipyard (Cingapura); PPL Shipyard (Cigapura); consórcio Keppel Fels/Odebrecht; e consórcio Queiroz Galvão/Gusto MSC (americana).
A plataforma jack-up, de perfuração offshore, com casco flutuante, é munida de pernas retráteis, que podem ser abaixadas ao leito do mar para elevar a estrutura do casco acima do nível da água. Esse tipo de unidade seria adequada para operar em profundidade máxima de aproximadamente 110 metros. Cada plataforma custa em torno de US$ 300 milhões, de acordo com estimativa do mercado.
O litoral da Bahia concentra as estratégias da Petrobras no Nordeste, região na qual a estatal pretende investir cerca de R$ 35,5 bilhões até 2010. Na Bahia, a companhia pretende aplicar recursos em perfuração de poços, desenvolvimento da produção e implantação de instalações de produção nas Bacias Recôncavo, Tucano e Bahia Sul. Além disso, as operações do Campo de Manati devem ser ampliadas.
A produção em campos no litoral da Bahia é estratégico, entre outros fatores, pelo elevado potencial de produção de gás. Os dois primeiros poços perfurados pela estatal e seus parceiros no Campo de Manati, na bacia de Camamu, no Sul da Bahia, revelaram potencial de vazão estimado em 1,8 milhões de metros cúbicos por dia. Em pleno funcionamento, a vazão poderá equivaler a 25% da importação de gás da Bolívia.
A Petrobras quer acelerar a encomenda de plataformas para compensar o atraso na licitação da P-55 e P-57, que tiveram contratação suspensa por preço excessivo. Tanto que a empresa decidiu construir a plataforma P-56 idêntica a P-51, no Keppel Fels, de Angra dos Reis. Um diretor do estaleiro afirmou, na última semana, que o contrato de construção da P-56 deverá ser fechado ainda neste mês.
Recentemente, o diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, informou que aguarda apenas uma resposta do Tribunal de Contas da União (TCU) para assinar o contrato de construção da plataforma P-56 com o estaleiro Keppel Fels. Essa obra será contratada sem licitação, já que o projeto representará um clone da plataforma P-51. A estatal entende que ganhará tempo e reduzirá custos com a clonagem.
Hoje, o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, e o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho, participam da cerimônia de batismo da P-54, no estaleiro Mauá Jurong, em Niterói (RJ). Construída a partir da conversão do Barão de Mauá, navio da frota da Petrobras, a plataforma tem capacidade para processar 180 mil barris por dia de petróleo e estocar até 2 milhões de barris.
Até o final deste ano, a companhia pretende colocar em operação na Bacia de Campos tanto a plataforma P-54 quanto a P-52, o que elevará a capacidade de produção de petróleo em 360 mil barris por dia e de gás natural em 15 milhões de metros cúbicos diários. O volume corresponde a 20% da produção atual da empresa no Brasil, o que contribuirá para a manutenção da auto-suficiência de petróleo.
Fonte: Jornal do Commercio/RJ
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