Transpetro

Petrobras contrata construção de quatro petroleiros no Mauá

Os presidentes da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, e o governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral Filho, participaram sexta-feira (30), da assinatura do contrato de construção de quatro navios para transporte de derivados de petróleo. As

Petrobras
03/12/2007 02:00
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Os presidentes da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, e o governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral Filho, participaram sexta-feira (30), da assinatura do contrato de construção de quatro navios para transporte de derivados de petróleo. As novas aquisições fazem parte do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), da Transpetro.

Somadas às nove já contratadas com o Consórcio Rio Naval, as embarcações dinamizarão toda a cadeia produtiva do estado com geração de mais de 11 mil empregos diretos. Metade da frota de 26 petroleiros previstos nesta primeira fase do programa será construída no Rio.

Os navios fabricados pelo Mauá serão utilizados para transporte de produtos claros derivados de petróleo (diesel, gasolina, querosene de aviação, nafta e óleo lubrificante) com capacidade de 47,5 mil toneladas de porte bruto, equivalente a um mínimo de 54 mil m3 cada. Essas embarcações, encomendadas no Rio ao preço global de US$ 277.079.543, serão entregues à Transpetro entre 2010 e 2011.

O objetivo do Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef), que prevê a construção de 42 navios, é aumentar a capacidade de atendimento às necessidades de transporte do Sistema Petrobras, e revitalizar o segmento de construção de embarcações de grande porte. Com isso, o programa contribui para acelerar o desenvolvimento do país, ao gerar tecnologia, empregos e renda.

A segunda fase, que será implementada logo após a assinatura dos contratos dessa etapa inicial, prevê a construção de pelo menos 16 navios, que vão permitir uma redução nos gastos com afretamento de embarcações de bandeira estrangeira. O Brasil paga US$ 10 bilhões por ano em transporte marítimo. Deste total, menos de 4% ficam no país.

A garantia de escala de produção, proporcionada pelas encomendas dos navios, permite aos estaleiros investir em instalações, capacitação e tecnologia, e assim aumentar a sua competitividade. O programa prevê um mínimo de 65% de nacionalização na construção das embarcações, premissa destinada a fortalecer o parque industrial voltado para o setor. Como um navio é composto por cerca de 2 mil diferentes itens e em torno de 20 mil peças, o efeito, no setor de navipeças, será multiplicador.

Um novo ciclo

A indústria de construção de navios de grande porte já viveu momentos importantes no país. Mas nem o fato de ter chegado à posição de segunda maior do mundo impediu que entrasse em declínio a partir do final da década de 80 e fosse literalmente extinta a partir de abril de 1996, quando foi entregue o último grande navio construído no Brasil, o Livramento.

Após quase duas décadas de paralisia, o setor naval brasileiro se prepara para um novo ciclo. O projeto terá reflexos importantes no mercado de trabalho, com a abertura de 22 mil novos empregos diretos, em um setor que passou por um longo período de estagnação. Para fazer frente a essa demanda, estão sendo criados diversos programas de reciclagem e qualificação de mão-de-obra, do nível básico ao superior. “Foram enormes os desafios para chegarmos até aqui, mas tivemos o apoio de um governo comprometido. O país para ter soberania precisa ter marinha mercante própria. Nós estamos recriando a indústria naval. Estávamos fora da carteira de projetos navais do mundo e, segundo dados do mês de outubro, agora ocupamos o 10° lugar nessa carteira”, diz o presidente da Transpetro”, Sergio Machado.

O programa oferece ainda uma base estruturada de apoio tecnológico à indústria naval, ancorada em convênio com a Petrobras, o Ministério da Ciência e Tecnologia, via Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), e o Centro de Excelência em Engenharia Naval e Oceânica (CEENO). Esta parceria gerou a Rede Tecnológica de Construção Naval, com recursos da ordem de R$ 32 milhões, destinados a oito projetos que darão sustentabilidade à indústria de construção de navios de grande porte, como o laboratório de simulação de sistemas de construção naval e a plataforma para ensaios de manobras de embarcações, implantados na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Pernambuco a todo vapor

Em Pernambuco, onde serão fabricados os dez navios Suezmax, as obras estão a pleno vapor. O Estaleiro Atlântico Sul destinou R$ 670 milhões para a construção das instalações. Os trabalhos iniciados em fevereiro deste ano ocupam 78 hectares no Complexo Industrial e Portuário de Suape, em Ipojuca. A previsão é de que a área seja ampliada para 90 hectares.

Para formar seu próprio pessoal, o Estaleiro Atlântico Sul, por exemplo, investiu R$ 600 mil na construção da escola Nascedouro de Talentos. O local tem seis salas de aula com capacidade para até 300 alunos por turno, cantina, pátio, banheiros e uma área administrativa. Desde o início de maio, instrutores do Senai ministram aulas para formação de soldadores, montadores e encanadores.

Empresas vencedoras da licitação, por lotes

Lote 1 (dez navios Suezmax) – Consórcio Atlântico Sul, formado pelas empresas Camargo Corrêa e Queiroz Galvão e PJMR Empreendimentos Ltda, com parceria tecnológica da Samsung.
Preço global: US$ 1.209.500.000,00
Preço médio, por navio: US$ 120.950.000,00
Assinatura dos contratos: 31 de janeiro de 2007

Lote 2 (cinco navios Aframax) – Consórcio Rio Naval, formado pelas empresas MPE Participações e Administrações S.A e Sermetal Estaleiros S.A, com parceria tecnológica da Hyundai.
Preço global: US$ 515.966.000,00
Preço médio, por navio: US$ 103.193.200,00
Assinatura dos contratos: 11 de abril de 2007


Lote 3 (quatro navios Panamax) – Consórcio Rio Naval, formado pelas empresas MPE Participações e Administrações S.A e Sermetal Estaleiros S.A, com parceria tecnológica da Hyundai.
Preço global: US$ 348.302.000,00
Preço médio, por navio: US$ 87.075.500,00
Assinatura dos contratos: 11 de abril de 2007

Lote 4 (quatro navios de Produtos) – Estaleiro Mauá
Preço global: US$ 277.079.543,00
Preço médio, por navio: US$ 69.269.886,00
Assinatura dos contratos: 30 de novembro de 2007

Lote 5 (três navios GLPs - gaseiros) – Estaleiro Itajaí
Preço global: US$ 130.900.000,00
Preço médio, por navio: US$ 43.633.334,00
TOTAL DOS CINCO LOTES: US$ 2.481.747.543,00
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