Valor Econômico
A Petrobras acaba de fechar empréstimo externo de US$ 750 milhões, segundo o diretor financeiro da empresa, Almir Barbassa. Os recursos serão utilizados para construção da plataforma P-53. A operação foi liderada pelo ABN AMRO.
Trata-se de uma operação conhecida como gerenciamento de passivos, do inglês "liability management", por meio do qual a empresa pré-paga antecipadamente linha mais cara e toma um novo empréstimo com taxas mais baixas. A operação inicial feita pela Petrobras em novembro de 2005 era de US$ 500 milhões e pagava um rendimento de 125 pontos básicos sobre a Libor, taxa interbancária de Londres. Tinha vencimento em 25 de maio de 2012.
Neste novo empréstimo, que acaba de ser fechado, o total subiu para US$ 750 milhões. O prêmio caiu para 37,5 pontos básicos sobre a Libor para os primeiros três anos de vigência do empréstimo, ao final dos quais a empresa terá opção de pagá-lo, segundo Barbassa. Se quiser manter a operação, o prêmio sobe para 100 pontos básicos até maio de 2012. "A idéia inicial é pagar em três anos, pois estamos com US$ 10 bilhões em caixa", disse Barbassa. Se assim quiser, a empresa pode financiar até mesmo com recursos próprios a construção da plataforma, diz.
A estrutura do empréstimo original e também do fechado agora em setembro ajuda a reduzir riscos para os bancos. O ABN AMRO "compra" a plataforma da Petrobras, faz um leasing para uma subsidiária da empresa no exterior (no caso a Charter Development, com base em Delaware, nos Estados Unidos), que por sua vez aluga as plataformas para a Petrobras no Brasil. No final do financiamento, ao realizar a última amortização, a plataforma volta a ser da Petrobras. É como se fosse uma importação de serviços, que geralmente não são afetadas por moratória de um país ou centralização cambial. Isso permite que as taxas pagas pela empresa sejam reduzidas.
Participam do empréstimo, segundo o "IFR Markets", o Banco Espírito Santo, o Bradesco, o Citigroup, a EDC (agência de crédito à exportação do Canadá), o HSBC, o Natexis, o Sumitomo Mitsui Banking Corporation (SMBC), o BBVA, o Banco Santander Central Hispânico (BSCH), o Fortis e o San Paolo.
Barbassa disse que a emissão de títulos de até US$ 1 bilhão de longo prazo que a empresa pensa em fazer para criar um novo "benchmark" para sua curva de juros externa, agora que a empresa tem o grau de investimento (selo de investimento não especulativo), não será neste momento de mercado volátil. "Não precisamos de recursos e por isso estamos sem nenhuma pressa", disse. A Petrobras recomprou antecipadamente, com recursos de caixa, US$ 1,216 bilhão em papéis de sua dívida externa de um total de US$ 2,95 bilhões ofertados em julho, para tirar do mercado os títulos que pagam os maiores juros.
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