Valor Econômico
A Petrobras teve lucro de R$ 5,021 bilhões no primeiro trimestre do ano, confirmando expectativas dos analistas do mercado financeiro.
O resultado é 9,5% superior ao lucro de R$ 4,566 bilhões do quarto trimestre de 2004 e 32% superior ao lucro do mesmo trimestre do ano passado.
Como a instrução 408/2004 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) determinou a inclusão das sociedades de propósito específico (SPEs) nas demonstrações contábeis consolidadas a partir de janeiro de 2005, a Petrobras informou que incluiu as SPEs nas demonstrações contábeis do primeiro e do quarto trimestres de 2004 "para facilitar a comparabilidade".
Com isso, o lucro líquido do primeiro trimestre do ano passado caiu de R$ 3,972 bilhões para R$ 3,793 bilhões. Ainda não está claro se o lucro consolidado de R$ 17,861 bilhões do ano passado será revisto. O diretor financeiro e de relações com o mercado, José Sérgio Gabrielli, explicará as mudanças contábeis no balanço em entrevista marcada para hoje.
O resultado operacional antes de juros, impostos, depreciação e amortização, já ajustado às nova legislação contábil, foi de R$ 10,448 bilhões, 23% acima dos R$ 8,504 bilhões do primeiro trimestre de 2004. A receita operacional líquida da companhia no primeiro trimestre foi de R$ 28,9 bilhões, com aumento de 25%, enquanto a margem operacional aumentou de 30% para 31% entre o primeiro trimestre e o mesmo período do ano passado.
A Petrobras atribuiu o bom resultado à lucratividade obtida com a venda de derivados, que aumentou 4% no mercado interno em relação ao ano passado, e à arrecadação obtida com as exportações, favorecidas pelo aumento de 49% no preço do barril de petróleo do tipo "brent" no primeiro trimestre contra o mesmo período do ano anterior.
A companhia destacou que na comparação entre os dois primeiros trimestres de 2004 e 2005 houve aumento das vendas de óleo diesel e gasolina, em parte compensadas pela queda das vendas de nafta e óleo combustível. Esse último, segundo a Petrobras, teve consumo redução devido à sua substituição por carvão, coque, biomassa e lenha. Já na comparação com o quarto trimestre houve queda de 6% das vendas de combustíveis para o mercado interno.
A produção nacional de petróleo e líquido de gás natural (LGN) cresceu 5% em relação ao primeiro trimestre do ano passado e 2% em relação ao quarto trimestre, alavancada, entre outros, pelo início da produção das plataformas P-43 e P-48 nos campos de Barracuda e Caratinga, respectivamente.
A ação preferencial da Petrobras fechou cotada a R$ 92,50 na sexta-feira, queda de 2,63%.
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